domingo, 8 de fevereiro de 2015

"O CHACAL QUE ALIMENTO": POEMA VISUAL


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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

ADVENTISTAS E A CAÇA ÀS BRUXAS

            Nos últimos anos, a preocupação com movimentos dissidentes no seio do adventismo se tornou crescente. Não sem razão: ministérios independentes, com sua teologia de botequim e teorias de conspiração, seduzem adventistas incautos. Temas corriqueiros, como a trindade, se tornaram controversos. O descontentamento com a liderança (mesmo quando não apoiado em razões factuais), o crescente liberalismo e a falta de preparo espiritual, bem como desequilíbrios psicológicos e motivações pessoais, são alguns dos fatores que explicam o fenômeno da dissidência.
              A igreja vem endurecendo seu discurso e adotado justas medidas disciplinares para conter os ataques dissidentes, que costumam agir de forma desonesta; seus partidários dissimulam no que creem, apenas para atrair simpatia e conquistar novos adeptos entre as fileiras adventistas. Transijo: ninguém é obrigado a concordar com a mensagem adventista. Mas se alguém discorda, que seja honesto para seguir o que acredita em outro lugar! Nesse sentido, a disciplina eclesiástica é cabível, bem como campanhas preventivas; independente de haver dissidentes, todos devemos ser responsáveis por defender e estar à altura do que acreditamos.
       O que soa curioso no contexto sul-americano é a extrema praticidade, o pragmatismo eclesiológico que evita discussões aprofundadas nesses casos. Parece ser mais fácil extirpar a erva-daninha queimando todo o jardim! Assim, alguns líderes cristãos, em nome da necessidade de combater o crescente mal da dissidência, chegam a incluir no rol de inimigos da igreja todos aqueles que pensam que o adventismo poderia ser mais fiel do que está sendo. Esse tipo de pessoa crucificaria junto Barrabás e Jesus - um por liderar a guerrilha, outro por criticar o status quo religioso.
           Faz-se oportuno lembrar que somos caracterizados como a igreja de Laodiceia, aquela que carece de reforma. Um chamado à fidelidade no vestuário, uma volta aos estudos adventistas sobre profecia (sem nenhuma relação com baboseiras como 2500 anos e afins!) e ênfase equilibrada na reforma de saúde não caracterizam dissidência - tratam-se de aspectos capitais da herança adventista. Há o perigo contemporâneo de se considerar que o destaque veemente a esses aspectos da mensagem adventista seja um sinal de alerta, um indício de dissidência. 
             Não seria inteligente, em nome da unidade da igreja, abrir mão de sua identidade, defendendo a versão atual do adventismo, adaptado à cultura evangélica-pop, com seu louvorzão e artistas gospel (pastores e cantores). Devemos ser bíblicos e viver em constante reconstrução, criticando sadiamente, sempre com espírito cristão, o que está errado em nosso meio, para, munidos do poder de Cristo, sermos fiéis ao que está revelado na Bíblia e no Espírito de Profecia. Temo que, ao evitar certos assuntos, rotulados como polêmicos, criemos uma igreja com inanição espiritual - assim, ao invés de a protegermos da dissidência, colocaremos o rebanho para apascentar em frente à toca de lobos! Deus nos dê equilíbrio e amor pela igreja, com suas verdades duras e exigentes.
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