quarta-feira, 30 de novembro de 2011

PEDRO E PÓS-MODERNIDADE NA REVISTA MINISTÉRIO



Um dos desafios à expansão do cristianismo é a pós-modernidade. Este blog tem se dedicado há anos sobre o tema. Um dos textos mais emblemáticos sobre o tema é Pós-podernidade à luz de 2 Pedro, que foi publicado também no site Outra Leitura (clique aqui). O artigo acabou sendo ampliado e integrou o livro Marcados pelo Futuro, lançado no início do ano. Agora, ele foi publicado na edição de Novembro-Dezembro da revista Ministério, p. 27-29, sob o título Escarnecedores ontem e hoje. Louvo a Deus pela oportunidade de contribuir mais uma vez para uma revista séria e preocupada com o nosso tempo, como a Ministério. Espero sinceramente que o texto, nessa nova publicação, beneficie a todos quantos amam a Cristo e querem que Sua causa prospere.

O QUE CAUSOU DEUS?

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

MANCINI: CAVALHEIRISMO OU JOGO SUJO?

Tragédia no futebol mineiro: os dois times de maior expressão lutam para não serem rebaixados. O trem num tá bom não, sô…

Além das tragédias coletivas, as particulares: o meia Mancini, do Atlético Mineiro, tem mais do que a disputa com o Cruzeiro para se preocupar. O jogador acaba de ser condenado por estupro e lesão corporal na Itália. A pena? Dois anos e oito meses. Mancini somente voltaria a campo após a copa de 2014, na melhor das hipóteses…

Tudo aconteceu depois de uma noitada na casa de Ronaldinho, o rei (das festas). Na época, Ronaldinho jogava no Milan e Mancini na Inter de Milão, os maiores clubes italianos. Uma modelo brasileira teria ficado bêbada e Mancini, um cavalheiro, teria se oferecido para dar carona à moça.

Os dois acabaram na casa do jogador. A partir daí, os relatos divergem. A moça anônima disse que Mancini se aproveitou de seu estado e a violentou. O rapaz afirma que a relação foi consensual. Quem estaria certo? Nesse mundo de marias-chuteiras e esportistas sem caráter, se me pedirem uma opinião, digo que passo!

O que me enoja nessa história toda, é ver esse tipo de situação associada ao futebol. Como venho observando há tempo, o melhor de nossos jogadores aparece mesmo em campo; fora dos estádios, uma sucessão de escândalos envolvendo poder, fama e escândalos sexuais têm marcado inúmeros gols contra. E isso, é claro, não se restringe a atletas brasileiros. Mas como seria bom se, além de pentacampeões mundiais, fôssemos laureados em honra, caráter e bons exemplos. Aliás, sentimos tanta falta dessas coisas que seria bom se alguém vestisse a camisa por esses ideais!…



sexta-feira, 25 de novembro de 2011

ANDRESSA BARRAGANA - VALE RECORDAR

COMO EM BOTES PODRES


A mãe detestará o vestido
Enlameado cruzar o muro,
Dispondo do favor das jumbebas.
“Olhe o estado desta roupa!
Vá para o banheiro e não se esqueça
De tirar os carrapichos
Das meias”, dirá com o olhar contrafeito.

A bronca espere por sua vez!
Deitada sobre a grama do parque,
A menina desmembra as saúvas
– O que é comestível leva
À garrafa de refrigerante.
Vó Gerci irá fritá-las;
Ela a ensinou a comer saúvas.
Vó Gerci é a senhora triste,
Cuja pele é de elefante.

O retrato opaco rouba-lhe o hoje…
Seria a falta de Vô João?
Coaduna a menina com a dor.
Vô João – sorveteiro e grande homem!
Nos fins de tarde, vinha da faina,
Suado, ofegante… As crianças
Cercavam-no sem olhos, só com arco-íris.

Vô João distribuía a todas
Quantos sorvetes não se vendera.
Nem sempre a quantidade bastava;
À menina não faltava!
João e Gerci tinham-na como
Parecida com a filha
Que perderam; Amavam-na assim.
O Vô morreu de infarto, assistindo
A um sério atropelamento.

Vó Gerci fez da casa vazia
A capela de lágrimas, onde
A cada dia ela morre um pouco
Com cada lágrima que expele.
Só a menina lhe traz saúvas
– O que beira a algum conforto.
Nada falam quando comem tais formigas.

Resta que se olhem, mas de soslaio,
Pequeno gesto, gratidão mútua.
Uma tem a outra e felizes fazem-se.
A menina, em meio ao rito,
Vê-se a tomar sorvete e prefere
O de goiaba aos demais.
No bairro há um novo sorveteiro:
O cabelo é liso e seu bigode
Dá voltas como a gangorra;

Nunca sobram sorvetes na caixa
– Se não fosse assim, por que ele não
Os daria às crianças que pedem?
Não que importe: ainda existem
Saúvas que a Vó Gerci prepara.
“Boa menina que aqui
Vive caqui sobre esses botes podres ”.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O AMOR INCRÍVEL DE DEUS!



Linda interpretação de um dos maiores cantores cristãos das últimas décadas. Infelizmente, a sincronia entre imagem e áudio não é das melhores. Mas nem mesmo isso chega a deslustrar a emoção que Steve Green traz à canção.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

ADQUIRA O LIVRO PAIXÃO CEGA NA CASA ON LINE NATAL





Muitos têm lido e comentado. O livro Paixão Cega já fez um ano de sucesso e, pela graça de Deus, continua influenciando jovens cristãos para servirem lealmente o Salvador. Aproveite a Casa Aberta On line para adquirir este devocional com um preço irrisório.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

AXE: É O FIM!

Ontem assisti o novo e ousado comercial do desodorante Axe. Antes de prosseguir, talvez devesse me adiantar e explicar que ousado é um termo aqui empregado com um sentido negativo. Em todo caso, quem não assistiu o comercial, pode fazê-lo e tirar suas próprias conclusões. Conversamos em seguida.




A versão acima é expandida em relação a que assisti ontem. Não sei dizer se aqui no Brasil essa versão também é exibida. Mas a referência à arca de Noé e ao fim do mundo (que os exotéricos e lunáticos de carteirinha apostam que aconteça em 2012) serve de apelo para o último Axe. Na entrelinhas, se veicula a velha cartilha hedonista: aproveite a vida agora, porque não se sabe quando o fim vem (infelizmente, alguns cristãos repetem equivalentes piedosos do bordão, sem perceber a besteira que dizem…).

Além da desvalorização das mulheres (reduzidas a fêmeas que se curvam irresistivelmente ao homem com cheirinho de Axe), a ridicularização do episódio da arca de Noé fica bem patente. Quase dá para ouvir o eco da voz apostólica: “Mas eles deliberadamente se esquecem de que há muito tempo, pela palavra de Deus […] pela água o mundo daquele mundo foi submerso e destruído.” (2 Pe 3:5,6).

Enquanto as pessoas riem das advertências de Deus (Seus juízos passados), estão se desqualificando para enfrentarem Seu juízo no presente. Jesus também traçou um paralelo entre os ante-diluvianos e aqueles que estariam vivendo no mundo antes de Sua vinda – a atitude rebelde diante das orientações divinas, que prefere justamente se apegar ao seu estilo hedonista, desconsiderando as advertências divinas. O dilúvio um dia “levou a todos”, no dizer de Jesus. “Assim acontecerá na vinda do Filho do homem.”, completou Ele (Mt 24:38,39).

E nós, estamos preparados para o retorno de Jesus, como o Noé bíblico esteve para o dilúvio? Ou achamos fácil continuar rindo das advertências dAquele que nos ama?


Leia também: O dilúvio invade as telas do cinema, Até Axe caiu (no meu conceito)

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

TODAS AS RELIGIÕES SÃO IGUAIS?


Entre os estudiosos da religião criou-se uma forma de estudar o fenômeno religioso que se baseia no pressuposto que, em última instância, todas as religiões seriam expressões modificadas das mesmas ideias fundamentais. Essa tendência é facilmente percebida no trabalho pioneiro de Mircea Eliade, filósofo romeno naturalizado americano.

Porém, o conceito não faz jus às diferenças nítidas entre as principais correntes religiosas. Nivelar a diversidade de pensamentos religiosos parece causar mais má compreensão do que contribuir decisivamente para um entendimento aclarado de casa crença.

Pensemos na questão da inspiração. Muitas culturas religiosas, do xamanismo ao hinduísmo, admitem ideias similares de comunicação dos deuses e com os homens. Entretanto, o modelo bíblico de inspiração é bem diverso das culturas místicas, basicamente porque o conceito equilibrado entre Imanência e transcendência de Deus não ocasiona uma adoração baseada em experiência de transe.

Em outras palavras: existe a ideia básica de que a divindade se comunica. Porém, além da superfície, encontramos as divergências, que pode ser expressa em algumas perguntas-chave: por que a divindade se comunica? Como se dá essa comunicação? O quê a forma da comunicação nos informa sobre a característica da divindade?

Alguém poderia contra-argumentar, afirmando que mesmo no cristianismo entramos correntes místicas, muito próximas às de outras expressões religiosas. Estudos já foram escritos aproximando cultos pentecostais de rituais animistas na África (principalmente na questão do fenômeno da glossolalia, ou o falar em línguas).

Entretanto, o fato de haver ramos místicos nas três grandes religiões monoteísta (e não apenas no cristianismo!) não quer dizer que esses ramos sejam o estágio primitivo dessas religiões mas, sim, tratam-se de interpretações posteriores. Muito do que li de um pensador sufista no livro "A travessia dourada", faria um fiel seguidor de Alá ficar roxo de raiva!E, pelo que sei, quando os poetas místicos islâmicos surgiram, eram duramente perseguidos como hereges...) .

Tanto o modelo bíblico é diferente no que toca ao transe místico que, no caso de grupos cristãos que concebem a Deus de forma mais "imanente" (carismáticos e pentecostais), há uma tendência de desvalorizar a Revelação em detrimento da experiência mística.

E o que dizer de livros que possuem uma linguagem peculiar, muito próximo aos sonhos e que nos fazem lembrar o misticismo primitivo? Em especial, o Apocalipse bíblico não seria fruto de uma experiência mística como a encontrada entre os índios norte-americanos, por exemplo?

A estranheza dos livros apocalípticos da Bíblia (sim, há mais de um) não nos leva a um subjetivismo radical, não-lúcido ou mesmo psicodélico; as profecias de Ezequiel, Daniel (algumas), Zacarias e Apocalipse, para citar alguns exemplos, se utilizam de símbolos, que os respectivos autores explicam ao longo de seus livros ou que, ao menos, podem ser entendidas quando se faz um estudo de outros livros bíblicos enquadrados no mesmo gênero literário.

Por essas considerações, pensamos que a maneira mais coerente de se estudar as religiões em particular é não adotar aproximações forçadas que distorçam o que cada adorador defende. No caso específico do monoteísmo bíblico, notamos os aspectos nos quais ele diverge radicalmente do misticismo religioso. Deus quando Se comunica fala à mente sem a violência do transe ou sem que para isso o receptor precise adotar alucinógenos para mediar a experiência.

Seria pouco dizer que a comunicação que o Deus da Bíblia entretém seja puramente racional, porque ela abrange a totalidade da pessoa humana, emocionando, informando, transformando, guiando. Enfim, trata-se de uma experiência sem paralelos.


sábado, 19 de novembro de 2011

DO DESEJO POR RELEVÂNCIA À COMPLETA IRRELEVÂNCIA


Sendo Deus quem a Bíblia afirma, os cristãos são responsáveis pela transmissão de conceitos corretos a respeito da divindade, ou, em caso contrário, incorrerão em idolatria (adorando uma imagem irreal acerca de Deus, em substituição a quem Ele é de fato).
A necessidade de tornar Deus relevante não pode nos fazer escolher as Suas características atrativas, ao passo que ignoramos aquelas que podem soar contrárias ao pensamento pós-moderno – como a imagem bíblica de um Deus que traz a justiça e age como um guerreiro em favor de Seu povo e que traz destruição sobre os ímpios (Dn 12:2; Ap 6; 18). Alguns pontos a serem pensados:
1) Testemunhar sobre Deus é estar sempre pronto a dar as razões da nossa fé (I Pe 3:15). Esta é a alma da apologia, atividade que os cristãos têm realizado ao longo de sua existência, confrontando o que creem com o que a sociedade ao seu redor acredita. Ser cristão, portanto, é ter uma postura crítica, não-conformista (Rm 12:2).
Alguns argumentariam que não deveríamos agir como advogados de Deus, mas, sim, ser suas testemunhas. Claro que essa opinião ignora o uso que Pedro fez da palavra grega apologia (I Pe 3:15), que significa fazer uma apresentação em defesa de algo. Se fosse errado "ser advogado", o apóstolo Paulo jamais escreveria suas cartas, nas quais há longas sessões de polêmica contra os chamados "falsos apóstolos" (cf.: I Co 4 e 9, por exemplo)!
É claro que agir de forma apologética intencional não substitui o viver para Cristo – e vice-versa. Jesus também gastou muito de seu tempo corrigindo as visões distorcidas dos líderes de sua época (Mt 23, por exemplo).
Defender a verdade com argumentos racionais faz parte de nossa comissão – é a maneira cristã de avaliar abordagens e perspectivas seculares e, ao mesmo tempo, oferecer algo melhor.
Os pioneiros adventistas, infelizmente, focalizaram seu ministério apenas em apologia. E houve considerável demora para que se buscasse um equilíbrio entre a defesa da Verdade e sua apresentação mais positiva. Penso que hoje temos invertido a problemática: tentamos ser simpáticos, assimilando aspectos culturais na tentativa de soar "palatáveis", mas deixamos de pensar de forma cristã sobre os valores de uma sociedade que se corrompe a cada instante.
2) O diálogo com a cultura pós-moderna inclui estratégias para alcançar as pessoas com a mensagem cristã, sem rebaixar os nossos princípios. Aliás, foi isto que Paulo fez, em diversas ocasiões. No entanto, Paulo não transigia princípios.
Um exemplo disto é seu discurso no Areópago (At. 17), totalmente adaptado a uma audiência pagã. Agora, mesmo ali, Paulo pregou sobre o modo de Deus agir na História, apresentando os tópicos da Criação, Adoração, Redenção, Juízo e Ressurreição. É claro que o auditório que o ouviu mostrou-se dividido, e alguns chegaram a hostilizar o apóstolo. Por quê?
Será que se Paulo não fosse tão incisivo poderia ter sido mais popular? Se ele concentrasse seu discurso na apresentação de um Deus que aceita as pessoas do jeito que elas são não teria sido convidado a falar outras vezes naquele ambiente pagão?
A verdade deve ser apresentada. De formas diferentes, é certo. Mas sem máscaras ou distorções. Se adicionarmos algo a ela ou diluirmos sua mensagem, a Verdade deixa de ser o que é e perde o seu poder.
3) Alguns querem nos fazer crer que qualquer forma de evangelizar é válida. Para endossar isso, apresenta o resultado em número de conversões. O argumento do sucesso é o mais banal que pode existir, principalmente se analisarmos o tipo de músicas ou filmes que fazem sucesso hoje nos meios cristãos, muitos dos quais bastante incompatíveis com o caráter de Deus. Não basta atrair pessoas a Jesus de forma ilegítima, caso contrário, estaríamos desonrando Seu nome e rebaixando Suas santas exigências.


sexta-feira, 18 de novembro de 2011

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

RATINHO X VALDEMIRO: A IGNORÂCIA DO DENUNCISMO CONTRA A APOLOGIA DA RAPINAGEM


Ratinho veiculou em seu programa (?) um vídeo contendo o testemunho dado em uma congregação da Igreja Mundial do Poder de Deus. No vídeo, um homem afirma que, ao passar a toalha milagrosa na frente do caixa do banco, à noite (quando a agência estava vazia), suas dívidas teriam sido perdoadas.

Quando o pastor perguntou a ele quem pagou a dívida, ele respondeu sem titubeio: “Jesus, Jesus pagou minha dívida!” A frase, que geralmente tem um sentido soteriológico, tornou-se cômica com sua aplicação ao mundo do crédito. Diante disso, Ratinho sentenciou:

“A gente ri, mas deixa eu falar uma coisa séria pra vocês: que absurdo faz alguns pastores de igreja. É… aí é chamar a população de idiota. Aí é chamar… sei lá. Acho que fazer milagre, cura uma doença, vai lá, tudo bem, é uma questão de fé. Agora, pastor, o senhor ir na televisão […] pastor, tenha paciência, né. Aí é apelação. […] quem é o idiota que vai acreditar numa mentira?… Senhor pastor, o senhor é mentiroso. Pastor, o senhor não deveria… eu duvido que o senhor conheça a Bíblia, duvido que o senhor conheça a palavra de Deus. Sabe, isto é enganação, pastor. Isso que o senhor está fazendo é estelionato. […] O senhor devia estar na cadeia. Isto é roubar, isto é enganar. […] Isto é tomar o dinheiro de pobre, de ignorante, o senhor devia estar na cadeia.”

O bispo Valdemiro Santiago, fundador da Igreja Mundial do Poder de Deus, não ficou calado. Usou um espaço de seu programa (??) para responder a Ratinho. “Eu fico triste com isso, porque eu gosto dele, eu gosto do Ratinho. Eu abençoo você Ratinho, eu perdoo você”, é o que vemos dizer o líder da denominação que mais cresce no Brasil.

Em sua apologia da rapinagem, Valdemiro valeu-se também do argumento da autoridade, citando personalidades que teriam testemunhado os milagres nos cultos da Mundial, entre as quais “o governador Alckmin.” Infelizmente, todos políticos, cujo testemunho estaria seriamente comprometido com a intenção de ser popular.

“Eu queria que levasse para ele a imagem da criança leprosa”, argumenta o apóstolo, citando outros milagres que seriam recorrentes. “Você quer usar o nome dos outros para fazer dinheiro”, acusa Valdemiro, para quem Ratinho estaria enveredando por “um caminho errado”, principalmente porque Ratinho seguiria um “Deus morto”, o “deus” de sua igreja. Quanto ao homem da toalha, “ele, com a fé dele, fez esse propósito e Deus o honrou.”

Nesta troca de farpas entre um dos apresentadores mais criticados pelo baixo nível de seus programas e um líder religioso interesseiro, quem ganha? Todos perdem! É tão insosso e falto de conteúdo o debate que caímos na tentação de achar que deveríamos continuar assistindo apenas para rir mais.

Sobre o tema em pauta: Deus faz milagres? Sim. Mas precisa para isso de objetos sagrados místicos? Certamente que não. É verdade que profetas como Elias e Eliseu, ou mesmo Moisés, fizeram uso de instrumentos simbólicos ao efetuarem milagres, dentro de um propósito. Mas e a toalha milagrosa, seria símbolo de quê, então?

O fato de Deus estar vivo não implica em todas as soluções para nossos problemas imediatos (e de maneira imediata), como querem os defensores da chamada “confissão positiva”. No fundo, o neo-pentecostalismo é perigoso não porque queira manipular o povo. Não, eles são mais ousados do que isso (e, portanto, daí serem perigosos): eles querem manipular o próprio Deus!


Veja também: Histórias do pescador Valdemiro, Como um marajá, Mais simples do que isso (palestra com download gratuito)

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

ACRÉSCIMO


ACRÉSCIMO



Recorro ao alto dos Céus, a Quem me fez,
Com o hálito de Seus lábios sem dolo,
Para estar quieto em face do consolo,
Com suficiente fé, plena honradez.

Setas de dor me acintam vez pós vez,
E pedras pendem dentro do miolo;
Quero crer sempre, mas me sinto tolo
Se a inédita dor vem nítida à tez.

Interdita o temor que me acalora
Para eu dar graças pelo que me trazes:
Das entranhas tiro o óleo que unja as frases,

E então, sustido após todas as fases,
Tocado por Teu zelo, naquela hora
Te adorarei mais que hoje a alma Te adora!

terça-feira, 15 de novembro de 2011

O "MEIO HOMEM" DE TWO AND HALF MEN


Ashton Kutcher está fazendo sua parte para manter o público de Two and Half Men (dois homens e meio, em tradução livre). A série fez enorme barulho, atingindo o topo da popularidade nos EUA. Grande parte do sucesso se deveu ao papel do ator Charlie Sheen. Na série, ele era Charlie Harper, um solteirão que tinha uma vida amoroso bem, digamos, movimentada. Seu hedonismo mau-caráter era apresentado de forma charmosa e incorrigível (razão pela qual eu decidi não assistir a série, após assistir a um episódio).

O problema é que a arte imita a vida. Charlie (Sheen) era Charlie (Harper) dentro e forma dos estúdios. Após escândalos com drogas e brigas estrondosas com os produtores, o ator foi despedido. Nem por isso deixou de ser Charlie. Virou uma metralhadora rotatória, disparando críticas amargas e infantis. Entrou para o twitter, conseguindo milhões de seguidores em período Record. Permaneceu falastrão e mulherengo, um misógino cínico e arrogante.

Nesse fogo cerrado, Ashton Kutcher pousou de para-quedas na série, para substituir Sheen, não fazendo o mesmo papel. Na atual temporada de Two and Half Men, Charlie Harper morreu e seu irmão Alan conhece um bilionário Walden Schmidt (papel de Kutcher), que compra a mansão e passa a conviver com ele e seu filho. O maior mérito da nova temporada, segundo os críticos, está no fato de Kutcher não emular o papel de Charlie Sheen. Pelo menos, na série.

O problema é que a arte imita a vida. Fora das telas, o ator Ashton Kutcher passa por uma crise conjugal. Casado com a beldade Demi Moore, o ator estaria vivendo uma crise conjugal. Efetivamente, nada de novo em casos como esse: rumores de traição, a suposta amante fazendo denúnicas picantes pela imprensa, os “flagras” dos paparazzi, etc. Demi Moore e Ashton Kutcher estariam até fazendo aconselhamento familiar na cabala (!), doutrina religiosa seguida por ambos.

Assim, até é possível entender o título da série Two and Half Men: o “meio homem” talvez se apliquem melhor ao hedonista Charlie Sheen e seu substituto, Ashton Kutcher; afinal, nenhum homem “inteiro” perderia tempo com uma busca infantil pelo prazer ou com a imatura infidelidade conjugal…




segunda-feira, 14 de novembro de 2011

LIVRARIA VITUAL VENDE MARCADOS PELO FUTURO



Meu segundo livro, Marcados pelo Futuro, agora pode ser adquirido virtualmente pela Livraria Adventista. São 160 páginas falando daquilo que nos impede de estar reamente preparados para o maior de todos os eventos: a volta de Jesus. Descubra o que é a Síndrome de Michael e como ela afeta os cristãos de nossa época. Além disso, temas como evolucionismo, pós-modernidade, neopentecostalismo e outros recebem um tratamento especial. Aproveite a oportunidade de adquirir o livro que marcará sua vida!

domingo, 13 de novembro de 2011

DEUS SEGUNDO JESUS




"O Deus descrito por Jesus na parábola [do filho pródigo] trancende o mesquinho, vingativo e autoritário deus de nossa própria criação. O Deus de Jesus não necessita possuir nada, nem controlar ninguém. O que Ele tem, Ele oferta, e para Ele, a única resposta satisfatória é aquela que brota do amor."


Amin A. Rodor, O incomparável Jesus Cristo (Engenheiro Coelho, SP: Unaspress, 2011), p. 90.

sábado, 12 de novembro de 2011

NEYMAR FICA!


Depois de ser indicado para o bola de ouro e decidir permanecer no Brasil até 2014, Neymar se confirmou como unanimidade. Até Romário disse que o craque era um segundo “o cara”. Vindo de alguém com o ego maracanomaníaco de Romário, o elogio valeu a conquista da copa do mundo!

De fato, Neymar conseguiu ser o único indicado ao bola de ouro que não joga no futebol europeu. Probabilidade de sagrar-se o melhor do mundo? Bem, ela existe, mas é bem baixa (tudo por causa de um certo Messi…). O importante é que, nesse caso, a indicação já constituiu um feito. É o futebol do menino da Vila rompendo o preconceito europeu.

Em época de euro em baixa, o mercado da bola ainda continua movimentando milhões. Neymar, era certo, iria para a Europa (leia-se: Espanha). Porém, representantes do Santos e do jovem com penteado exótico fecharam novo acordo: Neymar fica. Fica até a copa de 2014.

E ele vai ficando mesmo – até na acepção mais recente do termo. A imprensa não para de arrumar uma namorada para o rapaz. Tudo porque depois da notícia da paternidade – quem diria, O garoto virou pai! –, Neymar estaria livre de marcação. Numa paródia do hino do Santos, o jovem bem que poderia cantar: “Agora quem dá a bola é o Neymar”. E já que ele está com a bola toda, não faltam Marias-chuteiras para dar bola para ele. O maior encanto de Neymar é, sem dúvida, seu bolso.

Na última semana, o jogador passeou com amigos em um iate e pimba! Já surgiu um affair. Claro que o novo rei do futebol desmentiu o boato pelo seu arauto preferido, o microblog twitter. Contudo, aos poucos, Neymar segue a trajetória dos melhores jogadores no que ela tem de pior: sexo, festas e carros de luxo.

Mesmo sob a tutela do pai, Neymar Sr, evangélico e empreendedor, o menino curte a vida em um estilo bem brasileiro: sem compromisso. Neymar é um avatar de Macunaíma, o herói que representa bem o caráter nacional que consiste em não ter caráter.

Impecável mesmo em Neymar é o futebol classe A. E, claro, ele tem lábia. Ele é jovem, com um estilo capaz de agregar valores, capaz de vender qualquer coisa (não à toa, Neymar é garoto-propaganda de inúmeras marcas). Por causa disso, os escândalos vão sendo esquecidos ou minimizados. E ele segue, com ousadia e alegria. Um jeito de menino travesso de quem não é mais menino.

Mas como Neymar amadurecerá, com 160 milhões de brasileiros passando-lhe a mão na cabeça? Parece que sua sina é seguir mimado, vencendo às custas de seu inegável talento. Infelizmente, outros fenômenos passaram pelos gramados trazendo alegria ao povo e esnobando com carros de luxo e belas companheiras. Será que Neymar daqui a vinte anos fará propaganda de cerveja e será comentarista na Globo?


Leia também:

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

COMO UM MARAJÁ


Eu era pequeno quando ouvi a promessa do então candidato Fernando Collor de Melo. Entre outras lorotas, ele disse que acabaria com os marajás. Decerto, não queria concorrência…

Além da vida de gastança (com o dinheiro público) dos políticos, a sociedade tem de conviver com outro parasita: o líder evangélico. Vamos ser mais específicos (afinal, eu também sou líder evangélico e, na melhor das hipóteses, apenas pago minhas contas com alguma sobra).

Estamos falando dos líderes neopentecostais. Suas denominações são construídas em torno de seu carisma. Enquanto o mundo empresarial redescobriu a liderança servil, as igrejas vivem a ditadura carismática. Costuma brincar: se alguém faz curso superior de teologia, pode ser pastor. Mas se não estudar e gritar mais alto, talvez chegue a apóstolo.

No site da revista Veja, mais uma notícia vergonhosa: o bispo Edir Macedo e congêneres tiverem passaporte diplomáticos renovados pelo Itamaraty. Religiosos católicos já possuíam (injustificadamente) essa regalia. Agora, como símbolo de seu status, líderes neopentecostais também.

Quem dera esses marajás da fé recebessem logo a recompensa por iludir o povo sincero! Mas o descrédito que eles trazem ao evangelho não ficará impune! (veja 2 Pe 2:12, 17-20).


Leia mais:



Veja também:

"O DECRETO DOMINICAL JÁ ESTÁ ASSINADO"





Faça o download gratuito de outras palestras:

Avanços ecumênicos da igreja católica, A verdade e a vida, O papa e a política mundial,
O presente que Deus quer dar, Princípio Dia/ano, Critérios para a música sacra, Aguém tem alguma dúvida?

domingo, 6 de novembro de 2011

A MORAL DA HISTÓRIA


Quero uma trena que meça
O horizonte e seus critérios,
O agregado e o posto fora.
Toda a argamassa de impérios,
Seca entre tijolos rígidos,
Não foi pensada em uma hora!
A vontade cerziu nós
E a um mundo concebeu voz.

Mas qual mundo explica o Mundo,
Assistindo ao mochileiro
Com nitência funcional?
Qual mundo é o mais inteiro,
Sem que atomize a Vida,
Fazendo de algo real
O todo da realidade
Aceita pela vontade?

Essa catacrese cósmica
Surrupia os elementos
Disponíveis à pesquisa;
Como explicar os eventos
Propulsores da existência
E o quanto ela sumariza?
Persignar-se ante a matéria
Não passa por opção séria

(Matéria é parte, não todo).
De onde veio a informação
Embutida em nossos genes?
No mundo entende-se a ação
De uma Inteligência acima,
Que legislou leis perenes,
Possibilitando ao humano
Vê-la através de Seu plano.

Volição não faz sentido
Para produtos do acaso;
Mas, se um propósito houvera
Para a Vida, neste caso
Escolher seria um meio
De atingir em nossa esfera
O que a Inteligência-Artífice
Fez para o homem ser partícipe.

Tendo em mãos as ferramentas
Da moral que singra a História,
Pomos a nu um processo
Redentor, calcado em glória:
Aceitamos ver o Mundo
Do modo por Deus expresso.
Trouxe o mal fugaz mudança,
Mas o juízo é a esperança.

O homem integral reage
À voz do Espírito e a aceita,
Razão pela qual transpôs
A incompletude imperfeita,
Do estado ulterior e próprio,
Para a fé que Deus propôs;
Ouvindo o Espírito, nasce
Para estampar Deus na face.

Visões dicotomizadas
Nos prenderam à incoerência...
Crer unificou a Vida
Em torno da Providência.
A cruz chega à última casa
- Na experiência é refletida:
O solipcismo é pregado,
Cristo em mim é levantado.

Ao restaurar o indivíduo,
Fica um prenúncio de um Mundo
Que Deus fará cheirar novo,
No sentido o mais profundo.
Descendo o Príncipe e as hostes,
Trará vida à alma do povo,
Que viveu em função disto,
Ardendo a fim de ver Cristo.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O DEMÔNIO DO DIA INTEIRO


A mídia é demonizada no meio evangélico. Demonizada no sentido literal: se a televisão “é do diabo”, a internet é o próprio! A mídia, certamente, não é o problema. Aquilo que é veiculado, sim. Em um mundo voltado para os interesses próprios, não seria de surpreender que a comunicação e a propaganda militassem contra as coisas espirituais.

Evidentemente, a influência da mídia é suficiente para alterar os valores espirituais mais básicos, se o permitirmos. Quando escrevi Paixão Cega (CPB, 2010), lembro-me de dedicar algumas considerações a um dos maiores riscos que corremos enquanto cristãos: o da acomodação. Ao nos acomodarmos com os valores seculares, perdemos nosso poder de reivindicar a posição de sal da terra e luz do mundo. Deixamos de fazer a diferença. Passamos a ser farinha – e do mesmo saco!

O poder decisório do cristão deve ser gasto para salvaguardar sua rebeldia em relação à pressão midiática. Na prática, leitura da Bíblia, testemunho, oração e dependência de Deus a cada instante. A fórmula não é nova, e nem precisa. O importante é que funciona. Além disso, temos de ser criteriosos. Não se pode ver tudo o que se quer e ainda achar que exista algo como um anti-vírus mental capaz de delir as más influências da mente. Deus pode guardar nossa mente, contudo, ele espera que nós também a guardemos em nossa esfera de responsabilidade.

O Senhor jamais ordenou que cada cristão fugisse para a montanha mais próxima e vivesse em uma caverna longe das “pessoas más”. Seria inviável descartar o contato com todo meio de comunicação. Precisamos é desenvolver senso crítico. E decidir, como Daniel e seus companheiros, firmemente não nos contaminarmos com o que é mal.

Adaptada da minha resenha para a matéria de Comunicação, a qual cursei para a convalidação do curso teológico.