quarta-feira, 1 de junho de 2011

E O MUNDO FICOU AZUL GRENÁ...


Que estranha cumplicidade de acrobatas havia entre o trio de ouro? Juntos, Xabi, Iniesta e Messi provaram no último sábado que é possível uma orquestra ser regida por três maestros. E que sinfonia! O gramado de Wembley, acostumado à força física dos ingleses, sentiu o suave deslize dos bailarinos espanhóis.

O Manchester United bem que tentou. O time de Ferguson, que completa seu jubileu de prata (!) no comando de Los Diablos, teve de se resignar com um honrado segundo lugar. Assistindo à reprise do espetáculo no sábado à noite, dei-me conta de que há muito não via um jogo como este. E, acima de tudo, que o resultado fora merecido: Barcelona 3, Manchester 1.

Wayne Rooney, craque e autor do único tento do Manchester, reconheceu o que já virou jargão no universo da bola: Messi é o melhor! Segundo ele, melhor até do que seus avatares dos games. O baixinho comemorou raivosamente o segundo do Barça, seu primeiro gol marcado na terra da rainha.

Messi driblou, enfezou zagueiros, calou a torcida – e tudo em noventa minutos de glória. Ao fim, festa dos espanhóis. Mas também demonstração de bom mocismo: os jogadores do time catalão formaram uma guarda de honra para a passagem do time rival, e fizeram questão de aplaudi-lo. Puyol, que entrou apenas para receber a braceleira de capitão e erguer a taça do quarto título do Barcelona na Champions League, em um gesto digno, cedeu a vez: desta forma, o jogador francês Abidal, que se recuperou de uma recente cirurgia no fígado levantou a taça.

Olhando para este quadro, a maior vitória do time azul-grená se deu fora do campo. Uma sucessão de fair-plays depois do apito final tornou o Barcelona um time ainda mais admirável. Além da excelência técnica em campo, os jogadores do time espanhol demonstraram um cavalheirismo exemplar. Não sei qual das duas coisas mais o distancia dos times brasileiros…


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