quarta-feira, 8 de junho de 2011

À LAREIRA


Deixe-me ver, acho que ela está… Hum… onde pus
A garrafa de vinho? Está esfriando muito
Rápido – amanhã pode haver chuva. Essa luz,
Será que volta? Achei! No armário, que fortuito!…

Tomara que ela não demore. Já expus
O que penso de nosso envolvimento; o intuito
Não é deixá-la agora. Ah, não! O meu capuz
Molhado sobre a cama! Algum curto circuito

No transformador? Vem logo querida! Tive
De inventar razões para a minha esposa achar…
Opa! A lareira! Há mais lenha? Hei! Quase o declive

Me fez tomar um tombo! E essa dor? Meu peio arde.
Que estranho… Eu… A lareira… A cama… O vinho… Ar, ar!
Não! Onde há mais lenha? A porta – ela… chegou tarde!…

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