terça-feira, 31 de agosto de 2010

JESUS NÃO FOI UMA PESSOA REAL? ISTO É TOLICE!


Por Clay Jones (*)

Primeiramente, e eu não posso enfatizar este pensamento, a noção de que Jesus não foi uma personagem histórica, mas apenas uma reciclagem de antigos mitos, constitui a falácia post hoc ergo propter hoc (depois disto, então por causa disto). Apenas porque algo segue de forma cronológica outra coisa, isto não implica que necessariamente aquilo que o precedeu é sua causa. Por exemplo, se alguém disser “toda vez que levamos Maria ao parque chove; então não levaremos mais Maria ao parque”, ele estaria cometendo a falácia post hoc. Semelhantemente, mesmo que houver cenas paralelas que antecedam a vida de Jesus (as quais não existem), isto não significa necessariamente que aqueles outros mitos foram a causa da crença a respeito de Jesus. Ao contrário, a evidência para a vida de Jesus deve ser examinada em seus próprios méritos.

Segundo, esta ideia está historicamente errada desde o começo. Tryggve N. D. Mettinger em The Riddle of the Resurrection: “Dying and Rising Gods” in the Ancient Near East [O enigma da Ressurreição: “Morte e ressurreição dos deuses” no Antigo Oriente Próximo] escreveu: “Não há, pelo menos que eu saiba , nenhuma evidencia prima facie [à primeira vista] de que a morte e a ressurreição de Jesus seja uma construção mitológica, calcada nos mitos e ritos de morte e ressurreição de deuses ao redor do mundo.” [1]

Eu então menciono especificamente dois deuses que ela [a repórter que consultou Clay Jones] tinha apresentado em um artigo prévio – Krishna e Mithras. Sobre a suposta ressurreição de Krishna, o apologista Mike Licona escreveu o seguinte:

O que Ms. Murdock’s [AKA, Acharya S], afirma sobre Krishna é tão similar a Jesus que o Cristianismo deveria ter copiado do Hinduísmo? Dr. Edwin Bryant, Professor de Hinduismo na Rutgers University é um estudioso em Hinduismo.

Por ocasião da escrita deste paper, ele tinha justamente traduzido o Bagavata-Purana (vida de Krishna) para Penguin World Classics e está atualmente escrevendo um livro que será intitulado A busca pelo Krishna histórico.

Quando eu o informei que Ms. Murdock escreveu um artigo afirmando que Krishna fora crucificado, ele respondeu “que isto é um absoluto e completo non-sense. Não há absolutamente nenhuma menção em qualquer parte que aluda à cruxifixão.” Ele também acrescentou que Krishna foi morto por uma flecha de um caçador, que acidentalmente o acertou no calcanhar. Ele morreu e ascendeu. Isto não é uma ressurreição. Os sábios que foram lá até ele não puderam realmente vê-lo. [2]

Observando Mithras morrendo e sendo levantado, Günter Wagner escreveu: “Mithras não pertence aos deuses mortos e ressurretos, e nenhuma morte e ressurreição ritual têm sido associadas com seu culto em algum tempo. Além disso, levando em conta seu desenvolvimento tardio, não há dúvidas de que o culto a Mithras não influenciou o Cristianismo primitivo.” [3]

Terceiro, há expressivo testemunho extra-bíblico da vida de Jesus. Por exemplo, os romanos suspeitaram que o Imperador Nero teria causado o incêndio que destruiu Roma em 64 d.C. No ano 109 Tacitus escreveu sobre isto:


Consequentemente, para se livrar do falatório, Nero imaginou os culpados e infligiu as mais intensas torturas em uma classe odiada por suas abominações, chamados cristãos pela plebe. Christus, de cujo nome se originaram, sofreu a extrema penalidade durante o reinado de Tiberius sob as mãos de um de nossos procuradores, Pôncio Pilatos. Esta superstição assaz maligna, ainda que suprimida momentaneamente, de novo insurgiu, não somente na Judeia, local de origem do mal, mas em toda Roma, onde todas as coisas repugnantes e vergonhosas de cada parte do mundo encontram seu centro e se tornam populares. Consequentemente, uma sentença foi primeiro ordenada a todos que se revelavam culpáveis; então, por meio de denúncia deles, uma imensa multidão foi aprisionada, não tanto pelo crime de incendiar a cidade, como por serem abomináveis à Humanidade. Zombava-se de cada destino dos que se somavam aos mortos. Cobertos com peles de animais, eles eram despedaçados por cães e morriam, ou eram pregados em cruzes, ou eram queimavam em tochas, servindo como luminárias noturnas, quando a luz solar expirava.” [4]

Aqui Tácito substancia que os cristãos tomaram seu nome de uma personagem histórica chamada Christus que “sofreu a extrema penalidade” durante o reinado de Tiberius, sendo sentenciado por Pôncio Pilatos. E o que a referência à “superstição assaz maligna” poderia ser? Que Jesus ressuscitou dos mortos! Era este testemunho dos primeiros cristãos da ressurreição de Jesus que levou-os a terem seus corpos queimados em sacrifício no coliseu romano.

Quarto, a noção de que Jesus nunca existiu é pregada apenas por extremistas insanos. Eu aponto, a la Gary Habermas, que a devastadora maioria dos estiosos céticos do NT, mesmo aqueles que não se consideram cristãos no todo, consideram Jesus como sendo uma pessoa histórica. Qualquer crente contrário a isto é tolo.

Considere 1 Coríntios 15:3-8:

Pois o que primeiramente lhes transmiti foi o que recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, Segundo as Escrituras, foi sepultado e ressuscitou no terceiro dia, segundo as Escrituras, e apareceu a Pedro e depois aos doze. Depois disso apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez, a maioria dos quais vive, embora alguns já tenham adormecido. Depois apareceu a Tiago e, então, a todos os apóstolos; depois destes apareceu também a mim, como a um que nasceu fora de tempo.

Sobre isso, mesmo o liberal co-fundador do Jesus Seminar, John Dominic Crossan disse que 1 Coríntios foi “escrito em Éfeso no inverno de 53-54 C.E.…” [5] e o estudioso não-cristão do Novo Testamento Gerd Gerd Ludemann escreveu que “nós podemos admitir que todos os elementos na tradição [de 1 Co. 15:3-8] são datados como sendo dos primeiros dois anos após a crucifixão de Jesus.” [6]

Aqui estão mais algumas citações de estudiosos céticos:

John Dominic Crossan: “Que ele foi crucificado é claro como qualquer outro fato histórico poderia ser.” [7]

Crossan: “Eu tomo isto absolutamente para garantir que Jesus foi crucificado sob Pôncio Pilatos. Seguramente sobre o fato da Crucificação derivar não somente de inverossimilhança que os cristãos poderiam ter inventado, mas também de dois primitivos e independentes testemunhos não-cristãos disto, um judeu de 93-94 C.E. e um romano de 110 ou 120 C.E.” [8]

Gerd Ludemann: “É certo que Jesus foi crucificado em torno do ano 30.” [9]

Ludemann: “O fato de Jesus morrer como consequência da crucificação é indisputável.” [10].

Eu enfatizo que estas pessoas seriam os primeiros estudiosos do rank a poderem descrer de que Jesus ressuscitou dos mortos, mas eles certamente não têm dúvidas de que Jesus viveu de novo!

Ela então me perguntou sobre a ressurreição de Cristo (a qual parecia um pouco fora do assunto) e eu apontei que os primeiros cristãos imediatamente começaram a pregar que Jesus foi ressuscitado logo após Sua crucifixão. Assim, o ateu Michael Martin, em The Case Against Christianity [O caso contra o Cristianismo], escreveu que “é correto que a ressurreição foi proclamada pelos primeiros cristãos.” [11] Além disso, considere as palavras de Gerd Ludemann:

Pode ser tomado como historicamente certo que Pedro e os discípulos tiveram experiências depois da morte de Jesus, nas quais Jesus aparece a eles como o Cristo ressurreto… A única coisa que nós certamente podemos afirmar como sendo histórica é que houve aparições da ressurreição na Galileia (e em Jerusalém) logo após a morte de Jesus. [12]

Desta forma, Bart Ehrman, não-cristão e estudioso do Novo Testamento, escreveu:


Historiadores, evidentemente, não têm dificuldades quaisquer para falar sobre a crença na ressurreição de Jesus, desde que isto seja significativo para um registro público. Por ser um fato histórico que alguns dos seguidores de Jesus vieram a crer que ele tenha ressuscitado da morte logo após sua execução. [13]

Lucas 1:1-4: “Visto que muitos têm empreendido fazer uma narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram, segundo no-los transmitiram os que desde o princípio foram testemunhas oculares e ministros da palavra, também a mim, depois de haver investido tudo cuidadosamente desde o começo, pareceu-me bem, ó excelentíssimo Teófilo, escrever-te uma narração em ordem. para que conheças plenamente a verdade das coisas em que foste instruído.”

Amém.


(*) Clay Jones, D.Min., Professor Assistente de Apologética cristã na Biola University. Este artigo é uma adaptação do texto postado originalmente em no blog do autor.


[1] Tryggve N. D. Mettinger, The Riddle of the Resurrection: “Dying and Rising Gods” in the Ancient Near East (Stockholm: Almqvist &Wiksell, 2001), 221. Veja também Jonathan. Z. Smith: “A história da iniciativa comparativa, revisada nestes capítulos, tem sido a história de uma jornada reponsabilizada como má fé. O interesse [dos céticos] tem raramente sido cognitivo, mas de preferência quase sempre apologético. Deste modo, nenhum outro propósito de comparação tem sido entretecido além da genealogia.” Jonathan. Z. Smith, Drudgery Divine: On the Comparison of Early Christianities and the Religions of Late Antiquity, (Chicago: University of Chicago, 1990), 143.
[2] Mike Licona documentou uma conversa pessoal com Edwin Bryant em “A Refutation of Acharya S’s book, The Christ Conspiracy”, http://www.risenjesus.com/index.php?option=com_content&task=view&id=22&Itemid=109 [Accessed 8-12-2010]. Este é um fabuloso recurso para os que argumentam a respeito de comparações entre Jesus, Krishna e Buda. [3]Günter Wagner, Pauline Baptism and The Pagan Mysteries: The Problem of the Pauline Doctrine of Baptism in Romans VI. 1-11, in the Light of its Religio-Historical “Parallels”, trans. J. P. Smith (Edinburgh: Oliver & Boyd, 1967), 67-68.
[4] http://classics.mit.edu/Tacitus/annals.11.xv.html.
[5] John Dominic Crossan, The Historical Jesus: The life of a Mediterranean Jewish Peasant (New York: HarperCollins, 1991), 427.
[6] Gerd Ludemann, Resurrection of Jesus: History, Experience, Theology (Philadelphia: Fortress Press, 1995), 38.
[7] John Dominic Crossan, Jesus: A Revolutionary Biography (San Francisco: HarperCollins, 1987), 179.
[8] Crossan, The Historical Jesus, 372.
[9] Gerd Ludemann, What Really Happened to Jesus?, trans. John Bowden (Louisville: Westminster John Knox, 1995), 8.
[10] Ludemann, Resurrection of Jesus, 39.
[11] Michael Martin, The Case Against Christianity (Philadelphia: Temple University, 1991), 90.
[12] Ludemann, What Really Happened to Jesus?, 80, 81.
[13] Bart D. Ehrman, Jesus: Apocalyptic Prophet of the New Millennium (Oxford: OUP, 2001), 231.

O herói que não vencia

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

CIGARRO: 4 SALÁRIOS MÍNIMOS POR ANO


Dados da Pesquisa Especial de Tabagismo (PETab) revelam que uma família composta por um casal de fumantes, entre 45 e 64 anos, residente em uma cidade da Região Sudeste gasta, por mês, somente com a compra de cigarros, R$ 128,60. Por ano, a despesa chega a R$ 1.543,20.

O gasto com cigarro para um casal de fumantes de qualquer região do País chega a R$ 1.495,20 por ano. Todos os valores foram calculados com base em 2008. Naquele ano, o valor do salário mínimo era de R$ 415, o que levaria esse gasto com cigarro a quase quatro salários mínimos por ano.

O valor gasto pelo casal do Sudeste com cigarro seria suficiente para comprar hoje, agosto de 2010, uma TV de LCD de 32 polegadas (R$ 1.469, preço médio), um computador (R$ 1.300) ou uma geladeira duplex (R$ 1.400).

A PETab revelou ainda que o gasto médio mensal com cigarros industrializados de fumantes acima dos 15 anos no Brasil foi de R$ 55,50. Considerando o preço médio do cigarro no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e o salário mínimo de setembro de 2008, era possível para um fumante de baixa renda comprar 150 maços ao mês, contra os 83 maços, em 1996, e 112 maços, em janeiro de 2003.

Ou seja, com o passar do tempo, ficou mais fácil para pessoas de baixa renda comprarem mais maços de cigarros.

Estadão

Além de gastos financeiros desnecessários, o cigarro traz malefícios para a saúde, os quais são igualmente desnecessários. Deixar este vício é, portanto, uma questão de escolher o melhor para si, em todos os aspectos.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

BRASILEIRO É PRESO COM BÍBLIAS NO EGITO



A lenda sobre as pirâmides admitia que elas desafiavam os viajantes com enigmas, sob o mote: “decifra-me ou te devoro”. Pois não é que surgiu um novo mistério na terra dos antigos faraós?

Desde o dia 17 de Agosto, um guia turístico maranhense (que não teve a sua identidade revelada) está preso no Egito. O motivo? Na bagagem do brasileiro foram encontradas Bíblias e material evangelístico.

Curiosamente, o Egito é um país de maioria islâmica, mas moderado no que diz respeito a manifestações religiosas diversificadas. O caso revela novos pontos de tensão entre Cristianismo e o Islâ? Ainda é cedo para dizer.

Espera-se que não haja um recrudescimento anti-cristão em países e áreas em que a presença de grupos evangélicos já é marcante; do contrário, o cumprimento da pregação poderá se atrasar. Resta esperar na certeza de que o Senhor continua à frente desta obra, que é Dele.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

(LES TROPHÉES)

Do deleite em delito ao exílio subsequente:
Nus de alma, para o externo estertor pendem quedos...
Sofre o Servo de Iavé, pés com pó entre os dedos,
Sem revelar beleza ou porte nobre à gente

– “Eis o meu Filho Amado”: a áclase da Raiz frente
Aos olhos da aridez, que a julgam grão dos medos;
Justo a quem sofre no lugar de homens azedos
(Corações de aclastia ímpar), Servo Paciente.

Abriu a tetramina à eleição de destino,
Resgate validado ao ressurgir da tumba...
Adão, em meio a heróis, a ouvir propalar-se o hino

“Ao Cordeiro a honra, a força, o louvor, a realeza”,
Depõe sua coroa enquanto o hino retumba,
E Jesus vê aos quais comprou com sangue à mesa.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O AMOR ESTÁ ON LINE

As mudanças da internet vieram para reconfigurar o mundo em definitivo. Em grande medida, tais mudanças focam os relacionamentos, haja visto o boom das redes sociais e constante experimentos para substituir o e-mail (que os visionários gostam de ressaltar como tendo os dias contados). A internet passou da informação, à comunicação e, enfim, para a interação. O leque se abriu de forma quase ilimitada, uma vez que, em tempo real, qualquer pessoa goza da possibilidade de interagir com quem quer que seja em qualquer parte do mundo.

Um estudo, divulgado na segunda-feira no encontro anual da Sociedade norteamericana de Sociologia, destacou a vocação casamenteira da internet: 82,2% das pessoas com acesso à rede tinham um cônjuge ou parceiro; 61% dos casais pesquisados eram homossexuais e 21,5%, heterossexuais. Especialmente beneficiados são os grupos com maior dificuldade de encontrar parceiros – caso de homossexuais e pessoas de meia idade em geral. Os pesquisadores apontam que logo a internet substituirá o fator “amigos”, que, desde a década de quarenta, era até então o maior contribuinte para a união de casais.

Todavia, muitos dos relacionamentos on line são superficiais e se desenvolvem numa convivência simulada, diferente de situações reais, do convívio diário. Além disso, viver conectado parece desplugar as pessoas da relação com as pessoas próximas, invertendo a prioridade dos relacionamentos reais para os virtuais. Também é de se questionar a liberalidade dos relacionamentos via web do ponto de vista cristão. Enfim, a potencialidade da internet apresenta alguns riscos e aspectos duvidosos. Requer-se sabedoria para fazer uso da rede sem fazer o coração navegar numa canoa furada.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

AERONÁUTICA RESOLVE CATALOGAR OVNIS

A Aeronáutica brasileira terá procedimento unificado para registro de OVNIS. As ocorrências serão relatas pelo Comando da Aeronáutica (Comaer) e encaminhadas ao Arquivo Nacional. O documento com as novas orientações foi publicado no Diário Oficial; o site Opinião e Notícia divulgou o assunto.

Há uma tendência de governos ao redor do mundo de estudar o assunto. A ênfase na comunicação com extraterrestres e documentação de supostos casos de OVNIS atrai estudiosos sérios, e também grupos melhor definidos como místicos.

Uma vez que o assunto é animado por especulações constantes, conforma-se com o ethos da Modernidade Tardia, empolgado com a possibilidade de verdades ocultas (“A verdade está lá fora”, diria Fox Mulder, da extinta série Arquivo X) e inspirado pelo reencantamento do mundo.

Infelizmente, parece-me que tanto barulho tem abafado a religião bíblica, em pelo menos dois aspectos: ao mesmo que o tema absorve e redireciona a dimensão religiosa, como apêndice do fenômeno ufológico (vale mencionar o clássico Eram os deuses astronautas?, de Erich von Däniken), o interesse pelos OVNIS promove a possibilidade de entrar em contato com uma civilização supostamente superior, que, para muitos significa a melhor alternativa para a crise na sociedade humana do início de século, deixando pouco (ou nenhum) espaço para a esperança da parusia bíblica

Como cristão, não descarto a possibilidade de eventos dessa natureza envolverem manifestações sobrenaturais autênticas, tendo em vista o que a matéria revelada identifica como sendo a natureza da operação satânica (2 Co. 11:14). Pelos fatores mencionados, advogo que todo cristão deveria ficar atento ao crescente interesse pela Ufologia.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

NOVA COLUNA NO PORTAL DA NT

Agradeço às bênçãos que recebi recentemente. Amigos próximos entenderão quando lerem que minha luta dos últimos quatro anos se resolveu como em um passe de mágicas, posto o Senhor ter resolvido a questão, fazendo-me livre para servi-Lo.

Menciono outra graça: o livro que escrevi há algum tempo deixou de ser um “projeto” (como eu me refiria a ele) e está chegando às mãos de centenas de pessoas. Paixão Cega começou a cumprir seu propósito, e que ele seja útil para os jovens adultos do século XXI. Hoje, em especial, também louvo a Deus por participar do canal de notícias da Novo Tempo, sendo um dos colunistas do portal. Ali abordo notícias do cotidiano da perspectiva crítica de um cristão, interessado em interagir com o mundo e avaliá-lo, em busca da melhor alternativa ética. Visite a coluna clicando aqui.

O PODER DA EDUCAÇÃO CRISTÃ

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

DESCRENÇA E FÉ NA FLIP: DOIS LADOS DA MESMA MOEDA

Um dia do ateu, outro dos defensores da religião. Talvez classificar Terry Eagleton como um escritor que defende o Cristianismo seja precipitado. Convidado pela Feira Literária de Parati (FLIP) deste ano, Eagleton parece mais disposto a argumentar sobre a necessidade da religião em termo de contribuições humanitárias. Entrementes, o escritor, que é professor de Literatura Inglesa em University of Lancaster, não crê que Jesus tenha nascido de uma virgem ou mesmo que Ele andou sobre as águas.

Logo, não me parece que seus pressupostos difiram muito dos de Richard Dawkins, o biólogo ateu convidado pela FLIP do ano passado. Em entrevistas, Dawkins exaltou a Bíblia como literatur e admitiu sua contribuição para as grandes obras de arte (e ele próprio admira Bach e alguns poetas). Evidentemente, Dawkins não vê que algo bonito ou inspirador seja necessariamente verdadeiro, e nesse ponto sua lógica é exímia.

Entretanto, o autor de Deus: um delírio derrapa quando atribui a motivação religiosa da música de Bach ao mecenato – o compositor era luterano e, como muitos artistas de sua época, foi fortemente impressionado pela ideologia da Reforma. Isso apenas ilustra como Dawkins minimiza as contribuições cristãs.

Como se vê, a intersecção entre Eagleton e Dawkins está no paradigma de que o melhor da religião está em cabedal moral, em seu consolo, em sua beleza mísitica e numiosa. Ambos ignoram, porém, as evidências em favor da fé cristã, que se fez dependende de acontecimentos historicamente verificáveis para se estabelecer.

Penso que a culpa nem seja dos convidados da FLIP: a responsabilidade cabe aos cristãos, que permitiram que o Cristianismo fosse “civilizado” e embalado para consumo. A fé tornou-se um artigo menor, reduzida a alguns de seus benefícios, enquanto seus alicerces foram erradicados. Falta quem a ponha em seu lugar: uma visão poderosa para explicar o mundo e seus dilemas.