quinta-feira, 8 de julho de 2010

E O BRUNO?

Talento à parte, na história recente do futebol nacional, os jogadores não ficaram conhecidos por seu caráter. O destaque cabe ao Flamengo: Ronaldo migrava para o clube quando se envolveu, vexatoriamente, com travestis. Adriano, repatriado pelo rubro-negro, deu as caras inúmeras vezes na mídia, quer por brigas com a ex-noiva, quer por suposto envolvimento com o crime organizado. Novamente, outro flamenguista ganha notoriedade por razão alheia ao futebol: Bruno, que nunca agiu como um gentleman diante das mulheres, acabou investigado por assassinato. Com prisão decretada, ele e um amigo envolvido, Luiz Henrique Ferreira Romão (o Macarrão), se entregaram à polícia, no último dia 7.

Entre polêmicas passadas e acusações presentes, o goleiro do Flamengo vivia um caso extra-conjugal com a estudante Eliza Silva Salmudio. Em Outubro do ano anterior, a moça chegou a prestar queixas contra o goleiro Bruno, alegando sofrer ameaças por conta da gravidez, supostamente fruto de seu relacionamento com o jogador do maior clube carioca. Desaparecida desde 24 de Junho, o caso passou a ser investigado após denúncia anônima. Vestígios de sangue encontradas no condomínio Turmalina, propriedade de Bruno em Belo Horizonte (MG) e o depoimento de um menor de idade, primo do goleiro, complicaram a versão do jogador, que se dizia chateado com o sumiço da amante e disposto a ver tudo resolvido o quanto antes.

Curiosamente, Bruno se mostrou preocupado com o seu futuro… como jogador! Já em detenção, ele afirma, em um vídeo, que acabaram suas oportunidades para a copa de 2014. Nada mais justo refletir sobre a Copa, depois de participar (conforme os indícios) na execução de um crime hediondo!

Enquanto as investigações seguem, e o Brasil espera pela justiça, temos de pensar no time de valores que a sociedade vem sustentando, a custos altos. O sonho de meninos carentes é alcançar notoriedade através do Futebol, essa fábrica de ídolos imediatos, que seguem comprando carros importados, vivendo em condomínios luxuosos e desfrutando as regalias de uma vida ilícita. Os braços da lei parecem folgados para esse tipo de marginal, aquele que não somente possui colarinho branco, mas um número nas costas e uma torcida que o apóia dentro e fora do gramado. Obviamente, ainda há futebolistas íntegros, muitos deles; entrementes, a maioria desses atletas vem de um meio social em que as noções de moralidade são deficitárias, o que, junto com o rápido crescimento de patrimônio, se torna uma mistura perigosa.

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