sexta-feira, 9 de julho de 2010

TORCER E BEBER: DIZENDO NÃO AO APELO CULTURAL



Enquanto os rituais criam a demanda por produtos, as propagandas nos dão as opções de marcas. Essa ideia, útil para entender o consumo de chocolates na páscoa, serve igualmente para explicar outro ritual integrador da cultura brasileira: o consumo de cerveja durante os jogos da copa.

Quem a defende é o antropólogo Édison Gastaldo. Autor do livro Pátria, chuteiras e propaganda, ele declarou ao site Opinião e Notícia: “O consumo de bebidas alcoólicas, em especial a cerveja, por ser algo popular, está associado a uma prática ritualizada. Beber em grupo traz a ideia de pertencimento a uma grande torcida.”

Gastaldo ainda afirma que o patriotismo aumenta na copa devido à ideia popular da superioridade da Seleção Brasileira. “O Brasil gosta de ser uma potência entre os grandes, tanto que sempre é um dos favoritos a conquistar o mundial. O encanto da Copa é se colocar à prova.” (Percebe-se, neste particular, a confusão do brasileiro: não temos o melhor futebol do mundo; se tivéssemos, decidiríamos a partida final no próximo domingo, com direito à vitória. Nosso futebol é dono do melhor retrospecto. Apenas isso).

Se a ideia de consumir cerveja é cultural, não quer dizer que é justificável quando se examina os prejuízos que o álcool traz tanto para a saúde, quanto no aspecto moral. Pessoas inteligentes sabem separar heranças culturais positivas daquelas que são nocivas, embora enraízadas na psique coletiva.

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