Para muitos, após a eliminação frustrante da Seleção Brasileira da Copa da África do Sul, o vilão não será o holandês Sneijder, autor dos dois gols que enterraram o hexa, mas um brasileiro: Felipe Melo. Vencedor absoluto em 2003 pelo Cruzeiro, o jogador continuou em ascensão pela Europa: comprado em 2008 pelo time italiano Fiorentina por € 25 milhões, Felipe é um dos jogadores nacionais mais caros da história. O técnico Dunga o convocou, apesar das críticas, principalmente referentes ao temperamento do atleta. E, justamente, esse traço negativo de Felipe Melo apareceu na última participação brasileira na copa.
Após um primeiro tempo primoroso, o Brasil voltou acomodado com um gol feito por Robinho. Aos dez minutos da etapa inicial, Felipe Melo mandou uma bola cheia de açúcar para o camisa 11 da Seleção canarinho. Entretanto, a equipe do técnico Bert van Marwijk voltou outra. E se não era ainda a laranja mecânica da década de 70, pelo menos a Holanda se mostrou uma seleção superior à brasileira. O empate veio aos 10, num cruzamento desprentencioso que encontrou Felipe Melo embolado com o goleiro Júlio César. Conclusão: o árbito deu gol contra de Melo, apesar do chute intencional de Sneijder.
Com mais doze minutos, o time holandês conseguiu a virada, novamente com Sneijder. E com o time de “Vans” à frente, o fator emocional pesou. Os brasileiros se esqueceram do significado de seleção e cada jogador parecia um átomo acelerado em direção ao gol laranja. Nesse momento de nervosismo, Felipe Melo cometeu a falta em Robben, para em seguida pisar no atleta já caído. Sem argumento: o cartão vermelho foi bem aplicado pelo juiz japonês Yuichi Nishimura.
Seria correto crucificar Felipe Melo pela imaturidade? Talvez ele nem estivesse mais nervoso que o restante da equipe. Mas aqui vale duplamente o princípio Delenda est Cathargo. A frase latina (“Catargo deve ser destruída”) é uma advertência atribuída a Catão, que se mostrou justificada quando o inimigo mostrou seu poder de fogo contra Roma. No caso do jogo de hoje, ela se aplica tanto à acomodação brasileira que impediu que a partida fosse logo definida em favor de nossa seleção. Mas também implica num maior controle emocional dos brasileiros, o fator responsável pelo desespero que se viu quando a Holanda estava à frente do marcador.
Dentro de uma perspectiva cristã, o controle de nossas emoções é um aspecto muito importante do caráter. O domínio próprio é um gomo do fruto do Espírito Santo (Gl. 5:22-23). Cultivado, ele nos garante a vitória emocional em circunstâncias adversar, como se nos tornássemos uma fortaleza inexpugnável (ideia associada à raiz grega da palavra). Precisamos desse equilíbrio, dentro e fora do campo…
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