De
uns tempos para cá, aumentam as tensões entre evangélicos e homossexuais. Nas
últimas décadas, as democracias ocidentais têm provido maior abertura em prol
dos direitos de cidadãos homossexuais. Assuntos como casamento homoafetivo e
adoção de filhos por casais homossexuais estão na pauta da legislação até mesmo
no Brasil. Em contrapartida, seguindo o que creem ser o ensinamento bíblico,
líderes evangélicos (sobretudo de igrejas neopentecostais) continuam a defender
uniões monogâmicas e heterossexuais como constituindo a vontade de Deus.
Pregações raivosas e muitas polêmicas fazem dos movimentos cristãos alvo da ira
de grupos homossexuais.
No
contexto cristão, aparentemente jamais houve divergência significativa entre
católicos e evangélicos, uma vez que a Igreja Católica defendia o casamento
tradicional. É evidente que temos de nos lembrar que, para a Sé romana, a união
matrimonial não passa de um sacramento, concepção que diverge do que a Bíblia
apresenta. Considere-se também que, na prática, a imposição do celibato a
padres, freiras e demais religiosos se associa a uma sexualidade distorcida,
uma vez que não é expressa de forma natural.
Em
sua visita ao Brasil, o papa Francisco acrescentou um capítulo novo ao
entendimento cristão sobre o tema da sexualidade. A bordo do avião em direção
ao Vaticano, o pontífice eleito nesse ano declarou que "Se uma pessoa é
gay, busca Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-lo?". Em
acréscimo, Francisco declarou que os homossexuais, “não devem ser marginalizados,
mas integrados à sociedade”. A mudança de discurso do papa chamou a atenção da
imprensa. Seria esse o caminho?
Em
virtude das mudanças culturais, muitos cristãos têm capitulado e se submetido
ao atual zeigeist. O novo papa aponta
um caminho nesse sentido, de abertura, aceitação e integração. Não há nenhum
problema quanto a isso, dependendo de como se entende esses conceitos. Afinal,
se nos aculturarmos à sociedade, aceitando com naturalidade o estilo de vida
homossexual, teremos de abrir mão do que a Bíblia ensina sobre o assunto.
A
forma de inserção de indivíduos homossexuais na comunidade cristã é algo que
merece nossas mais detidas reflexões. Não basta ressaltar textos bíblicos
contra a prática homossexual, sem que se ofereça o acesso a Jesus, aquele
transforma o coração e o regenera. Apenas Ele nos dá poder para abandonar toda
prática pecaminosa. A homossexualidade é uma condição, em muitos casos, mas uma
condição que pode ser submetida ao poder transformador de Cristo.
Por
outro lado, apenas colocar uma placa à porta da igreja com os dizeres: “homossexuais
são bem-vindos”, é insuficiente (além de constrangedor!); precisamos amar a todos
e agir sem preconceitos, ainda que mantendo as orientações sagradas das
Escrituras em prática. Uma tensão que exige reflexão e, sobretudo, amor.
Um comentário:
Concordo em gênero, número e grau. Deus seja louvado pelo seu texto.
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