A
Verdade é azul. Não o é de fato, contudo, para efeito de exemplo, vamos dizer
que o seja. Isso significa que tudo o que for preto ou cinza ou vermelho difere
da verdade. Como agir com quem ama, defende e acredita nas demais cores, tanto
(ou mais) quanto amamos, defendemos e acreditamos no azul? Vamos respeitá-los
com a mais alta consideração. Ao nos aproximarmos de tais pessoas, ouviremos
com atenção, e, munidos de intenções calorosas, mostraremos amizade e amor em
gestos desinteressados. Oraremos por elas e, se possível, com elas.
Aproveitaremos as oportunidades para usar de persuasão educada e lúcida.
Exploraremos os melhores argumentos em prol do azul, com lógica e
sensibilidade, sem ofender ou agredir.
Pelo
fato de a Verdade ser azul, isso nos fará mais cautelosos. Há muitos tons de
azul. Talvez a perspectiva cultural, personalidade e experiência nos façam
acreditar que o azul claro seja mais distinto do que os demais tons. E o azul
claro nos fará bem durante anos. Entretanto, disso pode nascer uma confusão,
quase inocente, mas perigosa: confundir o azul revelado com o azul de nossa
preferência. Se forçarmos os demais crentes no azul a crer em um azul
particular, aquele que nos agrada, isso será despótico e pretensioso. Deus não
nos pediu que promovêssemos divisões entre azuis, ignorando o parecer e
interpretação dos outros. Afinal, há espaço para todo tipo de azul.
Sempre
haverá pontos cuja tonalidade não poderemos distinguir com clareza – mesmo que
continuem sendo todos azuis. Nisso reside o exercício de humildade, afeição
pelo próximo e disposição de dar ao outro a mesma liberdade que nos apraz
usufruir. Os azuis não precisam aceitar o mesmo tom para se reconhecerem como
irmãos e seguirem com objetivos comuns.
Uma
outra realidade: é provável que surjam elementos híbridos, como verde (azul
acrescido de amarelo) ou roxo (azul miscigenado com vermelho). É igualmente
possível que surja um laranja (cor complementar do azul). Por quê? Alguns
alegaram que se requer adaptação à contemporaneidade; ou que o azul de antes
seja o roxo de hoje; que a intenção seja mais relevante do que a cor
propriamente. Entretanto, com a máxima consideração pelas opiniões divergentes,
aqueles que desejam obedecer a Deus permanecerão com o azul.
De
fato, não importa que em outro país as pessoas tenham se acostumado ao verde,
misturando doses de amarelo com o passar do tempo. Tampouco fará diferença que
algum líder proeminente seja visto defendendo o roxo. Deus dirige um povo e,
simultaneamente, cada um dará conta de si. O ensino do azul continuará sendo
sustentado sob toda pressão cultural de um mundo que não encara com bons olhos
a intransigência e inflexibilidade de princípios. Porém, nós, azuis, sabemos
qual a fonte de nossa crença.
Às
vezes, é fácil justificar racionalmente a escolha pelo azul, explorando dados
da ciência ou apelando à experiência ordinária. Nem sempre se dá assim. Ser
azul é desafiar paradigmas e se ver contra a maré. É suportar a impopularidade.
Surgirão situações em que não fará sentido crer no azul. Não haverá estudos que
comprovem a supremacia da nossa cor; ela parecerá estranha à cultura ou
desagradável aos costumes populares. O que fazer? Se Deus disse, isso tem de
servir para sustentar a nossa confiança. Sobre Ele repousa toda certeza e Sua
Palavra suplanta a experiência humana. Em um mundo de tantas cores, falta
reconhecer a cor necessária. Aqueles que a têm, precisam comunica-la com sinceridade
e comprometimento. Sem medo de ser diferentes ou parecer arrogantes.
A
fome da verdade azul tem tornado tudo mais sombrio e pálido. Façamos nossa
parte.
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5 comentários:
Olá Douglas, assim como os discípulos, após uma parábola contada pelo mestre, que pediam uma explicação mais detalhada do que aquilo queria dizer. Gostaria que, de forma pontual, você dissesse o que caracteriza hoje as mistura dessas cores que supostamente possuem o azul (a verdade) em sua opinião. Abraço!
Oi Fábio.
A situação pode se assemelhar (parábola e explicação), mas espero que ninguém entenda que desejo me comparar Àquele que é incomparável contador de parábolas!
Respondendo sua pergunta: quando cultura, experiência e gosto definem o que cremos, a experiência religiosa se afasta daquilo que foi revelado na Bíblia . E assim,os marcos do povo adventista são substituídos por outras cores, o que sempre representa perigo - o que afeta a identidade, afeta à missão.
Abraços.
Aprecio muito suas reflexões pastor Douglas,mas foi muito filosófico esta reflexão ´´A verdade Azul em meio À Aquarela Secular``,porém, complementando vale lembrar, que diante da busca por um novo ´´TOM`` que estamos enfrentando, e com isso perdendo nossa identidade,reavivamento e reforma é o meio pelo qual o Senhor nos deixou para resgatarmos nossa identidade.
Douglas,
Nem sempre faço comentários, mas estou constantemente acompanhando as mensagens inspiradoras deste blog. Neste texto você se superou, hein? Ou melhor o Espírito Santo se superou na utilização do dom que lhe confiou. Deus te abençoe e continue te usando na Sua causa.
Um grande abraço
José Monteiro
José Monteiro,
Deus seja louvado, meu amigo.
Um abraço e obrigado pelas palavras de estímulo.
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