Com entusiasmo, a Microsoft anunciou seu último
experimento em inteligência artificial: Tay.
Programada para interagir com adolescentes nas redes sociais, Tay evoluiria conforme mantivesse
contato com os usuários. O experimento social promissor durou pouco: em menos
de 24 horas, a Microsoft retirou Tay do ar. O motivo? Usando linguagem
racista – Tay chegou a chamar Barack Obama de macaco –, além de manifestar
ódio contra feministas e aprovar o holocausto, Tay logo trouxe constrangimento para a corporação. Isso porque
simplesmente aprendeu a usar linguagem chula e preconceituosa com os internautas,
exatamente como foi programada a fazer!
A internet, um verdadeiro campo de possibilidades para estudo,
interação e entretenimento, também comporta os milionários portais de conteúdo
pornográfico em full hd e abriga sites de tráfico de armas, drogas e
fóruns para todo tipo de sociopata (nos bytes
obscuros da deep web). A rede mundial
de computadores possui seus caracteres de maldade porque nós somos maus. Afinal,
um vírus afetou irreversivelmente o sistema operacional de cada habitante do
planeta (Jr 17:9; Rm 3:23).
O conflito cósmico entre as
hostes do bem e a infantaria das trevas (Is 14:12-14; Ez 28:14-19; Ap 12:7-12)
se manifesta na internet. Se o
conteúdo on-line é resultado da
interação não presencial dos seres humanos (tele-presença), não necessariamente
obedecendo o ritmo sucessivo de um diálogo em tempo real (assincronismo), fica evidente que a internet, como outras mídias, apenas
exteriorizam aquilo que o homem é no íntimo de suas intenções. Como o estar em
um conflito cósmico reflete a condição humana, a internet, enquanto construção humana, apenas reproduz fidedignamente
esse conflito.
Assim como o conflito exige
um posicionamento de cada um em termos de nos comprometermos com o bem ou com o
mal (lembrando que descaso implica em compromisso com o mal), o mesmo tipo de
compromisso precisa ser visto on-line.
Geralmente simplificamos a questão, condenando sites imorais ou o tempo excessivo de conexão. Porém, a
complexidade do plano virtual obriga o cristão a tratar de modo escamoteado as
suas sutilezas, sempre com boa dose de reflexão. Há dilemas éticos como uso e
compartilhamento de materiais com
direitos autorais, as delimitações para uso de redes sociais no sábado e os
modos apropriados para testemunhar em uma nova realidade em rede.
Acima de tudo, conectados ou
não à rede, todos necessitamos de conexão com o Provedor, por meio de Sua
Palavra, cujo poder transforma nossas perspectivas e nos permite interagir no
conflito cósmico como agentes do bem, compartilhando vidas realmente
transformadas. Se levarmos em conta que, em filososia, virtual não é antonônimo
de real, mas, sim, de atual, poderíamos dizer que as promessas de Deus são
virtuais, no sentido de ser uma potencialidade; apenas pela fé, o que é
potencial se concretiza em nossa vida. E acrescentaríamos: o poder da Palavra é
quem concede acesso ao poder virtual, prometido pelo nosso Intercessor a quem
invocar Seu nome no conflito cósmico. Somente assim seremos atualmente
vencedores.
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