No artigo "Tortura é normal" (da crítica Isabela Boscov, publicado em Veja, de 11 de Julho de 2007), é feita uma crítica à uma situação envolvendo tortura, em um filme voltado para o público infantil. A película em questão é "Quarteto Fantástico e o Sufista Prateado", baseado nos quadrinhos que Stan Lee ( o mesmo de Hulk e Homem Aranha) criou para a Marvel Comics.
Quando o surfista em questão, um arauto de uma entitade cósmica que devora mundos aparece em nosso planeta, é feito prisioneiro de militares americanos, que, de acordo com o artigo "... o submetem a um interrogatório que, alerta o general responsável, envolverá a violação dos direitos humanos. 'Felizmente', completa o general, 'você não é humano'."
O próprio artigo questiona como uma situação dessas pode estar presente em um filme censurado para crianças de até 10 anos. E conclui "Que pareça normal, à maioria dos críticos, que ele se utilize da tortura como artifício narrativo diz mais sobre o estado das nações - ou das nações - do que todos os ensaios publicados sobre o assunto nos últimos anos."
"E por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos.", disse o nosso Salvador.
Não deixa de ser curioso notar que o Surfista prateado representa Galactus, uma entidade cósmica conhecida como "o devorador de mundos"; trata-se de um ser que se alimenta de planetas e que envia "arautos"para escolher suas vítimas. A ficção reproduz as noções de deidades pagãs, sempre dispostas a vir à Terra para causar o mal ou exigir algo (para o seu próprio proveito) do ser humano. O Deus verdadeiro veio ao nosso planeta, mas com o intuito de salvar e beneficiar, não para tirar proveito. Que espécies de valores estamos deixando chegar aos nossos filhos através de "inocentes" filmes?
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