quarta-feira, 25 de julho de 2007

GENOCÍDIO - DEUS ESTAVA NO CONTROLE?


O presente artido, do Dr. Ruben Aguilar, é uma resposta complementar ao debate iniciado com um texto que publicamos anteriormente.


Genocídio,

é um crime contra a humanidade; que consiste em matar, destruir; é também, submeter grupos sociais ou étnicos a condições de vida que causem seu aniquilamento; adotar medidas que evitem o nascimento de prole de grupos sociais. A motivação para efetuar qualquer manifestação de genocídio é de natureza ideológica, principalmente política, social e até religiosa. Ex. a matança de São Bartolomeu, contra os Huguenotes; o holocausto dos judeus na Segunda Guerra Mundial; a matança de sérvios na divisão da Iugoslávia; a matança de povos da Indonésia por forças do exército vermelho, etc.

Segundo esse conceito, também podemos admitir que alguns eventos registrados na Bíblia sejam atos de Genocídio; ex.: a destruição de Damasco, durante o reinado de Rezim da Síria. No entanto, ao considerar as matanças registradas na Bíblia, deve-se tomar em conta que existe uma princípio Divino que gera essa atitude; e que não é de natureza política, social ou religiosa. Esse princípio é o Juízo Divino.

Após a desobediência do primeiro homem, a humanidade ficou sujeita à morte; não como um evento natural, mas como um ato de Juízo: “a alma que pecar, essa morrerá...” Ez. 18:20. Mas Deus não elimina imediatamente ao desobediente; pois a este lhe concede um período de vida para o exercício do arrependimento. No entanto, essa tolerância Divina, é limitada pelo própria transgressão humana: “por três transgressões de ... e por quatro, não sustarei o castigo” Amos 1: 3,6,9,11,13. Isso significa que Deus tolera, figurativamente, três transgressões; mas na quarta, sobrevem o castigo, a morte.

O limite da tolerância Divina terá uma manifestação definitiva no Juízo final, onde toda a humanidade será julgada. No entanto, o V.T. registra que já houve manifestações pequenas desse julgamento final. Alguns exemplos: o Dilúvio, a destruição de Sodoma e Gomorra, a destruição de Samaria, a queda de Nínive, a destruição de Jerusalém, a queda da Babilônia, a destruição das nações cananitas do tempo de Josué. Esses “genocídios”, segundo o registro bíblico, foram desígnios diretos da vontade Divina, como manifestação da Sua Justiça. Em todos esses casos de destruição, a causa é a transgressão e por terem ultrapassado o limite da tolerância Divina.

Devemos notar que na execução do Juízo Divino, são usados diversos instrumentos de destruição como: água, fogo, fenômenos naturais como granizo, exércitos organizados.

No caso específico da destruição dos povos de Cancã, podem se apontar algumas razões como:


  • A pecaminosidade desses povos ultrapassou o limite da tolerância Divina;

  • Eliminar a religião do paganismo para evitar a contaminação ao povo de Deus. Os cultos pagãos eram primordialmente, práticas de sensualidade;

  • Demonstrar o poder de Deus; sendo que as batalhas entre nações eram consideradas como batalhas entre os deuses. O deus derrotado era considerado fraco. A destruição dessas nações era para que outros povos reconhecessem que o Deus de Israel é verdadeiramente Deus poderoso.

Ruben Aguilar, Ph.D.Professor de Antigo Testamento e história do cristianismo do curso de Teologia do UnaspCentro Universitário Adventista,Campus Engenheiro Coelho (SP)


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