terça-feira, 28 de outubro de 2008

DA CONSPIRAÇÃO AO MARKENTING (E OBAMA SAI LUCRANDO)


O plano desmiolado de neonazistas imberbes pode causar o efeito contrário ao do pretendido. Daniel Cowart e Paul Schlesselman (com idades de 20 e 18 anos, respectivamente) foram presos, sob a acusação de pretenderem matar 88 negros (a tiros) e outros 14 (por decaptação), e, de quebra, bolarem um atentado contra o democrata pop-star Barack Obama. Tudo em nome da "supremacia branca", ideal comum a Cowart e Schlesselmanque, que se conheceram recentemente pela internet. É claro que o presidenciável Obama, agora sob forte esquema de proteção, ganhou os holofotes (como se ele precisasse de mais publicidade!).

O jornalista Olavo de Carvalho, em recente matéria no Jornal do Comércio, notou a magnética popularidade de Obama, capaz de atrair inimigos tradicionais americanos "sem que isto desperte contra ele a menor desconfiança do establishment americano". Os efeitos da campanha de Obama, segundo ainda o mesmo articulista, podem ser comparados ao que se viu quando Hitler estava em campanha (1933), no que diz respeito à "amálgama de promessas utópicas, propaganda avassaladora, beatificação psicótica do líder, apelo racial, controle da mídia e intimidação sistemática do eleitorado". O jornalista Michelson Borges, comentando o artigo de Olavo, se pergunta de uma perspectiva profética: "Se ele [Obama] vencer as eleições, o que poderá vir por aí?".

A verdade é que a liderança carismática de Obama, sua postura (que os analistas já compararam a um ator interpretando um presidente, de tão suave e segura) e seu enfoque na mudança conquistaram apaixonados por toda a América do Norte. Ele é o tipo de líder que propõe desafios a seus ouvintes, que dá um certo toque de realismo duro, sem muitos enfeites, o que soa como um pai aconselhando um filho. E agora, a única barreira que poderia haver para a sua eleição, a barreira racial, poderá cair de vez em face de um atentado ridículo que não saiu do papel. Mais do que nunca, milhões de americanos voltaram suas simpatias para o "pobre" candidato ameaçado injustamente de morte. Parece que o tiro de Daniel Cowart e Paul Schlesselman saiu pela culatra.

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