terça-feira, 15 de setembro de 2009

DIANTE DO JUIZ


Vejo livros no altar, grossos, com nomes junto
Às capas, que eram de ouro e ônix, e do átrio os cenhos
Iluminavam suas páginas, assunto,
Rodapés, margens, marca-texto e até desenhos,

Nos quais nada se altera ou se atira ao conjunto,
E o anjo media a altura, e via os desempenhos,
Se atro, se honesto, indo pesar todo bestunto,
Rins, bílis, sangue, baço, artérias e redenhos

Numa balança ao fundo, imensa, e, tendo o peso,
Grava-se sob o título uma das sentenças,
Quer inocente, quer culpado, e em horas densas

Segue-se até que não fique um só livro ileso,
E o Nosso Sumo Sacerdote em Seu Santuário
Media entre o homem e Deus com sangue vicário.

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