terça-feira, 4 de dezembro de 2012

TIRINHAS SEM GRAÇA (DE DEUS)




Uma das partes dos jornais mais procurada é a seção que exibe tirinhas, quadrinhos sequenciados com pitadas de humor (geralmente ácido). Curiosamente, na última sexta-feira (30/11) me deparei com três tirinhas na mesma página de A Folha de São Paulo com temas comuns. As três, de maneira diferente, ridicularizavam aspectos da fé cristã, com maior ou menor desrespeito.
Obviamente, ser politicamente correto não é o papel desse tipo de arte, certo? Ok, mas tudo tem limite. Parece que para muitos humoristas (em diversas frentes de atuação) ser irreverente é uma virtude, até mesmo quando a irreverência se relaciona a coisas que, por definição, se mostram dignas de reverência.
A primeira das tiras, por exemplo, do cartunista Laerte, com non-sense habitual transmite o choque de realidade entre uma experiência extraordinária, ver "um anjo do Senhor", que se torna banalizada pela atitude de desdém do próprio anjo. Embora nesse choque intencional haja a situação cômica (?), é de se questionar que a situação gerada seja compatível com o uso do nome de Deus ou se personifica respeitosamente esse tipo de agente. Querendo ou não, o autor acaba fazendo rir de coisa séria, tratando com trivialidade os mensageiros celestiais.
Na segunda das tiras, o livro caracterizado como "hot" (gíria inglesa com várias conotações, correlata dos termos "picante", "sensual", "atraente", etc) possui alguns "ingredientes": "magia negra, sexo, traição, incesto". Qual seria o livro? Uma das personagens pressupõem tratar-se de um exemplar de ficção atual, e passa a censurar a "literatura moderna", repetindo uma crítica constante a livros como os das séries Harry Potter e Crepúsculo. Para a surpresa dela e do leitor, conhecemos no quadrinho final o livro pela sua capa: é a Bíblia sagrada! A tirinha bem que parece ter seu roteiro assinado por Richard Dawkins, o famigerado ateu que gosta de atribuir componentes semelhantes aos livros bíblicos.
Poderíamos dizer que sim, as Escrituras têm esses elementos, porque, infelizmente, eles fazem parte da experiência humana. Contudo, a Bíblia jamais endossa o incesto, a magia negra, o sexo libertino ou adultério. Ao contrário: rigorosamente os proíbe. Isso é suficiente para detonar a intenção anti-moralista do autor da tira, que parece rir em oculto, como que alegando: "criticam os livros de hoje, mas a Bíblia é mais imoral do que eles!". É claro que tal assertiva não se justifica. Se as Escrituras abordam esses tópicos, sempre em perspectiva negativa, promovem muitas outras coisas santas e justas, como a obediência aos pais, a vida de serviço em prol do semelhante, a observância aos mandamentos de Deus, a justiça com os desfavorecidos, entre outras coisas.
A última das tiras nem mereceria ser citada, dado o grau de imoralidade, blasfêmia e desrespeito para com o Ser Supremo. Sem nos ater aos detalhes, basta dizer que rir do Juízo divino não soa a coisa mais sensata a se fazer, uma vez que todos participaremos dele (Ec 12:12)! Parece que justamente o hedonismo de nosso tempo é que leva ao sentimento de desconforto diante do sagrado, a ponto de a todo instante os homens terem de rir para disfarçar o mal-estar. Claro que reconhecer humildemente a soberania do Senhor seria mais inteligente…

É sintomático que as pessoas argumentem que são apenas quadrinhos inocentes, mero entretenimento e que seria fanatismo retalhar manifestações de humorismo infantil. Obviamente esses comentários sempre acompanham toda discussão dessa natureza. Não que isso surpreenda: afinal, com a decadência da moralidade, tudo se tornou permitido – menos censurar os excessos. Se as pessoas fossem sóbrias moralmente, teriam de se encarar no espelho e teriam de - terrível coisa! – encarar Deus. Nesse caso, muitos preferem continuar rindo dEle e banalizando Sua graça. Sem dúvida, um mundo sem graça…


Um comentário:

Gomes disse...

Deus abençoe a ti e a sua familia. Dizer que Deus é Deus e que todos aqueles q o negam diante dos homens de mesma forma serão negados diante de Deus.