Uma das partes dos jornais mais procurada é a
seção que exibe tirinhas, quadrinhos sequenciados com pitadas de humor
(geralmente ácido). Curiosamente, na última sexta-feira (30/11) me deparei com
três tirinhas na mesma página de A Folha de São Paulo com temas comuns. As
três, de maneira diferente, ridicularizavam aspectos da fé cristã, com maior ou
menor desrespeito.
Obviamente, ser politicamente correto não é o
papel desse tipo de arte, certo? Ok, mas tudo tem limite. Parece que para muitos
humoristas (em diversas frentes de atuação) ser irreverente é uma virtude, até
mesmo quando a irreverência se relaciona a coisas que, por definição, se
mostram dignas de reverência.
A primeira das tiras, por exemplo, do
cartunista Laerte, com non-sense
habitual transmite o choque de realidade entre uma experiência extraordinária,
ver "um anjo do Senhor", que se torna banalizada pela atitude de
desdém do próprio anjo. Embora nesse choque intencional haja a situação cômica
(?), é de se questionar que a situação gerada seja compatível com o
uso do nome de Deus ou se personifica respeitosamente esse tipo de agente.
Querendo ou não, o autor acaba fazendo rir de coisa séria, tratando com
trivialidade os mensageiros celestiais.
Na segunda das tiras, o livro caracterizado
como "hot" (gíria inglesa
com várias conotações, correlata dos termos "picante",
"sensual", "atraente", etc) possui alguns
"ingredientes": "magia negra, sexo, traição, incesto". Qual
seria o livro? Uma das personagens pressupõem tratar-se de um exemplar de
ficção atual, e passa a censurar a "literatura moderna", repetindo
uma crítica constante a livros como os das séries Harry Potter e Crepúsculo.
Para a surpresa dela e do leitor, conhecemos no quadrinho final o livro pela
sua capa: é a Bíblia sagrada! A tirinha bem que parece ter seu roteiro
assinado por Richard Dawkins, o famigerado ateu que gosta de atribuir
componentes semelhantes aos livros bíblicos.
Poderíamos dizer que sim, as Escrituras têm
esses elementos, porque, infelizmente, eles fazem parte da experiência humana.
Contudo, a Bíblia jamais endossa o incesto, a magia negra, o sexo libertino ou
adultério. Ao contrário: rigorosamente os proíbe. Isso é suficiente para
detonar a intenção anti-moralista do autor da tira, que parece rir em oculto,
como que alegando: "criticam os livros de hoje, mas a Bíblia é mais imoral
do que eles!". É claro que tal assertiva não se justifica. Se as Escrituras
abordam esses tópicos, sempre em perspectiva negativa, promovem muitas outras
coisas santas e justas, como a obediência aos pais, a vida de serviço
em prol do semelhante, a observância aos mandamentos de Deus, a justiça com os
desfavorecidos, entre outras coisas.
A última das tiras nem mereceria ser citada,
dado o grau de imoralidade, blasfêmia e desrespeito para com o Ser Supremo. Sem
nos ater aos detalhes, basta dizer que rir do Juízo divino não soa a coisa mais
sensata a se fazer, uma vez que todos participaremos dele (Ec 12:12)! Parece
que justamente o hedonismo de nosso tempo é que leva ao sentimento de
desconforto diante do sagrado, a ponto de a todo instante os homens terem de
rir para disfarçar o mal-estar. Claro que reconhecer humildemente a soberania
do Senhor seria mais inteligente…
É sintomático que as pessoas argumentem que
são apenas quadrinhos inocentes, mero entretenimento e que seria fanatismo
retalhar manifestações de humorismo infantil. Obviamente esses comentários
sempre acompanham toda discussão dessa natureza. Não que isso surpreenda:
afinal, com a decadência da moralidade, tudo se tornou permitido – menos
censurar os excessos. Se as pessoas fossem sóbrias moralmente, teriam de se
encarar no espelho e teriam de - terrível coisa! – encarar Deus. Nesse
caso, muitos preferem continuar rindo dEle e banalizando Sua graça. Sem dúvida,
um mundo sem graça…
Um comentário:
Deus abençoe a ti e a sua familia. Dizer que Deus é Deus e que todos aqueles q o negam diante dos homens de mesma forma serão negados diante de Deus.
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