sexta-feira, 29 de novembro de 2013

DO VAZIO À PLENITUDE



Se o coração fraqueja e perde a frase,
Como se a ferramenta a mão soltasse,
Surge anárquica e sutilmente o impasse
Causado pela fala em tons de gaze.
Sem que a palavra súbita me apraze,
Volto ao coração, vejo-o face a face,
Na espera de que dele a luz saltasse,
De que o inócuo som seja apenas fase.
Não é. O coração tornou-se raso
Como rio que a seca extrai da margem.
Que outras coisas, então, sentido espargem?
Aceito que nada há dentro do vaso.
Suplico, Mestre: que a Palavra viva
Preencha-me qual puro óleo de oliva.


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