I.
Bota
apertada. Pego a blusa que pusera
No
sofá marrom – mais pareciam unidos
Como
um corpo sem viço. Avanço e eis os ruídos.
O
hálito aquece as mãos. Valsa a chuva severa.
Silva
o tempo e o atravesso avulso. Persevera
Uma vontade em tons ocres. Os destemidos
Não
me olham como igual. Os dedos do fé feridos.
Sou
um servo: Deus minera a alma em áspera espera.
A
madrugada draga o esforço. Enquanto fito,
Ardem
as vistas e então se perdem. Mas Alguém
Ordena as nuvens e abre as portas do
Infinito.
Pesa
o calçado ou pesa a vontade egoísta?
A
árvore cinza prova a inconstância do bem,
Em
um mundo em que o belo é um item na lista.
II.
Coisas
distintas são chegar e chegar perto.
Em
desarme anormal; sem ar me arrisco: arisco!
Há
momento em que quero o pé livre, o que é
risco!
Ao
redor, pedras
tão pardas, destino incerto.
Mas
Alguém preparou a mesa no deserto
Para
que eu não perdesse o tempo com petisco.
No
chão há folhas como hulhas – temo e não pisco.
Não
consigo correr! O rumo não acerto.
Falo
e escapa fumaça. Engrossa-me
a garganta
Por
retroceder, sou como um corpo sem viço.
Tudo
escuro na rua. O vendo espanta.
Persevera
a vontade acima, que me guia:
Se
o amanhã não vem, vou. Reaprendo a andar submisso,
Pois
ao chegar será totalmente belo o dia.
Um comentário:
wonderfull!
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