Do existencialismo primitivo ao princípio popeyano: considerações pseudo-acadêmicas
A genética do existencialismo parece não constar nas
discussões filosóficas hodiernas, razão pela qual retomo aqui alguns conceitos
que me parecem fundamentais para uma compreensão mais bem acurada da fundação
do pensamento contemporâneo. Em um famoso discurso de matizes existencialistas,
proferido em Bredock, ainda em 1960, destaco a frase-conceito “yabba dabba doo”
(Flintstone, 1960). De etimologia
incerta, o termo deveria ser submetido não à arqueologia do saber, mas ao
método arqueológico que admite “Algumas vezes, buscar por tesouros perdidos não
é arqueologia. É corrida contra o mal.” (JONES, 1986).
Não é de todo inverossímil pensar nas elucubrações a
respeito do “yabba dabba doo”, grito de alforria contra uma sociedade
conservadora. Aliás, aliada a essa expressão, nos deparamos com outra de teor
igualmente libertário, que remonta a um período posterior: “Capitão Caveeerna”
(CAVERNA, 1977). Em ambas se depreende uma ontologia da rusticidade, e é forçoso
evocar a noção do ser em estado bruto, ou cheio de astúcia, para empregar um
termo caro a Chapolin (1970).
Todavia, o “elo”, no dizer de Cebolinha, seria confinar
tais libelos à sua própria época, esquecendo-se de que “yabba dabba doo”
carrega uma compreensão hermenêutica poderosa – e “com grandes poderes, vem
grande responsabilidade” (PARKER, 1962). Aqui me refiro à vitalidade do ethos primitivo como incentivo
libertário, fator primordial para se reaver a vitalidade em tempos nos quais
sói constatar, no dizer de Hard, “oh vida, oh azar” (1962). É preciso também
constatar, parafraseando o último Yoda, que de mais ânimo precisamos nós para
uma consciência nova ter. Talvez seja uma outra maneira para a experiência de
ativar o sétimo sentido (SEYA, 1986).
Somente a legitimação da consciência histórica evitará auto
repressões frequentes (MENUDO, 1984). Não posso olvidar nesse ponto o tema do
ciúme como forma repressiva (ULTRAJE A RIGOR, 1985). Mensurar o preço da
repressão é medida sinus qua non para
um apelo à experiência yabbadabbaduística. Aliás, outro cuidado que é mister é
mensurar a síndrome do “trauma de Marta” (BATMAN, 2016).
Resta um alento para a condição de insuficiência
instigada pelas demandas dessa selva de Pedras (TITÃS, 1989): a busca por um
elixir potencializador. Isso já é adotado por algumas culturas, como o exemplo
de comidas exóticas (NATIONAL KID, 1960). E não se pode escapar do exemplo
clássico legado pela ideologia popeyana – o famigerado espinafre (POPEYE,
1929). Creio que esses artifícios darão suporte a uma existência municiada de “ousadia
e alegria” (NEYMAR, 2010). Enquanto isso, o ser-aí fica por aí mesmo…
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