quarta-feira, 31 de agosto de 2016

DO EXISTENCIALISMO PRIMITIVO AO PRINCÍPIO POPEYANO


Do existencialismo primitivo ao princípio popeyano: considerações pseudo-acadêmicas




A genética do existencialismo parece não constar nas discussões filosóficas hodiernas, razão pela qual retomo aqui alguns conceitos que me parecem fundamentais para uma compreensão mais bem acurada da fundação do pensamento contemporâneo. Em um famoso discurso de matizes existencialistas, proferido em Bredock, ainda em 1960, destaco a frase-conceito “yabba dabba doo” (Flintstone, 1960). De etimologia incerta, o termo deveria ser submetido não à arqueologia do saber, mas ao método arqueológico que admite “Algumas vezes, buscar por tesouros perdidos não é arqueologia. É corrida contra o mal.” (JONES, 1986).
Não é de todo inverossímil pensar nas elucubrações a respeito do “yabba dabba doo”, grito de alforria contra uma sociedade conservadora. Aliás, aliada a essa expressão, nos deparamos com outra de teor igualmente libertário, que remonta a um período posterior: “Capitão Caveeerna” (CAVERNA, 1977). Em ambas se depreende uma ontologia da rusticidade, e é forçoso evocar a noção do ser em estado bruto, ou cheio de astúcia, para empregar um termo caro a Chapolin (1970).
Todavia, o “elo”, no dizer de Cebolinha, seria confinar tais libelos à sua própria época, esquecendo-se de que “yabba dabba doo” carrega uma compreensão hermenêutica poderosa – e “com grandes poderes, vem grande responsabilidade” (PARKER, 1962). Aqui me refiro à vitalidade do ethos primitivo como incentivo libertário, fator primordial para se reaver a vitalidade em tempos nos quais sói constatar, no dizer de Hard, “oh vida, oh azar” (1962). É preciso também constatar, parafraseando o último Yoda, que de mais ânimo precisamos nós para uma consciência nova ter. Talvez seja uma outra maneira para a experiência de ativar o sétimo sentido (SEYA, 1986).
Somente a legitimação da consciência histórica evitará auto repressões frequentes (MENUDO, 1984). Não posso olvidar nesse ponto o tema do ciúme como forma repressiva (ULTRAJE A RIGOR, 1985). Mensurar o preço da repressão é medida sinus qua non para um apelo à experiência yabbadabbaduística. Aliás, outro cuidado que é mister é mensurar a síndrome do “trauma de Marta” (BATMAN, 2016).

Resta um alento para a condição de insuficiência instigada pelas demandas dessa selva de Pedras (TITÃS, 1989): a busca por um elixir potencializador. Isso já é adotado por algumas culturas, como o exemplo de comidas exóticas (NATIONAL KID, 1960). E não se pode escapar do exemplo clássico legado pela ideologia popeyana – o famigerado espinafre (POPEYE, 1929). Creio que esses artifícios darão suporte a uma existência municiada de “ousadia e alegria” (NEYMAR, 2010). Enquanto isso, o ser-aí fica por aí mesmo…

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