Os pioneiros adventistas eram a fatia mais
insignificante do movimento milerita após o grande desapontamento. Hoje os Adventistas
do Sétimo dia representam o maior grupo que descendeu diretamente da pregação
de William Miller. Knight afirma que um dos fatores decisivos para o
crescimento da facção sabatista foi seu apego a uma mensagem profética, que
continha um diferencial, em termos doutrinários.
Ao encarar sua incumbência profética, os
adventistas não apenas fizeram esforços para publicar periódicos (estratégia
adotadas por dez entre dez grupos cristãos a emergir nos EUA no século XIX);
eles estudaram detidamente as profecias, se organizaram como um corpo
doutrinário coeso (sempre aberto a novas verdades bíblicas) e também se
organizaram formalmente (o que exigiu uma enorme quebra de paradigma, superada
a muito custo).
O movimento adventista nunca foi perfeito ou
reivindicou a possibilidade de se atingir a perfeição em vida. Alguns poucos,
mesmo entre os líderes, fizeram isso; inclusive os que apoiaram a teoria da
carne santa, de clara influência do movimento de santidade metodista, que
acabaria abrindo as portas para o surgimento do pentecostalismo. Entretanto,
essa não foi marca distintiva dos adventistas.
Pelo contrário. Logo os pioneiros se deram
conta de que o movimento adventista era tanto o remanescente da profecia,
quanto a igreja de Laodiceia. Escolhidos, mas mornos – os adventistas cedo
descobriram que “um reavivamento da primitiva piedade” era a cura para os
sintomas de esquizofrenia espiritual que apresentavam.
Ao longo da história, fanáticos, descontentes
e dissidentes acusaram a igreja de apostasia e alegavam sanção divina para
movimentos saídos do adventismo – para logo assistir o fracasso de tais
movimentos. O adventismo permaneceu. Ainda vacilante, dividido entre sua
comissão divina e suas debilidades humanas. Ainda assim, convicto de que é Deus
quem o sustenta e o usará para anunciar a todos o “dia e a hora do juízo” (Ap
14:7).
Não foi muito diferente em relação aos doze
discípulos de Jesus: um deles, o tesoureiro, além de ladrão, vendeu Jesus por
um valor irrisório. Os demais, o abandonaram na hora de Sua prisão – sem contar
um que ainda o negou em vista da prisão iminente. O grupo dos discípulos não
era acolhedor (as mães que levaram seus filhos a Jesus que o digam), nem isento
de preconceitos (se a mulher siro-fenícia ou a samaritana dependessem da atenção
deles…). Três anos e meio ao lado de Jesus não evitaram que eles se
acabrunhassem com a crucifixão. Mesmo após a ressurreição, Jesus ainda ouviu a
pergunta sobre o tempo que Ele restauraria o reino a Israel.
Mesmo assim, eles eram o grupo escolhido por
Deus e não faria sentido algum usar a debilidade deles como escusa para deixar
de seguir Jesus. Igualmente, as fraquezas do adventismo não representam razão suficiente
para entender que ele tenha deixado de ser o movimento dirigido por Deus.
O Senhor
cuida de Seu povo. Por isso ainda existimos. Obviamente, um processo de
refinamento ocorrerá – conhecido entre nós como “sacudidura”. Até lá, devemos
nos ligar a Deus, percebendo a solenidade do tempo e mantendo a ligação com o
povo escolhido. Assim a vitória estará garantida.
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