sexta-feira, 30 de novembro de 2012
terça-feira, 27 de novembro de 2012
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
DEVERIAM OS ADVENTISTAS DEPENDER DE ELLEN G. WHITE?
Antigamente,
os evangélicos nos acusavam de tornar a escritora E. G. White uma espécie de
papisa do movimento. Seus escritos eram denunciados pelos demais cristãos como
substitutos da Bíblia. De fato, desenvolvendo-se o movimento adventista em
contexto de fortes polêmicas, tornava-se mais natural evidenciar o que era o
seu aspecto distintivo. Temas como a guarda do sábado, aniquilacionismo
(imortalidade condicional da alma), doutrina do santuário e o dom de profecia
nos últimos dias perfaziam a pauta dos adventistas de então.
Nas
acirradas disputas travados no período, os pioneiros argumentavam sobre as
bases bíblicas para a permanência no dom de profecia. Demonstravam sua
utilidade e exemplificavam como as exigências fenomenológicas (se as pudermos
chamar assim) se cumpriam plenamente em Ellen G. White. Assim, sua crença na
Bíblia os levava a confiar na direção divina por meio de sua contemporânea.
Depender
da pessoa de Ellen G. White é essencialmente diferente de confiar em seus
escritos. Sendo o modus operandi da Inspiração o mesmo, seria ilógico acusar
qualquer cristão de depender de Mateus, Marcos, Lucas, Pedro, João ou Paulo,
apenas porque reconhecem como inspirados os escritos desses autores bíblicos.
Não que eles como pessoas fossem infalíveis. Nem seus escritos, nem o de seus
pares (como o livro de Atos) escondem os erros dos apóstolos. O fato de eles
serem humanos e meros pecadores escreveram livros canônicos não depõem contra o
que escreveram. Deus falou por meio deles (Hb 1:1).
O
mesmo no que diz respeito aos testemunhos de Ellen G. White: ao reconhecer sua
inspiração, não sancionamos todo comportamento da pessoa de sua autora, como se
ela fosse perfeita - coisa que jamais pretendeu ser. Se Deus falou por
intermédio dela, como fez com Isaías, Elias, João Batista, as filhas de Felipe
ou Tiago, temos de estudar Sua mensagem e aplicá-la em nossa vida. Trata-se de
questão de obediência a Deus, autor da Revelação.
Obviamente,
separamos a vida do profeta e de sua mensagem por questões didáticas. É verdade
que Deus pode usar até pessoas que não completamente fiéis para transmitir algo
específico (Nm 21-24). Entrementes, ele procura pessoas que tenham um
relacionamento com Ele. Assim, os profetas do passado foram reconhecidos como
homens santos, servos de Deus. Não eram perfeitos, mas íntegros em sua devoção
e serviço.
Com
o singrar dos anos, os próprios adventistas absorvem muitas das críticas a eles
dirigidas. Se vivemos em período de cegueira histórica no ocidente, de forma
específica, não fugimos à regra. Em parte, o questionamento sobre a relação de
Ellen G. White com a doutrina da igreja ou mesmo com a Bíblia em geral esbarra
na resistência de muitos adventistas contemporâneos. A razão? Eles pensam mais
como evangélicos, do que como os pioneiros.
É
bem verdade que existe outro extremo, ou qual se vale de uma leitura fanática e
unilateral de Ellen G. White, torcendo o sentido de seus escritos. Nada de
novo: afinal, leituras distorcidas da própria Bíblia são encontradas até no
período apostólico (2 Pe 3:15-16)! Mas até isso parece cada vez mais raro:
tornou-se mais frequente quem rejeite ou limite os escritos da autora. O
equilíbrio na compreensão do material revelado (tanto das Escrituras, quanto
dos testemunhos) ainda é um desafio para o adventismo no século XXI.
Leia também:
terça-feira, 20 de novembro de 2012
CONTEXTUALIZAÇÃO: UMA VIA DE MÃO DUPLA
Contextualizar é a palavra de ordem. O pós-modernismo é um desafio para
a igreja? A Geração Y precisa de maior interatividade nos cultos? O Ocidente
vive profunda transformações e hoje a sociedade se caracteriza como pós-cristã?
Ora, a solução para todas as mazelas do evangelismo cabe em uma palavra:
contextualização.
A contextualização seria tudo isso ou estamos atribuindo poderes mágicos
a ela? É fato que ninguém ouve a mensagem do evangelho se não lhe for
relevante? A relevância, segundo nos explicam, implica em traduzir o evangelho
em termos significativos para determinado cultura. A transmissão do evangelho
não ocorre no vácuo, porque seus ouvintes possuem culturas peculiares.
Por isso, é esperado que o missionário, esteja ele nas Ilhas do Pacífico
ou em no contexto das grandes metrópoles ocidentais, compreenda a cultura das
pessoas as quais pretende evangelizar, o que exige versatilidade, desprendimento
e tolerância extremos. Ele precisa, antes de ser um bom pregador, aprender a
agir como ouvinte.
Falando especificamente do contexto atual, o mundo ocidental não é mais
o quintal da paróquia – está mais para o mar que cerca a ilha chamada igreja.
Abordar as pessoas como se fazia a algumas décadas é frustrante. Não porque
elas estejam menos interessadas em Deus, mas porque perdemos a capacidade de
nos comunicar em termos que sejam compreensíveis. Assim, a
contextualização seria crucial para que o evangelho alcançasse as pessoas.
A eloquência dos promotores da contextualização é inegável e é forçoso
admitir que muito do que dizem seja coerente. Todavia, é óbvio que a mensagem
do evangelho impõe limites a estratégias de aproximação com pessoas de outras
culturas (ou mesmo os secularizados em nossa cultura); afinal, determinados
costumes, embora aceitáveis em uma cultura, estariam contradizendo princípios
bíblicos. Todo missionário, embora necessite se adaptar à cultura, não busca
adotá-la em todos os seus aspectos. Nem poderia. Um pastor missionário na
Albânia relatou que é costume naquele país as famílias distribuírem charutos
caseiros aos visitantes. Nesse caso, oferecer fumo passa a mensagem de acolhimento
e hospitalidade na cultura albanesa. Entretanto, fere o princípio de que o
corpo é templo do Espírito Santo (1Co 10:25). Por constrangedor que fosse, o
missionário cristão deveria gentilmente se recusar a aceitar a oferenda.
A apresentação do evangelho a qualquer cultura deve ser completa, a fim
de que os indivíduos inseridos nela encontrem como expressar e viver as
verdades aprendidas no ambiente de sua própria cultura. Desde Atos 15, a igreja
cristã entendeu que não se faz necessário que o indivíduo migre de sua cultura
para outra, com o objetivo de ser cristão. Aliás, tanto os judeus quanto os
gentios passavam – e ainda passam –, a partir de sua conversão, a viver com uma
cultura matriz (aquela de origem) e uma nova cultura, por assim dizer, que é a
cristã.
O cristianismo está além da cultura judia, ou mesmo de qualquer outra.
Em muitos lugares, ser cristão é ser ocidental. Até hoje paira sobre os missionários
do passado a acusação de transmitir sua própria cultura enquanto pregavam o
evangelho às pessoas. Desconfio que não seja exatamente o cristianismo que seja
identificado como algo ocidental, mas as incoerências dos cristãos.
Pelo menos, assim reagem os muçulmanos diante da imoralidade, vida
desregrada e consumo de bebidas alcoólicas por parte dos cristãos ocidentais. Em
contrapartida, amigos que trabalham como missionários em países muçulmanos
destacam que eles acabam se mostrando perplexos quando descobrem que eles,
sendo adventistas e seguidores de Jesus, não fumam, bebem, comem carne de porco
e se mantém virgens até o casamento.
O evangelho transformador apela a todas as culturas, não porque
facilmente se adapte a elas, ao contrário: porque ela soa diferente de tudo o
que se conhece. Ele desafia todas as culturas, mostrando vidas diferentes como
resultado. Isso não significa que, quando aceitamos o evangelho, nossa cultura
matriz é descartada de todo. Porém, o cristão agora vive de forma agradável a
Deus, sublimando aspectos culturais contrários ao evangelho. Sua cultura matriz
é transformada. Ele deixa de orientar pela cultura para se seguir
exclusivamente aquilo que a Palavra Revelada lhe orienta a fazer, pensar,
comer, sentir, expressar, cantar, viver. E é impossível isso não ser diferente
para alguém que viva em Xangai, Buenos Aires, Paris, São Paulo ou qualquer
parte do mundo!
Aqui está toda a questão crucial: entender o tipo bíblico de contextualização.
Pouco proveito há em conceber a contextualização como mera adequação da igreja
à cultura vigente ou mesmo à qualquer subcultura que se pretenda evangelizar;
quando isso ocorre, não se pode falar em contextualização, mas em
aculturamento. Ironicamente, denominações e movimentos que se aculturaram,
pretendendo alcançar a relevância, se tornaram irrelevantes, sem poder para
influenciar a cultura, posto que se tornaram parte dela.
Por outro lado, a contextualização genuína não altera a essência do
cristianismo, apenas sua abordagem; ela atua evangelisticamente como um
sentimento de levar o evangelho às pessoas onde se encontram, sabendo que isso
será significativo porque o evangelho é uma necessidade profundamente arraigada
no homem – embora não essa necessidade universal não seja universalmente
reconhecida. Daí a necessidade do testemunho, que desperta no pecador (mendigo
ou empresário, xintoísta ou ateu) o reconhecimento da necessidade do Salvador.
A contextualização se torna, desse modo, um processo de mão dupla: a
igreja se adapta às pessoas, que se adaptam às ordenanças de Cristo. Como a
igreja se adapta? Indo buscar essas pessoas dentro de suas realidades, tentando
entender suas necessidades e oferecendo-lhes suporte e amizade desinteresseira.
Esse tipo de contextualização exige, mais do que treinamento, coração; mais do
que estratégia, consagração; mais do que leitura do ambiente, compaixão. Contextualização
com discernimento: uma necessidade de todos os cristãos, em todas as épocas,
para levar o evangelho a todos aqueles que precisam, em todas as épocas.
Leia também:
Marcadores:
cosmovisão,
Mundo religioso,
REFLEXÃO
JESUS, UM SONHO; A IGREJA, UM PESADELO!
"Jesus é um sonho de pessoa. A igreja, um pesadelo de lugar. Não me importaria de estar onde Jesus me levasse, desde que esse lugar não fosse Sua igreja. Afinal, Jesus é o Libertador e a igreja, um presídio. Ele trouxe a verdade aos homens, enquanto a igreja subverteu Sua mensagem e a transformou em um discurso cheio de hipocrisia e fanatismo. Seguir a Jesus é amá-lo no coração. E isso não tem relação com seguir as regras arbitrárias e injustas que a igreja inventou."
Esse discurso povoa a maioria das mentes. A resistência à vida em uma comunidade de fé é desafiadora. Muitos cristãos hoje são crentes sem igreja - não aguentam mais a sufocante experiência de viver com outros cristãos controladores e preconceituosos. Há outros que jamais se imaginaram vivenciando tal convívio. Afinal, qual o problema da igreja?
Obviamente, a igreja não é o lugar perfeito. Lugares perfeitos na Bíblia recebem nomenclatura diversa: Éden, Nova Jerusalém, Nova Terra, etc. Contudo, a igreja é o ideal, o plano divino para aperfeiçoar homens e mulheres. A igreja é o berçário do novo homem, renascido em Cristo Jesus.
E por que a igreja incomoda a tantos? Talvez por ser diferente do que eles imaginam. Diferente até deles mesmos, com suas opiniões, hábitos e disposições peculiares. A igreja desagrada porque desenvolve e requer maturidade - processo sempre doloroso, ainda mais quando se trata de maturidade espiritual.
Especialmente em tempos nos quais toda autoridade levanta suspeitas (infundadas ou não), a autoridade da igreja é questionada. Empurre qualquer árvore e dela cairão dez advogados da espiritualidade livre, sem rédeas. Infelizmente, para eles e seus pares, a igreja possui um norte moral bem definido. Possui crenças milenares. Defende verdades em um mundo que assiste o desfile delas com expressão de tédio, de quem já viu o filme antes.
A igreja se tornou o pesadelo de crentes que tanto não sabem no que creem, quanto o porquê creem. Crentes de nomeada. Qualquer exposição clara sobre assuntos pertubadoramente controversos, como estilos de música apropriados à adoração, o dever perene de dizimar, a noção bíblica do corpo como templo do Espírito Santo ou uso de joias e adornos torce bocas e dispara uma série de comentários descabidos, de gente que opina sem recorrer à Bíblia ou, quando o faz, age de forma a ignorar os princípios hermenêuticos mais elementares. Triste assim. Para pessoas que se acostumaram ao comodismo espiritual para manter seu status quo de Laodiceia, a igreja não poderia deixar de ser o pior pesadelo!
Leia ainda:
Marcadores:
Comportamento,
cosmovisão,
Mundo religioso,
testemunho,
valores
domingo, 18 de novembro de 2012
OS ADVENTISTAS QUE QUERIAM SER APENAS EVANGÉLICOS
Houve um debate necessário dentro do adventismo, o qual consistia em perguntar qual era a relação do movimento com as demais igrejas evangélicas. Corria a década de 1950s. Talvez o esforço exagerado em aproximar adventistas de evangélicos tenha rendido frutos negativos de lá para cá. A bem da verdade, temos de compreender o termo evangélico antes de um juízo de valores.
O evangelho é a boa nova de Jesus, que consiste em compreender fatos históricos associados com a obra salvadora do Deus-homem e seus decorrentes benefícios. Evangélico não é apenas quem diz crer nesse conjunto de verdades: torna-se um termo mais amplo, quando pensamos na gama de tendências abrigadas sob sua nomenclatura: protestantes históricos - quer calvinistas ou arminianos, luteranos ou episcopais - e pentecostais - de todas as ondas, com diferentes ênfases, como glossolalia, exorcismo ou teologia da prosperidade e confissão positiva. O leque de opções oferecido pelo vocábulo "evangélico" é de tal amplitude que confunde mesmo...
Com o fundamentalismo cristão unindo denominações divergentes em causas comuns, a atuação do movimento das mega-igrejas e, mais recentemente, com o movimento da igreja emergente (cristãos pós-modernos), os evangélicos estão mais unidos e próximos do que antes. Para além de confissões, placas de igreja e lideranças beligerantes, ser evangélico é um conceito monolítico. A razão para isso: hoje os evangélicos estão mais unidos em torno do louvorzão, dos shows gospel e de uma experiência religiosa altamente emocional do que em torno de coisas como doutrinas, esforços evangelísticos e posições morais claras. Antes, os evangélicos batiam de porta em porta para convidar para seus cultos. Hoje, eles vão ao festival talento da Globo ou aparecem nos telejornais organizando efusivas edições da Marcha para Jesus.
Muitos adventistas queriam abrir mão de suas doutrinas, diagramas proféticos e cultos onde se estuda a Bíblia para adotarem o entusiasmo dos carismáticos e os acordes dos mega-shows evangélicos. A grama da congregação ao lado parece mais verde. Os métodos dos líderes que enchem suas igrejas encantam pastores adventistas. Participar de Homecoming de Bill Gaither é o sonho dos cantores adventistas "das antigas" - os mais novos adorariam excursionar com Hill Song ou viver de worships...
Hoje, para muitos parece uma atitude "fechada" manter nossa identidade de movimento com cara de século XIX em plena época de internet e consumismo. Querem reforma. Não revivamento e reforma - mas uma espécie de reforma que torne o adventismo o que os evangélicos, grosso modo, estão se tornando - um movimento que se preocupou tanto em se contextualizar que se aculturou.
Confesso meu temor com esse desejo, principalmente porque, como se diz, o que se quer pode se tornar realidade. Infelizmente, esse parece ser o rumo - a despeito disso, há um Deus trabalhando com Seu Espírito entre nós. Que Ele tenha misericórdia de Seu povo. Que Ele nos guie à Verdade (Jo 17:17). E antes que as coisas piorem...
sábado, 17 de novembro de 2012
RELIGIÃO, JOVENS E SENTIMENTALISMO
"Há muito deste sentimentalismo baixo misturado com a experiência religiosa dos jovens nessa época do mundo."
Ellen G. White, Testemonies for Church (Nampa, Idaho; Oshawa, Ontario, Canada: Pacif Press Association, s/d), vol. 2, p. 251. Originalmente: "There is much of this low sentimentalism mingle with the religious experience of the young in this age of the world."
Leia também:
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
5 RAZÕES PARA REJEITAR OS ESCRITOS DE ELLEN G. WHITE
Os adventistas acreditam na permanência dos dons espirituais (1 Co 12:4-7; 13:8-10) e compreendem que o dom de profecia é vigente entre o povo de Deus (1 Co 13:8; 14:5; Jl 2:28), constituindo-se um poderoso instrumento orientador. Reconhecem ainda que Ellen G. White (doravante, EGW), uma das pioneiras e mentoras do movimento, recebeu o dom de profecia, empregado ao longo de seu ministério de praticamente 70 anos. Uma análise do que EGW escreveu com os ensinamentos bíblicos revelaria a harmonia entre eles e sua coerência.
3. Os escritos de EGW representam a visão particular da autora, uma senhora vitoriana que viveu num contexto de evangelicalismo tradicional: a compreensão do contexto cultural em que viveu determinado profeta sempre é útil para compreensão de sua mensagem. Infelizmente, a Alta Crítica dos séculos XVIII e XIX eliminou o fator sobrenatural da Inspiração, creditando a matéria bíblica apenas ao elemento humano. As Escrituras deixaram de ser a Palavra inspirada por Deus para se tornar a palavra de homens místicos. Não se tratava do que Deus dizia, mas do que diziam acerca dEle. O método histórico-crítico, com seus pressupostos naturalistas, ainda sobrevive e, infelizmente, influencia teólogos adventistas, que o adotam integralmente ou de forma adaptada. Como não poderia deixar de ser, a consequência natural é estender essa compreensão aos escritos de EGW, limitando-os ao seu próprio cercado histórico bem delimitado. Quando se parte dessas pressuposições, tanto a Bíblia quanto os testemunhos têm pouco a dizer para o homem do século XXI. Pode-se extrair um princípio aqui ou acolá, mas a maioria das diretrizes estariam "contaminadas" por uma cultura tão distante da nossa que seria ilógico adotá-la por meio de seus princípios. Daí teríamos espaço (na melhor das hipóteses) para o existencialismo cristão, o qual talvez ecoe na abordagem meramente devocional dada aos escritos de EGW, ou na conclusão de que o que ela escreveu não passe de "conselhos", nada que chegue a ser normativo. Obviamente, não há fundamento bíblico para limitar um escrito inspirado à sua cultura. Não estamos negando a influência cultural sobre indivíduos. Mesmo Deus Se sujeitou em diversas ocasiões à cultura humana, como quando Se revelou aos profetos judeus ou encarnou na Palestina do I século. Porém, Deus é um Ser real, e de uma realidade que transcende a cultura. Sua revelação, embora se expresse dentro de culturas particulares, é fruto da obra do Espírito Santo, que de fato falou a indivíduos em dado tempo e espaço (1 Pe 2:20-21). Em conexão com a prática de datar os escritos de EGW, está a acusação de que eles representam um estágio anterior do evangelicalismo, marcado por legalismo e severidade;
Diante de tudo o que expusemos, resta uma decisão. Ou descrermos ou crermos. Evidente que isso tem de ser ponderado e, com espírito de oração, a pessoa sentir que Deus a guia em uma decisão racional. Não é por coincidência que muitas críticas feitas aos escritos de EGW possam ser voltadas contra as Escrituras e vice-versa. A natureza da Revelação é uma só. Se eu encontrasse motivos para descrer da EGW, teria de agir de forma lógica e coerente, rejeitando igualmente a matéria bíblica. Entretanto, Deus tem me conduzido à aceitação de tudo o que Ele inspirou e revelou. Acredito ainda que ser adventista sem aceitar a autoridade profética de EGW em questões como adoração, alimentação, conduta pessoal ou qualquer área da vida cristã é não ser autenticamente adventista. Melhor seria adotar outra confissão cristã. Sei que se trata de uma decisão particular. Porém há um efeito dominó: quem rejeita os escritos de EGW, logo passará a descrer de outros aspectos da fé adventista (o juízo pré-advento se iniciando em 1844, o sábado, a reforma de saúde, etc). Até que ponto seria possível ser adventista sem crer nessas coisas?
Marcadores:
Interpretação bíblica,
Princípios adventistas,
REFLEXÃO,
valores
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
O ESTUDO
Estudar a Palavra divina pela manhã, a cada manhã, abre a fome pelo entendimento dos planos que Ele revelará ao longo do dia. Estudar: não ler por compulsão, culpa ou sentimento de obrigatoriedade. Estudar como alguém que se enamora a cada linha de carta que lhe escreveu um amor distante. Estudar com a fé pequenina, como um grão de mostarda. Mas também estudar com cérebro e objetividade, com método e minuciosamente. Estudar sempre, anotando, resenhando, orando e praticando.
O estudo da Palavra divina é a ferramenta que, nas mãos do Espírito, transforma a percepção, a cultura, os hábitos e gostos. Estudar é viver de forma menos indiferente, arrogante e egoísta. É se abrir para Deus e o próximo. Ligar-se com o Céu na missão de salvar. É conhecer o Outro tal qual Ele afirma ser, sem espaço para especulação doentia e ínfima do homem. O Outro é sempre maior, maior até do que poderia ser dito, não por sua limitação em dizer, mas pela nossa em compreender.
A Palavra divina: alvo do estudo com fé, devoção, inteligência e amor. Sobretudo, amor.
terça-feira, 13 de novembro de 2012
DEUS E O PROCURADOR
Volte e
meia, tudo indica, o procurador Jefferson Aparecido Dias, do
Ministério Público Federal, fica com síndrome de abstinência dos
holofotes e decide, então, inventar uma causa para virar notícia.
Aprendeu, com a experiência, que dar uns cascudos em Deus — nada
menos — ou na fé de mais de 90% dos brasileiros, que são
cristãos, rende-lhe bons dividendos. Eventualmente ele pode juntar o
combate à religião a alguma outra causa politicamente correta (já
chego lá), e aí tem barulho garantido. E, por óbvio, granjeia o
apoio de amplos setores da imprensa, que podem até admirar o
lulo-petismo, mas acham que religião é mesmo um atraso… Acham
legítima a fé num demiurgo mixuruca, mas não em Deus. Entendo. É
uma questão de padrão intelectual.
A mais nova
e essencial decisão deste senhor, da Procuradoria Regional dos
Direitos do Cidadão, de São Paulo, foi entrar com uma ação civil
pública para retirar das notas do real a expressão “Deus seja
louvado”. É o mesmo rapaz que de mobilizou para caçar e cassar
todos os crucifixos de prédios públicos, lembram-se? Também foi
ele que tentou, sem sucesso, levar o pastor Silas Malafaia às barras
dos tribunais quando este protestou contra o uso de santos católicos
em situações homoeróticas numa parada gay. Referindo-se a ações
na Justiça, o pastor afirmou que a Igreja Católica deveria “baixar
o porrete” e “entrar de pau” nos organizadores do evento. O
contexto deixava claríssimo que se referia a ações na Justiça. O
procurador, no entanto, decidiu acusar o religioso de incitamento à
violência. Era tal o ridículo da assertiva que a ação foi
simplesmente extinta. Eis Jefferson Aparecido Dias! Eu o imagino
levando os recortes de jornal para as tias: “Este sou eu…”
Jefferson é
um homem destemido. Não tem receio de demonstrar a sua brutal e
profunda ignorância. É do tipo que diz bobagens de peito aberto.
Depois de gastar dinheiro dos contribuintes com a questão do
crucifixo e com a tentativa de ação contra Malafaia, ele agora se
volta para as notas do real. E justifica a sua ação com esta
boçalidade intelectual:“A
manutenção da expressão ‘Deus seja louvado’ [...] configura
uma predileção pelas religiões adoradoras de Deus como divindade
suprema, fato que, sem dúvida, impede a coexistência em condições
igualitárias de todas as religiões cultuadas em solo brasileiro
(…). Imaginemos a cédula de real com as seguintes expressões:
‘Alá seja louvado’, ‘Buda seja louvado’, ‘Salve Oxóssi’,
‘Salve Lord Ganesha’, ‘Deus não existe’. Com certeza haveria
agitação na sociedade brasileira em razão do constrangimento
sofrido pelos cidadãos crentes em Deus”.
Como se
nota, trata-se de uma ignorância cultivada com esmero, com
dedicação, com afeto até. Jefferson é do tipo que ama as tolices
que diz, o que é demonstrado pelo recurso da enumeração. Trata-se,
assim, para ficar no clima destes dias, de uma espécie de
continuidade delitiva do argumento.
Vamos ver.
O procurador
é o tipo de temperamento que gosta de propor remédios para males
que não existem, o que é próprio de certas mentalidades
autoritárias. Em que a expressão “Deus seja louvado” impede “a
coexistência em condições igualitárias” de todas as religiões?
Cadê os confrontos? Onde estão os enfrentamentos? Apontem-me as
situações em que as demais religiões, em razão dessa expressão,
passaram por um processo de intimidação. Em tempo: Alá é Deus,
doutor! Vá estudar!
Não sei que
idade tem este senhor, mas sei, com certeza, que ele se formou na era
em que o “princípio da igualdade” tem de se sobrepor a qualquer
outro, mesmo ao princípio da realidade e da verdade. Ora, “Deus”
— sim, o cristão! — tem, para as esmagadora maioria dos
brasileiros, uma importância cultural, moral, ética e religiosa que
aqueles outros símbolos religiosos não têm. Todos os brasileiros
são iguais no direito de expressar a sua fé — e isso está
assegurado pelo Inciso VI do Artigo 5º da Constituição, a
saber:“VI
– é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na
forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;”
Ocorre,
doutor Jefferson, que a mesma Constituição que garante essa
liberdade — e que assegura a liberdade de expressão, aquela que o
senhor tentou cassar do pastor Malafaia — também tem o seguinte
preâmbulo:
“Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.”
“Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.”
Como é que
o doutor Jefferson tem o topete de evocar uma Constituição
promulgada “sob a proteção de Deus” para banir das notas do
real a expressão “Deus seja louvado”, sustentando que ela
“impede
a coexistência em condições igualitárias de todas as religiões”?
Doutor Jefferson é macho o bastante (em sentido figurado, claro,
como o emprega o povo) para dar início a um movimento para cassar
Deus da Constituição? Ou, acovardado, ele se limita a perseguir
crucifixos em repartições públicas e a expressão genérica da fé
em cédulas de dinheiro?
A
Constituição que tem “Deus” em seu preâmbulo persegue ou
protege os crentes em Oxóssi?
A Constituição que tem “Deus” em seu preâmbulo persegue ou protege os crentes em Lord Ganesha?
A Constituição que tem “Deus” em seu preâmbulo persegue ou protege os ateus?
A Constituição que tem “Deus” em seu preâmbulo persegue ou protege os crentes em Lord Ganesha?
A Constituição que tem “Deus” em seu preâmbulo persegue ou protege os ateus?
O nome disso
é intolerância. Esse mesmo procurador já tentou processar um outro
pastor evangélicos que atacou o ateísmo — ainda que o tenha feito
em termos impróprios. Já me ocupei de doutor Jefferson neste blog
algumas
vezes
no passado. Quase invariavelmente, ele comparece ao noticiário
tratando de questões dessa natureza, o que, fica evidente,
caracteriza uma militância. O que me pergunto é se este senhor, ele
sim!, por ser eventualmente ateu (e é um direito seu), não tenta
usar uma posição de autoridade que conquistou no estado brasileiro
para impor a sua convicção.
Maiorias,
minorais e respeitoNas
democracias, prevalece a vontade da maioria na escolha dos
mandatários e, frequentemente, no conteúdo das leis. Elas também
se fazem presentes nos costumes e nos valores. Mas o regime só será
democrático se os direitos das minorias forem garantidos. Haver na
cédula do real a expressão “Deus seja louvado” significa, sim,
que este é um país em que a esmagadora maioria acredita em Deus,
mas não caracteriza, de modo nenhum, supressão dos direitos
daqueles que não acreditam em Deus nenhum, que acreditam em vários
deuses ou que simplesmente acham a religião uma perda de tempo. Em
sociedade, a afirmação positiva de um valor não implica,
necessariamente, a cassação da expressão de quem pensa de modo
diferente.
Ora, seria
mesmo um despropósito, meu senhor, que houvesse, no Brasil, com a
história e com o povo que tem, algo como “Lord Ganescha seja
louvado” ou “Oxóssi seja louvado” pela simples e óbvia razão
de que essas, quando considerada a sociedade brasileira no seu
conjunto, são crenças de exceção, que traduzem escolhas e
convicções da minoria do povo. O Brasil é uma nação de maioria
cristã, o que o doutor não conseguirá mudar. O que se exige é que
essa nação resguarde os direitos de quem quer cultuar outras
divindades e deuses ou deus nenhum. E isso está garantido pela
Constituição Brasileira, promulgada “sob a proteção de Deus”.
Finalmente,
o argumento de que o estado é laico — e, felizmente, é mesmo! —
não deve servir de pretexto para que se persigam as religiões. Um
estado laico não significa um estado ateu, que estivesse empenhado
em combater as religiões. A sua laicidade é afirmativa, não
negativa; ela assegura a livre expressão da religiosidade, em vez de
reprimir a todos igualmente. Entendeu a diferença, doutor?
Sei que a
questão parece menor, quase irrelevante. Mas não é, não! Essa é
apenas uma das vezes em que supostos iluministas, falando em nome da
razão, tentam impor uma espécie de censura da neutralidade ao
conjunto da sociedade. Pretendem que escolhas com viés ideológico
sejam apenas as alheias, a de seus adversários. Promovem
permanentemente uma espécie de guerra cultural contra os valores da
maioria para poder acusá-la de autoritária.
Como
sabemos, a cada vez que os ingleses cantam “God save our gracious
Queen” e se ouve o eco lá naquele “novo continente” — “And
this be our motto: ‘In God is our trust’” —, o que se tem é
a voz da ditadura cristã dominando o mundo, não é mesmo?
Deveria
haver um limite para o ridículo, mas não há! Parece que o que
falta ao procurador é serviço!
Marcadores:
cosmovisão,
liberdade religiosa,
Política
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
PARA FORTALECER O INTELECTO
"Nada há mais apropriado para fortalecer o intelecto do que o
estudo das Escrituras. Nenhum outro livro é tão poderoso para elevar os
pensamentos, para dar vigor às faculdades, como as amplas e enobrecedoras
verdades da Bíblia. Se a Palavra de Deus fosse estudada como devera ser, os
homens teriam uma largueza de espírito, uma nobreza de caráter e firmeza de
propósito que raro se vêem nesses tempos."
Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 90.
Marcadores:
Frases,
Literatura,
Princípios adventistas
domingo, 11 de novembro de 2012
A UNIVERSIDADE NO SÉCULO XXI
Texto que publiquei em um fórum (requisito de pós-graduação)
Quando
pensamos em pós-modernidade, temos de encarar mudanças
epistemológicas e éticas, como explicitou Bauman (O mal estar na
pós-modernidade). A relativização do conhecimento e consequente
desconfiança em relação à sua construção (Foucault via em cada
versão da história o relato dos vencedores) parecem contribuir com
o debate contemporâneo sobre a importância e veracidade do
conhecimento.
Esse sitz-in-libem afeta a universade, instituição tradicionalmente tida como formadora do conhecimento científico e digna de respeitabilidade. Talvez seja correto afirmar que a universidade não deva pretender um conhecimento absoluto e inquestionável, meta impossível, ou mesmo que a neutralidade acadêmica, posto que desde Kant e sua weltanschauung, ninguém mais pode acreditar em neutralidade!
A universidade no século XXI assume um caráter de pluridiversidade, abrindo espaço para a convivência de diversas visões acadêmicas. Allan Bloom, em seu clássico The closing of American Mind, protestou contra essa visão, que, a despeito de sua erudição, prosperou. Claro que o relativismo pós-moderno é nociso ao espírito da universidade. Entrementes, pode-se comportar uma visão menos racionalista do conhecimento, como assistimos no século XX.
Esse sitz-in-libem afeta a universade, instituição tradicionalmente tida como formadora do conhecimento científico e digna de respeitabilidade. Talvez seja correto afirmar que a universidade não deva pretender um conhecimento absoluto e inquestionável, meta impossível, ou mesmo que a neutralidade acadêmica, posto que desde Kant e sua weltanschauung, ninguém mais pode acreditar em neutralidade!
A universidade no século XXI assume um caráter de pluridiversidade, abrindo espaço para a convivência de diversas visões acadêmicas. Allan Bloom, em seu clássico The closing of American Mind, protestou contra essa visão, que, a despeito de sua erudição, prosperou. Claro que o relativismo pós-moderno é nociso ao espírito da universidade. Entrementes, pode-se comportar uma visão menos racionalista do conhecimento, como assistimos no século XX.
Tem de haver constante busca de excelência acadêmica, que retorne como benefício comunitário. A busca pelo conhecimento não pode ser um fenômeno circular, um fim em si mesma.
O questionamento maduro e o engajamento social não precisam se divorciar da prática acadêmica, porque a ciência não é desvinculada da realidade de quem a constroi; ao contrario, é legitimada por ela e a legitima. Mais do que diplomas e títulos, é mister que a universidade desenvolva o homem integralmente, porque esse é o verdadeiro objetivo da educação.
Sem dúvida, em seu contexto atual, a universidade deve prover um diálogo com a sociedade que se paute pela solidificação da cidadania solidária e, ao mesmo tempo, uma constante busca de excelência acadêmica, que retorne como benefício comunitário. A busca pelo conhecimento não pode ser um fenômeno circular, um fim em si mesma.
O questionamento maduro e o engajamento social não precisam se divorciar da prática acadêmica, porque a ciência não é desvinculada da realidade de quem a constroi; ao contrario, é legitimada por ela e a legitima. Mais do que diplomas e títulos, é mister que a universidade desenvolva o homem integralmente, porque esse é o verdadeiro objetivo da educação.
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
TRAÇOS DO REINO
Eu provavelmente seja o internauta mais desatualizado! Não acredito que desconheci a existência de um material tão rico e inteligente quanto as tirinhas do blog Traços do Reino. Para reparar minha ignorância, divulgo uma delas, a qual está entre as minhas favoritas (sim, depois que me apresentaram ao material, comecei a ler várias das tiras). Clique na tira para vê-la ampliada. Aproveito para recomendar o ótimo Confissões Pastorais, do meu amigo Pr. Diego Barreto - endereço que inicialmente abrigou Traços do Reino.
Marcadores:
Comportamento,
Princípios adventistas,
Publicidade
FILHO DE BILLY GRAHAM CRITICA REELEIÇÃO DE OBAMA
A reeleição de Barack Obama para a presidência dos Estados Unidos
causou revolta em pastores ligados a instituições conservadoras no país,
historicamente mais próximas do Partido Republicano, atualmente
opositor do governo.
O pastor Franklin Graham, filho do evangelista Billy Graham, afirmou
que Obama pretende levar o país por um “caminho de destruição”, durante
uma entrevista à rede de TV CNN. Franklin lamentou que Obama tenha sido
reeleito e alarmou os telespectadores a respeito do futuro: “Se estamos
autorizando este presidente a nos conduzir pelo caminho por onde ele
deseja que a gente vá, para baixo, acho que vai ser algo perigoso e
poderá significar a destruição desta nação”, disse, segundo o Christian Post.
Porém, Graham foi criticado em relação às suas posturas por outro
pastor conhecido nos Estados Unidos. William J. Barber II, presidente da
NAACP, uma associação cristã que luta pelos direitos civis dos negros,
afirmou, numa carta assinada por ele e por diversos outros pastores, que
os motivos das críticas de Franklin Graham a Obama são pessoais: “Nós
acreditamos Franklin, que você se desviou, seduzido pelos encantos do
dinheiro e do poder. Novamente, com amor cristão, renovamos o nosso
desafio para que você reveja suas posições”.
O fundador do site LivePrayer.com, pastor Bill Keller, afirmou
diversas vezes durante os últimos meses que nenhum cristão consciente
deveria votar no presidente Obama, por suas posturas pró-aborto e união
homossexual. Os ataques de Keller não se contiveram ao presidente, e
foram realizados também contra seu adversário político, Mitt Romney.
Segundo o Christian News Wire,
o pastor afirmou que os cristãos poderiam votar no candidato que vem de
uma família que há cinco gerações contribui para levar almas para o
inferno através do mormonismo.
Para Keller, a eleição presidencial de 2012 era como uma moeda de duas caras lançada por satanás: qualquer escolha seria ruim.
Porém, o site Huffington Post
publicou uma matéria em que líderes religiosos apontavam para as
principais causas que devem ser trabalhadas no próximo governo do
presidente Barack Obama. Os assuntos mais comentados foram diminuição da
pobreza, erradicação da fome, oferta de saúde pública e emprego, além
da valorização da família e defesa da liberdade religiosa em países
muçulmanos.
Fonte: Portal Gospel Mais
Leia também:
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
APENAS O GLACÊ: COMO A REDUÇÃO DO EVANGELHO FAVORECEU AS MUDANÇAS NO CULTO
Por
que a adoração praticada nas igrejas cristãs tem se desviado do padrão admitido
há séculos, com sensíveis variações, e assumido formas diferenciadas, incluindo
expressões teatrais, dança, inserção de vídeos e outras novidades cúlticas?
A
pergunta abre uma série de questionamentos. A revolução tecnológica, que
sedimentou o estabelecimento de uma nova geração – os millenials ou GeraçãoY –
está entre os fatores que contribuem para cobranças por interatividade e
dinamismo no culto cristão. Certamente, o culto nunca deveria ter sido ambiente
para mera assistência passiva. Entretanto, a interatividade exigente do
contexto contemporâneo cobra um padrão de qualidade que se pauta por valores
midiáticos. Não à toa, o departamento de mídia de muitas congregações já recebe
tanta atenção quanto o de louvor.
Contudo,
somente a mudança na sociedade como um todo parece ser razão insuficiente para
dar conta da revolução litúrgica que ora assistimos. Por mais que não se trate
apenas de um “fator externo” (afinal, cristãos nascidos no início dos 1980s
também pertence à Geração Y, apresentando características similares a de não
cristãos que nasceram no mesmo período), a mudança de geração não explica, por
exemplo, a crítica e desestímulo generalizado que mesmo pessoas de outra
geração expressam em relação às liturgias mais tradicionais.
Talvez
o desgaste se deva em parte à falta de ênfase no estudo da Bíblia, focando a
perspectiva total que as Escrituras oferecem. O evangecalismo americano, bem
como sua vertente brasileira, nos transmitem o cristianismo da salvação
pessoal, da experiência com Deus, sem que esse evangelho chegue perto de roçar
o cérebro – nem ao menos de leve. O que a igreja tem a dizer sobre a luta do
sertanejo em terra de coronéis? Ou sobre a corrupção política desmascarada no
julgamento do mensalão? Que esperança prática oferecemos para universitários
com seus desafios intelectuais? Para empresários às voltas com decisões éticas
em meio ao mercado globalizado? Nada temos a dizer-lhes – apenas que se
convertam a Jesus e salvem suas almas!
Nossa
pequenez de visão e falta de abordagem holística diminui o evangelho a uma
experiência menor, fraca. Como se pagássemos o melhor bolo de uma confeitaria e
oferecêssemos apenas o glacê aos convidados. Todos saem comentando que o bolo
deixou a desejar. Pudera! Não provaram do bolo, apenas de uma parte.
Assim,
o pós-modernismo encontrou cristãos com as calças baixas. Toda desconfiança de
verdades instituídas e apelo aos sentidos arrastou os cristãos porque nem eles
se achavam muito bem satisfeitos com sua experiência religiosa de migalhas. Com
um agasalho tão fino o resfriado era certo em meio à travessia pelo luar de
inverno. Com isso, inverteu-se a ordem das prioridades espirituais.
O
culto público deixou de ser o ajuntamento de pessoas de fé dispostas a adorar
unidas em torno de verdades cristãs fundamentais e em sua compreensão unânime
da natureza amorosa de Deus como Pai comum. O culto passa a ser uma experiência
místico-emocional, em que se pode energizar a vida espiritual e obter vitórias
específicas, além de proporcionar satisfação imediata. Antes, ia-se à igreja
reconhecer a Deus e receber Sua instrução. Agora, o motivo é outro:
experimentar a Deus e reclamar Sua bênção imediata. Quem sabe como esse novo
paradigma afetará os adventistas...
Leia também:
Marcadores:
Adoração,
Comportamento,
cosmovisão,
Mundo religioso,
Princípios adventistas,
REFLEXÃO
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
POLEGADA A POLEGADA
"A mais forte prova da queda do
homem de uma condição elevada é o fato de lhe custar tanto voltar. O
caminho de retorno só pode ser vencido por duras lutas, polegada a
polegada, a toda hora. Por um momentâneo ato da vontade pode alguém
colocar-se sob o domínio do mal; mas requer mais do que um momentâneo
ato de vontade partir esses grilhões e alcançar uma vida mais elevada,
mais santa. Pode estar formulado o propósito, iniciada a obra; mas sua
realização exigirá esforço, tempo, perseverança, paciência e sacrifício." Ellen G. White, Conselhos Sobre Educação, p. 243.
terça-feira, 6 de novembro de 2012
OUTRA INSATISFAÇÃO
Outra insatisfação igual não
há!
Ela acabrunha, inquieta; o
que senti
Segmentou o andar, feito o
de um siri.
Que é do norte? A ignorância
disso é má!
Ela estropia o trópico em
que está,
Numa espécie de crise contra
si,
Que prefere o longínquo ao
aqui,
Pois não se é feliz perto
como lá.
Outra insatisfação em lugar
dessa!,
Mais respeitosa aos pés que
andam com pressa,
Sem saber para onde ou
sentir o chão.
Quero me assentar para alívio
da alma,
Contando as opções sobre
minha palma
– E Deus, que guia os pés,
responde: “não”.
Leia também:
O PREÇO DA VIRGINDADE
Li há pouco a notícia de
meninas indígenas cujas virgindades são leiloadas em São Gabriel da Cachoeira,
município lonquinquo do Amazonas (Folha de São Paulo, 4/11, C1). Comerciantes,
políticos e militares estariam entre os envolvidos. Por R$ 20 é possível conseguir
passar a noite com uma menor, com idade entre doze e quatorze anos. Algumas
vítimas relatam terem ganho celulares, chocolates e até roupas dos aliciadores.
Muitas famílias recebem
dinheiro para sustentar a prática de vender suas filhas. Outras são ameaçadas
para não denunciarem o caso. A polícia Federal segue com as investigações, sem
ter havido a prisão de qualquer um dos suspeitos. As denúncias seriam
decorrentes desde 2008 (Idem, p. C4).
Por mais bizarra e asquerosa
que seja a notícia, parece haver pouca tristeza quando se pensa em jovens,
mulheres e homens, os quais têm vendido a pureza sexual por menos ainda. E pior:
de forma voluntária. Refiro-me àqueles que por impulso resolvem “curtir” o
momento. Eles banalizam o sexo, como se intimidade fosse algo para ser
compartilhado com qualquer pessoa, em qualquer lugar e momento.
Entre cristãos, é grande o número
daqueles que não resistem às tentações sexuais, seja na forma de namoros mal
conduzidos, ou quando se apresentam nas imagens de alguns sites. Estão vendendo
algo valioso por uma quantia ínfima.
Virgindade é algo valorizado
por Deus, mas quando se trata de pureza, o preço é mais alto. Muitos que temem
perder a virgindade descuidam com o que veem, ouvem ou tocam. Relacionam a
virgindade com algo físico e até sacrificam a pureza para mantê-la hipocritamente
– seus contatos íntimos e sexuais, embora calculadamente evitem a penetração, numa
pretensa manutenção da virgindade, constituem uma deturpação grosseira do relacionamento
sexual saudável.
Quem se consagra à obediência
dos mandamentos de Deus, estrutura sua conduta sexual de maneira a não ser
dominada pelos impulsos, sabendo expressar sua sexualidade no tipo de
relacionamento apropriado – a associação monogâmica e heteressexual, exclusiva
e partilhada entre duas pessoas, após terem preenchido requisitos sociais e
recebido a bênção divina (algo que as pessoas conhecem como “casamento”).
Quem sabe esperar, é
recompensado com um tesouro incalculável. Compensa chegar virgem ao casamento –
e, principalmente, ser puro antes, durante e depois dele.
Leia também:
Assinar:
Postagens (Atom)