Ávido
de obter quietude
Nesta
Babilônia de afetos
Tão inoportunos.
Corrompo
Pés sofisticados
na lama
– Minha
condição impensada.
Ranjo
os dentes. Eu, torturado,
Vulto
ciclotímico nas ruas,
Parte
do mosaico de ferro;
Nada se
parece com o antes
–
Minha infância sob o concreto
Perde
o colorido. O que resta?
Uma sensação
histriônica,
Digna
de maníacos, surge
Quando
me deparo com prazos.
Sempre
a trajetória das horas,
Vindo
ineludível contra a alma.
Penso.
Consternado. Penso alto.
Penso
em espiral. Logo esqueço.
Ouço ornitorrincos
em pânico,
Todos
afogados. E eu vendo
Ônibus
atrás de dezenas
De outros.
Irritado, desabo.
Quando
anoitecer, dormirei
Perto
da lareira, na praia
Ou na
cordilheira dos Andes.
Tenho
a sensação de que estou
Dentro
do viveiro, cercado
Pelos
papagaios do asfalto.
Com coloração
destacada,
Quais
tagarelices imitam?
Sem ineditismo
aparente,
Fazem
narrações repisadas,
Vasto
vozerio de cópias.
Há infiltração
nos pulmões
–
Pobre ornitorrinco esquecido
Longe
do cortejo de sósias
Presas
à aparência vivaz.
Acho que
domingo retorno
Para me
esquecer de mil caos.
Para me
irritar em parcelas
Menos
repetidas de tempo,
Ávido
de obter quietude
– Quando
anoitecer, dormirei.
Mas
se demorar a dormir,
Posso
ornitorrincos contar
(Contem
os demais seus carneiros!).
Leia também
Passos noturnosUm ato de risco
Delido
Nenhum comentário:
Postar um comentário