Se eu escrevesse um diário, na folha
correspondente ao dia de ontem eu jogaria um pote de nanquim. Já viveu um dia
em que nada, absolutamente nada, desse certo? Assim o dia de ontem foi para
mim.
Minha manhã? A mais estressante possível.
Confusões. Confrontos. Nervos à flor da pele. Mal consegui almoçar, de tão
tenso que me achava. Saí para fazer compras em Maringá, a cidade grande mais
próxima de onde moro. Devido a mudanças no centro, foram removidas algumas
vagas para estacionamento localizadas nos canteiros entre as pistas, forçando a
estacionar longe das lojas. Na prática, isto significou andar bem mais!
Depois da peregrinação, precisei ir ao
supermercado duas vezes. Na primeira, não consegui a lista de compras em meu
e-mail e não havia nenhuma rede wi-fi disponível! Precisei ir até um shopping (outra caminhada) para acessar
os itens a serem comprados. Quem disse que a tecnologia ajuda quando
precisamos?
Ao voltar ao supermercado, já estava passando
minha compra no caixa quando esbarrei em um vidro de leite de coco. Adivinhe se
ele não caiu no chão e sujou minha calça? Junto ao balconista, havia uma
zeladora que acabara de perguntar se precisava limpar algo ali perto. Assim que
derrubei o vidro, o rapaz lhe respondeu: “Agora precisa!”.
Aquilo pareceu a prova final de que meu dia
fora formidavelmente horrível. “Hoje é o dia em que nem deveria ter me
levantado da cama”, disse para a zeladora, como tentando encontrar simpatia
para meus infortúnios. Ela simplesmente retrucou em tom triunfante: “Todos os
dias devemos nos levantar e glorificar a Deus!” Confesso que se ela tivesse
pulado em mim e me acertado no peito com os dois pés não teria doído tanto! Deu
até vontade de dizer: “Muito prazer, senhora, eu sou um pastor adventista.”
Bem, foi melhor nem ter dito mesmo…
Quando voltei para o carro, eu comecei a
pensar, enquanto acomodava as sacolas com as compras, nas coisas positivas que
aconteceram ao longo do dia, negligenciadas em meio à maré de infortúnios. E
havia muitas coisas boas, bênçãos do Pai celestial que não receberam minha
devida gratidão; afinal, eu estava mais preocupado em chorar como uma criança
mimada!
Somente quando nos esquecemos de quem é Deus
e de Sua sagacidade para cuidar dos detalhes de nossa vida é que passamos a
reclamar e ver tudo sob um espectro obscuro. Viver sem considerar a influência
do Senhor em todos os aspectos da vida leva a um dramático descompromisso com
Seus mandamentos. Afinal, por que obedecer a um Deus que nos abandonou?
Tragicamente, se houve abandono, foi de nossa parte, não da do Senhor.
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