sexta-feira, 31 de março de 2017
terça-feira, 28 de março de 2017
domingo, 19 de março de 2017
GERAÇÕES TRABALHANDO JUNTAS PARA CRISTO
Barnabé
e João Marcos, Moises e Josué, Elias e Eliseu, Jônatas e Davi, Jesus e os
discípulos, Abraão e Ló, Esdras e Neemias, entre outros: não é incomum que nas
Escrituras pessoas de faixa etária distinta interajam de forma harmônica. Se na
Bíblia existe discipulado, é certo que muitos dos exemplos dessa prática se dão
em um contexto intergeneracional.
Hoje
há um distanciamento entre indivíduos de gerações distintas por causa da mídia:
especialmente com o advento da cultura jovem, a partir da década de 1950, houve
uma ruptura da continuidade histórica natural, levando a se prescindir da vida
adulta como modelo a ser almejado. Atualmente se faz de tudo para fugir da
frustração indissoluvelmente ligada à maturidade, com suas responsabilidades e
rotinas.
O
bom é ser jovem, jovem eternamente, viver com os pais até os trinta, trabalhando
mais por hobbie do que por realização.
Se na década de 1960, 70% dos homens chegavam aos 30 anos (a) formados, (b)
empregados, (d) casados e (e) com filhos, requisitos da vida adulta, as
estatísticas atuais indicam que apenas 30% dos homens atingem tais metas até os
30 anos. Aliás, poucos ambicionam atingi-las. Se “balzaquiana” indicava a
mulher na casa dos trinta, a mulher madura, poderíamos dizer que no cenário
contemporâneo as cinquentonas são as novas balzaquianas.
Se por fatores sociais os casais demoram a se casar
ou a ter filhos, deveríamos admitir essa cultura no seio do cristianismo? Há sérias
preocupações que envolvem o discipulado da geração atual, especialmente quando
se reflete sobre a influência de padrões seculares sobre esses jovens. Somos chamados
a rejeitar os moldes seculares e renovar nossa mente (Rm 12:2). Alguns pontos
para se meditar:
(1)
Desde a revolução sexual (década de
1960), casamento e atividade sexual se desligaram. Na prática, muitos jovens questionam
sobre a necessidade de assumirem um compromisso (com riscos inerentes) se podem
desfrutar de um envolvimento sexual descompromissado. Eis um dos fatores para
casamentos mais tardios, realizados por pessoas próximas aos 30 anos (além de
um número de casais que passam a dividir o mesmo teto sem nenhum papel
assinado). Embora muitos cristãos se deixem levar pela mesma tendência, o
padrão bíblico não admite sexo pré-marital. Por essa razão, namoros longos e
sem objetivo serviriam apenas para expor um casal cristão à tentação de
praticar o intercurso sexual (ou a fornicar). Embora não exista uma idade concreta
para se casar dentro da Bíblia, particularmente penso que, entre os 21 aos 26
anos é uma faixa etária ideal;
(2)
Pais cristãos devem incentivar e
promover oportunidades para que seus filhos trabalhem o quanto antes. A atividade
profissional é dignificada na Bíblia. A correta disciplina deve empreender
esforços positivos para que jovens reconheçam o trabalho como um mandato
divino;
(3)
Lares cristãos, por meio do culto
familiar, e igrejas, por meio do clube de Aventureiros/ Desbravadores, programa
da Escola Sabatina, Culto jovens e demais oportunidades de treinamento e
práticas missionárias, devem inculcar os princípios bíblicos, debatendo sobre temas
centrais das Escrituras com profundidade; assim, se agirá para que uma geração
pense biblicamente, fazendo contraponto sadio com as influências seculares (as quais se disseminam por meio da mídia e do convívio com não-cristãos). Alguns mitos
cristãos devem ser fortemente combatidos nesse processo: (a) a neutralidade da
mídia; (b) a ideia de sucesso profissional associado com alto rendimento
financeiro; (c) a ideia de sucesso acadêmico associado com instituições
particulares não-cristãs (educação básica) ou públicas (educação superior); (d)
os supostos benefícios do consumismo moderado; (e) a despreocupação com as
questões mais pertinentes de uma reforma de saúde (geralmente reduzida em
termos populares à abstinência à carne suína e derivados); (f) a ideia
reducionista de cristianismo concebido como fé alheia à racionalidade; etc.
As novas gerações precisam estar ligadas mais de
perto com as demais gerações. Sem tal relacionamento, não há transmissão de
valores. Legado chega quando se anda lado a lado. Para discipular os novos, é
necessário quem corajosa, espiritual e conscientemente aceite o desafio.
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quarta-feira, 15 de março de 2017
A PRÁTICA DA ORAÇÃO NO MUNDO MATERIALISTA
Desde
o Iluminismo, passando pela teologia liberal e adentrando no século XX, a
presença divina passou a ser escamoteada, gradativamente diminuída e, finalmente,
rechaçada. Hoje se fala no espaço dado à espiritualidade. Porém, tudo isso em
nível pessoal. Na esfera particular, no fórum íntimo.
No
“mundo real”, a opulência material garantida pelo progresso econômico que se
seguiu ao fim da Segunda Guerra Mundial despertou a cobiça. Produtos feitos
para durar pouco. Propagandas pensadas para vender sentimentos, aspirações e
valores veiculados a quase qualquer produto – até propaganda de banco faz chorar!
A toda hora, somos convidados a ter o último smartphone, o perfume recém lançado, o xampu de eficácia
cientificamente comprovada. Para tudo isso, é preciso gastar tudo, porque gastar
significa desfrutar. O materialismo consumista é uma expressão da confiança
humana nos bens como veículos de desfrutar não apenas da “vida melhor”,
prometida pelo século XX; hoje está à disposição a “vida para ser curtida”, com
coisas inúteis, mas divertidas, ao alcance de todos.
Não
há espaço para Deus nesse espiral pós-moderno de sensações, nesse looping de barganhas midiáticas e
promessas de pote de ouro aqui e agora. Tudo está concentrado não mais nessa vida, mas no agora. Tudo o que importa é o agora. Temos de ver, ouvir a
resposta, tocar as coisas, viver a sensação. Como confiar em um Deus além,
invisível, que, pior!, nem sempre responde (quase nunca responde) as orações no
exato momento em que são feitas?
Confiar
nas respostas de Deus é algo que precisa, como nunca, ser exercitado a cada
instante. Do contrário, fica fácil que mesmo cristãos conscientes vivam como
ateus em sua semana de trabalho. O sábado bíblico (Êx 20:8-11) não é
simplesmente um dia para ter um encontro com Deus, o que, de fato, deve ser
algo diário. O sábado é a renovação do propósito da aliança com o Criador, a
preparação para Seu juízo em favor de Seus santos (Ap 14:6-7) e a dedicação
exclusiva do tempo para Aquele que é Senhor do tempo e da vida. O sábado serve
para se desconectar com os apelos consumistas de um mundo que se acostumou com
aquilo que é imediato. Na calma do dia santo, pode-se renovar o propósito de
servir o Deus que estabeleceu cada coisa para seu próprio tempo (Ec 3:1-8).
Uma
vez renovados, é preciso que empreguemos o tempo dos outros dias para nos
conservar em espírito de oração. Não se trata da regularidade nas orações
pontuais, sempre necessária. Mas o cultivo de uma mentalidade que a todo tempo
converse com Deus e reconheça a necessidade de Sua presença. Afinal, em meio ao
conflito cósmico no qual estamos inseridos, a grande questão não é em que
gastaremos nosso dinheiro ou qual diversão estará à nossa espera. A salvação
está em jogo em cada decisão importante – mesmo naquelas que não se percebem
importantes.
Oramos
porque não estamos seguros em um mundo dominado pelas trevas. Oramos porque há
um Deus que, como um Amigo sempre presente, sente interesse por nós e deseja
nos amparar. Oramos porque Deus é totalmente amável e benevolente, cheio de
misericórdia, amor e paciência. Oramos porque é nossa maneira de amá-Lo por
tudo o que Ele é e tem feito.
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segunda-feira, 13 de março de 2017
A MULHER QUE NÃO CONHECIA BRUCE WAYNE
Estávamos
em um restaurante de um shopping,
aguardando o pedido chegar. Stephanie, nossa bebê, se distraía com músicas
cristãs e livrinhos de plástico contendo histórias bíblicas. Saí da mesa à caça
do banheiro, quando cruzei com os mascarados. Iam excitados, em grupos, falando
coisas que não consegui ouvir. Claro que me indaguei a razão de tanta gente
usar roupas e máscaras tirados da série Star
Wars. Acabei reencontrando outras pessoas vestidas a caráter no corredor
próximo da área em que ficavam os cinemas e minhas dúvidas foram esclarecidas.
Não sei dizer se era exatamente a estreia, mas vi que Rogue One se achava em cartaz. Logo voltei para a direção em que
ficavam os banheiros (localizados do lado oposto em que eu havia me dirigido).
O
famoso bordão "que a força esteja com você" seria reconhecido por
quase qualquer pessoa que cresceu na década de 1980. Menos pela minha esposa
Noribel. Ela não sabia quem era o Peter Parker ou Bruce Wayne. A cultura pop era um terreno (quase) completamente
desconhecido para ela. Minha esposa foi criada como adventista desde os dois
anos de idade (um colportor estudou a Bíblia com os meus sogros; o pai da minha
esposa decidiu-se ao fim do estudo, mas minha sogra demorou ainda dois anos
para se batizar). Noribel cresceu aprendendo com a lição da Escola Sabatina,
participando de acampamentos com os desbravadores, desejando ir para o
internato (o que se realizou na faculdade e graças à colportagem) e
participando dos cultos e programas da igreja.
Se
eu pudesse, daria um doutorado honoris
causa em educação para os meus sogros. Ou em evangelismo voltado às novas
gerações. Como duas pessoas simples souberam criar seus filhos com tanta ênfase
no espiritual? Eu não tive esse privilégio – minha família passou a frequentar
reuniões adventistas quando eu tinha quinze anos (graças a um curso de desenho
que eu fazia). Por isso, eu e minha esposa crescemos com referenciais
diferentes. E sabe qual o prejuízo de crescer com a mínima influência da
cultura pop? Nenhum. Isso não impediu
que Noribel se tornasse uma pessoa sociável, inteligente e divertida. Ela e
muitos adventistas que conheci, vindos de lares realmente cristãos, se
destacavam por terem enraizado em seu caráter conceitos que são a base do
adventismo.
Quem
forma a base para uma nova geração são os pais. A mídia somada com outros
fatores, como as revoluções sociais e tecnológicas, exercerá influência
limitada pela atuação de pais cristãos. Quando nos perguntamos "O que
fazer para alcançar as novas gerações?", estamos mostrando preocupação na
direção equivocada! A pergunta deveria ser: "O que diz a Bíblia?" Quando
pais ensinam seus filhos a pensar biblicamente, eles formam jovens que servirão
como representantes de Cristo entre outros jovens. E o que alcançam pessoas não
são os métodos, mas outras pessoas. A vida transformada prega com eficácia
sobre o evangelho que a transformou.
Fico
feliz quando o culto familiar acaba e a Stephanie folheia sozinha sua Bíblia
ilustrada. Sem saber ler ou falar, ela já é uma investigadora das Escrituras.
Em meio à geração de pessoas confusas, que não aceitam a Verdade única e
abraçam o experimentalismo pragmático para escolher sua espiritualidade, estou
criando uma testemunha. Deus me dê a sabedoria que meus sogros – e tantos outros adventistas fiéis – tiveram.
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terça-feira, 7 de março de 2017
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