Se o arrependimento é a porta escancarada ao céu, o remorso consiste naquela porta entreaberta, pela qual não conseguimos transitar ou mesmo retroceder; e entalamos na indulgência a nós mesmos, certificando-nos de que, se ninguém nos visse e tivéssemos outra oportunidade, cometeríamos outro pequeno delito prazeroso.
A ofensa do remorso nos faz entrar na presença de Deus com o odor de um Judas, que polui o que toca e atrai moscas. Se o arrependimento liberta, o remorso faz mais pesada a carga e frustra a vida de quem, por orgulho, descaso ou culpa, se imagina incapaz de obter perdão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário