Hoje, tudo tem conotação sexual. As louças têm curvas insinuantes e os comerciais de quase tudo apelam para a nudez. Palavras como "penetrar", "pegar", "meter" e "gozar" foram banidas do vocabulário de gente descente - é impossível dizê-las inocentemente sem ser constrangido por risadas maliciosas.
Em contrapartida, as pessoas amam menos. Amam peremptamente. Até que o divórcio as separe. Até que não se aturem mais. Antigamente, a hipocrisia reinava no lar e todos queriam manter as aparências a qualquer custo. Isso explica porque alguns casamentos duravam décadas, mesmo quando o amor não vencera os primeiros dez anos.
Com o advento do divórcio, os noivos entram na relação conscientes de que, caso não dê certo, podem se separar. Eles se unem com a perspectiva de que não serão felizes para sempre. Não será a morte a separá-los; provavelmente, o motivo será outro - um homem mais atencioso ou uma mulher mais atraente.
O que importa é ter prazer, o que se contabiliza em número de vezes que se pratica o ato sexual. Infelizmente, isso é um mito ainda bem difundido. Afinal, algumas pesquisas já revelaram que, independente do número de vezes em que se vai para a cama, a insatisfação sexual é grande e crescente. Voltamos ao ponto: não falta sexo, falta amor.
Ao invés de uma sensualidade banalizada e ubíqua, deveríamos redimencionar a atração sexual, dando a ela nada mais, nada menos do que o seu lugar. Ela é parte da experiência humana, sem servir de substituta ao respeito, a autoestima e à verdadeira consideração pelo interesse de outrem. Entronizar o sexo e colocá-lo em um pedestal é desumanizá-lo. Insinuar e provocar, como artimanha de conquista constante é uma estratégia que revela apenas o grau de desespero de pessoas vazias, que não conseguem vivenciar a completude dos valores familiares. Dai ao sexo o que lhe pertence e a Deus, o que lhe pertece.
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