sexta-feira, 14 de setembro de 2007

A MÚSICA SACRA DENTRO DA COSMOVISÃO ADVENTISTA: INTERPRETANDO E APLICANDO CONCEITOS DE ELLEN WHITE - Parte 4



Já tendo colocado nossa posição sobre o que tem feito os adventistas brasileiros, de forma generalizada, a admitirem um novo paradigma na adoração, trataremos a seguir das “observações pontuais” que o Pr. André Gonçalves fez no final de sua resposta a LG. Apresentaremos suas palavras ipsis litteris, inclusive, obedecendo à numeração que o autor usou, seguidas de nossa posição :


1. “Uma música santa não pode ser identificada com ritmos populares (samba, rock, axé, hip hop, sertanejo, pop, entre outros), que transmitem sentimentos e ideais mundanos (como sensualidade, protesto, revolta, satisfação egoísta, etc.).”

Essa afirmação é apresentada sem comprovação. O uso do tal do ‘senso-comum’ é um meio medíocre de argumentar.

Já argumentamos anteriormente sobre a influência da cosmovisão na música (veja o tópico “A subjetividade de critérios filosóficos/teológicos para nortear a música cristã contemporânea"). Se adoramos a um Deus santo, tenderemos a desenvolver uma espécie de adoração cuja forma seja compatível com a reverência requerida diante de Sua santidade. Em contrapartida, ao admitirmos conceitos baseados em nosso critério pessoal ou focando em nossa satisfação, a cosmovisão desenvolvida será contrária à adventista, e, conseqüentemente, nossa adoração será diferente da que se espera como resultado da vivência propriamente adventista. Que a presença de seres santos é incompatível com determinados tipos de música popular fica evidente pelo texto seguinte:

“Voam anjos em torno de uma habitação além. Jovens estão ali reunidos; ouvem-se sons de música em canto e instrumentos. Cristãos acham-se reunidos nessa casa; mas que é que ouvis? Um cântico, uma frívola canção, própria para o salão de baile. Vede, os puros anjos recolhem para si a luz, e os que se acham naquela habitação são envolvidos pelas trevas. Os anjos afastam-se da cena. Têm a tristeza no semblante. Vede como choram! Isso vi eu repetidamente pelas fileiras dos observadores do sábado, e especialmente em ______.”
1

Como se vê, nossa argumentação se vale de provas, não do “senso-comum”.2

2. A nota de rodapé nº. 10, com a qual eu concordo, que diz que “Assim como o jazz, que a influenciou, a Bossa Nova pode ser considerada uma linguagem, uma maneira de pensar e fazer música. Por ser uma concepção musical não redutível a um determinado gênero, comporta manifestações variadas: sambas (Tem dó, de Baden Powell e Vinícius de Moraes), marchas (Marcha da quarta-feira de cinzas, de Carlos Lyra e Vinícius de Moraes), valsas (Luiza, de Tom Jobim), serestas (O que tinha que ser, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes), beguines (Oba-lá-lá, de João Gilberto) etc.” “Bossa Nova: uma batida diferente” em http://www.dianagoulart.pro.br/english/artigos/bossa.htm), mas percebo um uso de poucas citações para comprovar uma idéia. Qualquer estudo mais sério mostraria com clareza as várias origens da Bossa Nova que inclui o Jazz, mas que vai bem além disso, já que a própria Bossa Nova influenciou o Jazz também. A Bossa Nova está para o Jazz como o Jazz está para a Bossa Nova. Isso significa que são linguagens musicais equivalentes e não ramificações uma da outra. Esse tipo de embasamento permeia todo o artigo. É uma forma superficial de argumentação e característica de um estudo apologético em vez de um estudo pela busca da verdade.


Queremos primeiramente perguntar: se André concorda com as informações da nota de rodapé n° 10 de LG, porque, a seguir, ele as contesta? Não teria sido melhor dizer que “concorda parcialmente”? André se olvida de que o objetivo de LG não é rastrear a história do desenvolvimento musical da Bossa-nova, mas mostrar como este gênero popular é inadequado para ser usado no louvor. O ponto central é perdido de vista (talvez como forma de minar minha argumentação ou por falta de maior esclarecimento por parte do Pr. André). No demais, o texto simplesmente coloca o papel do jazz de ter influenciado a Bossa em seu início, o que seria de se esperar, uma vez que o jazz surgiu primeiro!

Mas, pelo que escreve, André estaria assumindo que podemos usar música popular (como os exemplos que citei) na adoração? Cabe a ele responder.

3. “Como a santidade divina pode ser devidamente representada por um ritmo popular, também usado em canções seculares frívolas?” Perguntas retóricas aliada a adjetivos que demonstram opiniões pessoais sempre serão tentativas simplórias de manipular o dito ‘senso comum’, senso que pelo fato de ser utilizado pode ser atestado como mediocridade, já que carece imparcialidade e argumentos fundamentados. Nunca esqueçamos que este ‘senso comum’ já foi utilizado muitas vezes para perseguir uma minoria pensante (e muitas vezes esclarecida) na história deste mundo e este mesmo trará a perseguição de uma minoria no fim dos tempos.

Na retórica, chamamos esta técnica de argumentação, que consiste em usar perguntas e apresentar respostas, de “diatribe”. Se esse recurso é inválido, temos de censurar o próprio apóstolo Paulo que o usa em excesso (p. ex.: Rom. 3:31, 8:31-39). A própria Ellen White utiliza o recurso; vejamos dois exemplos:

“Aqueles Cujo Coração Está no Esforço - Em seus esforços para alcançar o povo, os mensageiros do Senhor não devem seguir as maneiras do mundo. Nas reuniões realizadas, não devem depender de cantores do mundo nem de exibições teatrais para despertar o interesse. Como se pode esperar que aqueles que não têm nenhum interesse na Palavra de Deus, que nunca leram Sua Palavra com sincero desejo de lhe compreender as verdades, cantem com o espírito e entendimento? Como pode seu coração estar em harmonia com as palavras do canto sagrado? Como se pode o coro celeste unir a uma música, que é meramente uma forma?”
3

“Apenas Canto Suave e Simples - Como pode Deus ser glorificado quando confiais para o vosso canto em um coro mundano que canta por dinheiro? Meu irmão, quando virdes essas coisas em seu verdadeiro aspecto, só tereis em vossas reuniões apenas o canto suave e simples, e pedireis a toda a congregação que se una a esse canto. Que importa, se entre os presentes há alguns cuja voz não é tão melodiosa como a de outros! Quando o canto é de molde a que os anjos se possam unir com os cantores, pode-se causar no espírito uma impressão que o canto de lábios não santificados não pode produzir."4

Se o uso da diatribe qualifica “tentativa simplória de manipular o senso comum”, então tanto Paulo quanto Ellen White estariam munidos de más intenções?


4. Uma citação do renomado e polêmico músico Karlheinz Stockhausen sem qualquer alusão ao contexto em que foi feita já demonstra uma falta de cuidado com interpretação e exegese, independente do tipo de fonte citada. Pela maneira com que o autor cita e menciona músicos e música em geral fica evidente que o seu conhecimento de história da música e da própria matéria da música são de fato bastante limitados. Isso não significa que ele não possa argumentar a respeito da mesma, no entanto deveria restringir-se a lidar com o que poderia estar ao seu alcance que, no caso, poderia ser a Bíblia e os escritos de Ellen G. White. Se aventurando num campo desconhecido ele corre o risco de comprometer a sua argumentação em campos em que seja instruído por demonstrar tamanho despreparo e ignorância em assuntos abordados que claramente estão além do seu conhecimento. Só a citação Stockhausen já deixa isso abundantemente claro. Aconselho que pelo menos se conheça um pouco a quem se cita. Neste caso específico, a vida, a música e a obra de Stockhausen e a citação do mesmo constatam o que popularmente poderíamos chamar de um ‘tiro pela culatra’ para toda a argumentação do autor, pois Stockhausen é ícone de renovação e evolução da estética musical a tal ponto que duvido que o autor consiga ouvir uma obra completa dele com apreciação. Eu pelo menos não consigo.

Não é preciso argumentar muito no sentido de desfazer o palavrório contido na observação. Basta esclarecer que cito Stockhausen para fundamentar uma verdade universalmente aceita (a de que a música “tem o poder de influenciar nossa cultura, comportamento, ideologia e sentimentos”) e não porque eu concorde com ele em todos os pontos. Semelhantemente, cito uma frase de Darlene Zschech (“Aquilo com que você se deleita transparece quando dirige o louvor.”)
5 para estabelecer que nossa cosmovisão (incluindo nossos gostos pessoais) transparecesse em nossa forma de adorar; é claro que não concordo com a visão cúltica de Zschech, nem vejo que uma anuência cabal com suas opiniões seja condição sine quan non para citar o que ela afirma de válido e útil dentro de meu contexto.

André, ao introduzir este estranho critério para o uso de citações, pelo qual seríamos obrigados a citar autores com os quais concordássemos plenamente, compromete até os apóstolos bíblicos Paulo e Judas, posto que tais autores canônicos utilizam citações de escritores pagãos (Paulo cita uma frase de Arato, Phaenomena, em Atos 17:5) e apócrifos (Judas menciona uma passagem do livro de Enoque ao se referir a “assunção de Moisés”)
6.
Confirmado o critério do Pr. André, ou ambos os apóstolos não “conheciam a quem citavam” ou concordavam plenamente com eles, razão pela qual deveríamos canonizar os escritos por eles referidos (incluindo as obras de um poeta grego e o livro de Enoque em nossas Bíblias!).

5. A declara[ç]ão sobre a inegável semelhança entre ‘Coração do Pai’ com Anytime do Brian McKnight. Mas o autor do artigo pelo menos tomou o tempo para entrar em contato com o compositor da música, Lineu F. Soares para tirar esta dúvida? Senão esta afirmação caracteriza prepotência e beira ao perjúrio.

A minha afirmação não poderia caracterizar “prepotência” ou beirar “ao perjúrio”, porque esta constatação (sobre a semelhança entre as duas canções) parte de uma observação não-técnica ou de caráter definitivo (demandas sobre autoria musical, plágio e uso indevido não são assunto para artigos, mas tribunais, e mesmos estes passam, não raramente, 10 ou 20 anos para resolver tais pendengas). No demais, qualquer pessoa pode, à vontade, contrastar as músicas ("Anytime" e "Coração do Pai"), notando suas semelhanças e diferenças.

O foco, entretanto, não é o mero cotejo entre as melodias e, sim, até que ponto uma música sacra poderia ser identificada com outra, de caráter secular e popular? André não fez sequer menção à outra música de que tratei, “Serei o seu anjo”, gravada por Leonardo Gonçalves em dueto com Tatiana Costa, a qual se baseia em um sucesso pop-romântico de Celine Dion. Acredito que nem André se arriscaria a defender o indefensável.

Um adendo: há um consenso de que o plágio só é caracterizado pelo uso de oito compassos completos, ainda que não haja um texto legal sobre o assunto que especifique o número de compassos, sendo “muito difícil definir até que ponto apenas foi uma coincidência de seqüência ou houve intenção de se copiar algum trecho.” Em todo caso, “A mesma melodia (usando-se os mesmos acordes da melodia original ou não) é um plágio.”
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6. A citação dos ditos ‘genéricos’, já que o artigo trata do Leonardo, se torna, no mínimo, inadequada sendo que ele não possui influência direta sobre eles, muito menos controle.


“É para nós de suma importância que circundemos a alma com a atmosfera de fé. Cada dia estamos decidindo nosso próprio destino eterno em harmonia com a atmosfera que circunda a alma. Somos individualmente responsáveis pela influência que exercemos, e conseqüências que não vemos resultarão de nossas palavras e ações.”
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7. A citação nº. 13, que discordo de forma veemente: “O teor da polêmica envolvendo o trabalho de Leonardo Gonçalves está no uso constante da técnica do melisma”. Creio que os melismas constituem a razão superficial que de fato advém de uma séria de outras preocupações e sensações sejam elas conscientes ou inconscientes. A grande polêmica já foi abordada, aparentemente inconscientemente, pelo autor do artigo. Trata-se do uso da cultura contemporânea para louvar a Deus. Isso, no entanto, não é algo novo. Quero fazer referência a um excelente artigo ‘O Compositor Cristão no Tempo’ que li muito recentemente no blog do Joêzer (http://notanapauta.blogspot.com/). Vale a pena lê-lo, pois foi feito baseado em pesquisa de fatos reais da história da música. Longe de mim comparar o Leonardo com Bach ou Händel, mas quero demonstrar que este é o verdadeiro debate e que é mais antigo do autor parece perceber.


Comecei meu trabalho pesando a rápida ascensão da carreira de Leonardo Gonçalves com as críticas ao seu trabalho. Por isso afirmei a certa altura que o que mais atrai polêmica (dividindo o público entre fãs ardorosos do artista e seus opositores) é o emprego da técnica do melisma. Obviamente, o assunto do emprego do melisma não é o teor de meu trabalho e sim de muitas das críticas que Leonardo Gonçalves recebe. Sobre música e cultura já discutimos anteriormente no corpo deste artigo. Uma nota: eu e milhares de apreciadores da música sacra agrademos a André por não comparar seu irmão Leonardo a “Bach ou Händel”.

8. A nota de rodapé 13: “Melisma em música é a técnica de alterar a nota (sensação de freqüência) de uma sílaba de um texto enquanto ela está sendo cantada. A música cantada neste estilo é dita melismática, ao contrário de silábica, em que cada sílaba de texto é casada com uma única nota. A música das culturas antigas usavam técnicas melismáticas para atingir um estado hipnótico no ouvinte, útil para ritos místicos de iniciação (Mistérios Eleusinianos) e cultos religiosos. Esta qualidade ainda é encontrada na música contemporânea indu e muçulmana. Na música ocidental, o termo refere-se mais comumente ao Canto gregoriano, mas pode ser usado para descrever a música de qualquer gênero, incluindo o canto barroco e mais tarde o gospel. Geralmente, Aretha Franklin é considerada uma das melhores empregadoras modernas desta técnica.” http://www.babylon.com/definition/melisma/Portuguese” A citação nº. 13 é correta, porém incompleta. O autor provavelmente nunca notou a quantidade imensa do uso do melisma no Oratório do “Messias” de Händel e muitas outras obras musicais que, pelo estilo, o próprio autor deve considerar sacras. O uso de melismas não se limita ao querer criar um estado “hipnótico” no ouvinte. Esse estado surge em um contexto musical específico quando o músico controla a situação para tal. Os melismas pouco influenciam neste estado. Ritmos como os praticados em terreiros e imitações conscientes ou inconscientes dos mesmos podem levar a este estado de transe.
André se olvida do fato de que o uso do melisma na música sacra é distinto de como Mariah Carey a emprega, por exemplo. Não é o uso de melisma que torna a música sacra ou profana; mas, da forma como vem sendo empregado o recurso, não é muito difícil associá-lo com a música secular negra contemporânea, conforme eu já havia mencionado em LG. Ocorre que, no canto gregoriano ou em outros gêneros sacros, o melisma enfatiza e destaca a palavra, na moderna música popular, ele evidencia a emoção, às vezes de um modo exagerado (herança das experiências africanas de culto, que são imanentes).

9 - Creio que o autor do artigo finalmente fez a pergunta chave logo após a citação nº. 16. “Seria legítimo empregar elementos claramente identificados com a música secular para louvar a Deus?” Faço referência mais uma vez ao excelente artigo do Joêzer Mendonça cujo link já foi colocado acima. Creio que muitas vezes aquilo que o atual ‘senso comum’ considera ser o epítome da música sacra (cito aqui como exemplos J. S. Bach, G. F. Händel e, que os músicos me perdoem e entendam, The Kings Heralds) enfrentou sérias controvérsias na época de surgimento e criação por estar próximo demais do padrão musical contemporâneo. A divisão da música em três tipos como ‘música erudita’, ‘música folclórica’ e ‘música popular’ se torna insustentável diante da complexidade de definição de estilos musicais e suas origens. Citações curtas sem aprofundamento e tiradas do contexto facilmente podem ser usadas para criar falsos silogismos (ditos silogismos dialéticos ou retóricos).

Estou persuadido de ter apresentado razões mais do que suficientes para discordar deste último parágrafo no decorrer de meu presente artigo. André, ainda que expondo de forma sincera seu raciocínio, deixa escapar um relativismo que não se conforma com o pensamento adventista, dentro do qual a música não é mero fenômeno dentro de limites sócio-culturais ou mesmo antropológicos; na Criação, os anjos cantavam (Jó 38:7), indicando que, desde o princípio esta forma de adoração é independente da experiência (e até anterior à própria existência) dos seres humanos. Não é bíblico tratarmos a música apenas como manifestação de cultura, porque princípios de adoração estão em jogo.

O fato de que músicos cristãos sofreram confrontação no passado, indica, ao menos, que houve mudanças na forma de entender e produzir música, o que, per si, não é necessariamente ruim. A música, como toda arte, é passível de evolução, desde que os princípios da Revelação, em se tratando de música sacra, sejam praticados coerentemente. Não devemos esperar que os “bons tempos” do passado voltem; todavia, devemos cobrar que nossos músicos sejam integralmente ligados a Deus para produzir e apresentar música nova, compatível com a adoração, coerente com o período em que vivemos, sem ser conivente com o padrão mundano.


Conclusão


De tudo quanto apresentamos, nosso pensamento se volta para a premente necessidade de que o padrão bíblico para a adoração seja mais bem compreendido pelo adorador adventista; portanto, incentivamos aos pastores e líderes locais, bem como aos diretores de nossas instituições, e mesmo aos membros esclarecidos de nossa denominação, enfim, a todos que temem a Deus, que estudem cautelosamente e com humildade tudo quanto envolva a adoração, em geral, e a música, em particular.

Enquanto critérios subjetivos (e mesmo relativistas) dominarem o cenário do adventismo brasileiro no que se reporta à música (apresentada durante os cultos, congressos, reuniões de líderes, concílios e grandes eventos ou veiculada em programas de rádio ou televisão), dificilmente poderemos estar à altura de nossa comissão, porque teremos perdido nossa identidade como povo peculiar de Deus.

Sentimos ser o tempo de nos mobilizarmos para estudar maneiras de crescer enquanto adoradores: grupos de estudo ou comissões especiais devem ser formados nas igrejas, reunindo-se pelo tempo que acharem conveniente para formar uma declaração local ou distrital sobre o assunto, a qual deverá ser expressa na forma de princípios claros e bem definidos. Tal declaração tem ainda de ser apresentada à igreja e votada pela comissão. Uma vez que a determinada igreja ou distrito pastoral adquira a sua compreensão da adoração, esta visão precisa ser compartilhada sistematicamente, para que haja uma reeducação do adorador que freqüentar a congregação ou distrito.

Em cima desta visão, poderemos fortalecer um sólido ministério musical dentro do contexto distrital, incentivando financeiramente pessoas que tenham talento para a música para que completem sua formação em conservatórios ou adquiram instrumentos. Esse ministério, sem dúvida, enriquecerá o culto de adoração e permitirá que os talentos que Deus concedeu não apenas sejam bem aproveitados, mas também corretamente direcionados. Músicos cristãos recebendo apoio de suas congregações é fato mais comum do que nos pareça. Para isto, basta termos um propósito bem definido e uma visão bem fundamentada sobre como dirigir a adoração em nossos cultos.

"E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus." Romanos 12:2


Agradecimentos


Em especial, agradeço a Levi de Paula Tavares e Adrian Theodor Schartner Corbó, que são, respectivamente, gerenciador e colaborador do site Musica Adoração (
http://www.musicaeadoracao.com.br), que pacientemente leram o artigo, apresentando sugestões, indicando citações e confrontando minhas idéias; aos pastores Ademar Paim e Isaac Malheiros, por generosamente disponibilizar materiais usados na pesquisa biográfica para este trabalho; aos jornalistas Michelson Borges e Diogo Cavalcanti por me indicarem as pessoas adequadas para esclarecimento de detalhes técnicos. Acima de tudo, a Deus, pela beleza de Sua Revelação e pelo poder de nos capacitar a compreendê-la a cada dia mais. O presente artigo reflete as convicções de seu autor, o qual se responsabiliza pelos conceitos formulados, e não necessariamente a opinião daqueles que contribuíram, de uma forma ou de outra, para a sua realização.
Para ler outras partes deste artigo:



1 Mensagens aos Jovens, p. 295, grifos supridos.2 Em contrapartida, o Pr. André, que questionou tanto o aspecto biográfico, não usou sequer uma referência para embasar suas convicções.3 Testimonies, vol. 9, p. 143.4 Carta 190, 1902.5 Cf.: Citação número 10 do presente artigo.6 Para entender a melhor o uso dessas citações pelos escritores bíblicos citados, indicamos a leitura de Gleason Archer, “Enciclopédia de dificuldades bíblicas”, (São Paulo, SP: Editora Vida, 1997), pp. 461 e 462.7 Essas informações foram gentilmente fornecidas pelo maestro José Newton da Silva Júnior, diretor de produções artísticas da Casa (Musicasa), em e-mail ao autor.8 Ellen White, Mente, Caráter e Personalidade, Vol. 2, pp. 433 e 434, grifos nossos.

Um comentário:

Unknown disse...

Ao final de assíduo estudo teórico musical (ver link: http://www.questaodeconfianca.blogspot.com/), leitura de retrospectos, contextos, "posts" anteriores, só posso dizer: ufa...que trabalhão...
Parabéns, meu amigo, pelo estudo, e também por agir de forma tão equilibrada na resposta ao André...tanto ele quanto seus irmãos, mãe, tias,tio, primos...toda família está viceralmente envolvida com a música. E olha que já faz um tempão, hein? Lembro-me do "Pai Gonçalves" (Francisco?) nos Arautos do Rei...
Desculpe pela abordagem um tanto quanto informal, apesar do calor de formalidades que um debate como o presente nos propõe, mas é essencial que ocorra, pois a meu simplório ver ainda nos falta avançar rumo ao equilíbrio nesta arena de sons, ritmos e letras. Não dá mais prá aceitar que música seja tão subjetiva que deva ser pautada por seus efeitos e implicações individuais. Não me considero músico. Estudo desde os 4, 5 anos...até arranho um pianinho, teclado...um violão...desafino no trombone e sonho em me aventurar pelo populesco sax. Na voz, prefiro ouvir a cantar, a não ser que role uma harmoniazinha...quartetão?? Estamos aí...mas nada sério. Como leigo, e ser humano, tenho de admitir que passo por momentos diferentes quanto ao humor, à motivação, aos sentidos que nos interpretam a realidade de forma tão "embaçada". Gosto especialmente de músicas que me alegrem; também daquelas que geram reflexão, que evocam sentimentos puros de perdão, comunhão...
Não quero prolongar demais, portanto vou ao ponto: (também, tenho mais o que fazer, não é mesmo?.kkk) Temos procurado desesperadamente uma experiência com Deus, seja através de bons sermões, seja através da música (esta mais acessível de modo geral, e essencialmente aos jovens como nós...); Ouço com freq. o desejo que as pessoas têm de serem "tocadas"...mas tenho percebido que no campo musical temos buscado um paliativo para esta "experiência", através de um excessivo estímulo à emoções superficiais - que não oferecem mudanças reais, transformação que "o contemplar" deveria gerar. Em nossa busca desesperada por nos encontrarmos em Deus, e Ele em nós, acabamos por nos perder em nós mesmos...
O que nos é necessário, como sempre foi, em especial neste momento "morninho" demais - laodiceanos de plantão que me entendam - NASCER DENOVO.
Acho que a este ponto congruem todas as expectativas e projeções tanto soteriológicas quanto experimentais; tanto eclesiológicas quanto escatológicas. (falando direitinho, nossos desejos por salvação - a "eternidade" que nos foi plantada no coração, por auto-aceitação, por aceitação social e por aceitação final - redenção.)
Ahhh...como eu preciso nascer denovo...como eu preciso buscar a Deus na simplicidade de uma leitura da Bíblia em família, dos hinos cantados meio fora de compasso, até um pouco desafinados, muito diferentes dos shows que impressionam os sentidos, mas não têm mudado o coração, têm?
http://filosopinando.blogspot.com/