Na quarta série
Rabisquei no sulfite
O pôr-do-sol que ainda admiro:
Mesclas violáceas
Tingindo acetinadas
Cordilheiras de nuvens;
Desprendiam-se
Estalactites de ouro
Do céu sobre árvores e asfalto.
Com giz-de-cera
Retratei a realidade
Como a havia formado:
Meu sol se punha
Em ascensão até
Escoltar a lua ao seu trono;
Detestei sempre
Quando o sol se inclinava
Ao ninho de montanhas.
A luz mais alta
Saía daquela forma
– Cintilante rato escondendo-se?!
Era alguma outra,
Uma esfera covarde
Fingindo ser o sol
– Sol impostor,
Tímido e foragido;
Não são o mesmo sol – ou são?
Se há um sol só,
Como aceitar o ocaso,
Ocasião de declínio?
Serão as coisas,
Coisas às quais amamos,
Que jamais são como queremos,
Ou nós que amamos
Somente o que queremos
Quando em amor falamos?
Até o agora
Muitos sois se puseram
E ainda a resposta não raiou.
Rabisquei no sulfite
O pôr-do-sol que ainda admiro:
Mesclas violáceas
Tingindo acetinadas
Cordilheiras de nuvens;
Desprendiam-se
Estalactites de ouro
Do céu sobre árvores e asfalto.
Com giz-de-cera
Retratei a realidade
Como a havia formado:
Meu sol se punha
Em ascensão até
Escoltar a lua ao seu trono;
Detestei sempre
Quando o sol se inclinava
Ao ninho de montanhas.
A luz mais alta
Saía daquela forma
– Cintilante rato escondendo-se?!
Era alguma outra,
Uma esfera covarde
Fingindo ser o sol
– Sol impostor,
Tímido e foragido;
Não são o mesmo sol – ou são?
Se há um sol só,
Como aceitar o ocaso,
Ocasião de declínio?
Serão as coisas,
Coisas às quais amamos,
Que jamais são como queremos,
Ou nós que amamos
Somente o que queremos
Quando em amor falamos?
Até o agora
Muitos sois se puseram
E ainda a resposta não raiou.
Um comentário:
Belíssimo poema, típico de um sincero buscador da Verdade... Parabéns...!
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