sexta-feira, 7 de abril de 2017

JOVENS PENSANTES PRECISAM DO EVANGELHO INTEGRAL


O evangelicalismo legou um evangelho pela metade, sem preocupação com a mente cristã. Em parte, os apologetas do período moderno tentaram oferecer um contraponto, mas recorreram à filosofia. Nem pregadores, nem apologetas equalizaram uma fé integral, que abrangesse o estilo de vida bíblico.
Com a cultura divorciada das bases cristãs, geração após geração surge possuindo menos familiaridade com a Bíblia. Muitos sentem até repulsa em relação ao livro cristão – porque associam cristianismo com homofobia, pessoas pouco estudadas, pastores envolvidos em escândalos e preconceitos diversos.
Há décadas se discutem métodos para revolucionar a igreja, procurando atrair os descrentes. Alguns desses métodos se parecem com estratégias de marketing, outros propõem uma revolução mais radical, atingindo o próprio cerne do cristianismo, aproximando-o, assim, da própria cultura contemporânea. Contudo, há um silêncio assustador no que se refere à revolução de vidas. Por isso, até mesmo quando alguns métodos se mostram eficazes e multidões são atraídas ao evangelho, poucos permanecem cristãos depois de certo tempo. Parece que a vida espiritual perde interesse, torna-se vazia e cheia de ambiguidades.
A versão do evangelho pregado em muitos segmentos do cristianismo é incapaz de mudar vidas. Sem um conteúdo bíblico sólido e um incentivo a buscar a integração completa entre a vida cristã e os ensinos escriturísticos, só lhes resta propor soluções paliativas. Meias medidas, como adicionar guitarras e cajons à liturgia. Tirar a gravata dos pregadores e colocar em seus discursos uma pitada de autoajuda.
O evangelho eterno é uma mensagem de salvação integral. Reformula nosso comportamento, ações, pensamentos, valores, cosmovisão, tudo! Esse evangelho está estruturado na mensagem de um Salvador prometido, encarnado, crucificado, ressurreto, assunto e atuante em Seu santuário. A centralidade da obra de Jesus torna efetivo o amor de Deus que transforma. Isso provê uma estrutura para responder as grandes indagações, para atuar de forma justa, viver relacionamentos gratificantes e reagir com esperança em contextos marcados por corrupção, desigualdade e violência.
O mundo não precisa de artistas gospel aparecendo em programas dominicais ou youtubers cristãos tão histriônicos quanto as vertentes seculares (claro que há youtubers sensatos dos dois lados, mas temo serem a minoria). Cristãos parecem tão focados em atingir as pessoas com sua mensagem que se esquecem de que podem denegri-la ou corrompe-la quando apelam a jargões, formatos, ritmos e meios caracteristicamente seculares. Fazem um desserviço ao evangelho.
De que as pessoas precisam? De pais que amem aos seus filhos adolescentes e lhes sirvam de exemplo. De famílias realmente harmoniosas e equilibradas. De empresários honestos e humanos. De professores capazes de amar e se interessar pelos alunos. De mecânicos que cobrem o preço justo por um serviço excelente. De motoristas que se portem de maneira pacífica e ordeira. Enfim, o mundo está faminto pelo amor cristão, esperando ele deixar de ser simplesmente o tema de tantos sermões para ser o tema de algumas vidas.
A mensagem correta, bíblica, integral e transformadora deve tornar-se visível na vida do povo que espera o retorno de Jesus. Afinal, há um mundo que espera vê-la, para depois ouvi-la. Toda uma geração exigente, crítica e cética aguarda algo que lhes dê satisfação intelectual e respostas verdadeiramente praticáveis. E apenas o evangelho de Cristo preenche esses requisitos. Mas a mídia cristã, cheia de boas intenções e baixo orçamento, diz pouco a eles. Os eventos promovidos por igrejas podem até lhes despertar a curiosidade e proporcionar entretenimento. Programações evangelísticas são eficazes na medida em que eles abrem mão de seus preconceitos – e isso não ocorre sempre.
Porém, quando os jovens dessa geração conhecem e se relacionam com cristãos dedicados, humildes e fiéis, o poder do Espírito fala ao seu coração. Uma vida transformada é o melhor convite para que alguém aceite a transformação que Jesus oferece. Infelizmente, ainda se concentram esforços na direção errada. Queremos nos aproximar do mundo para ganha-lo quando deveríamos investir em gastar tempo em comunhão. Somente ligados a Jesus receberemos o poder que nos habilitará a ganhar qualquer geração. Precisamos do evangelho integral em nossa experiência. Devemos isso a tantos que necessitam dele. Devemos isso a Deus, que nos chamou para confiar nos métodos dele, não nos nossos.

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2 comentários:

Graciela Zirke disse...

Perfeito! Direto ao cerne da questão. Conhecer Jesus. Comunhão. Viver o evangelho.

Anônimo disse...

Perfeito. Disse tudo.