sexta-feira, 3 de abril de 2009

REALIDADE RECLUSA


O apartamento era oblíquo,
Denso, mas silencioso;
Lima na estante, Dali
Em moldura envelhecida.

Em cisnes de marfim triste,
Doces donets são servidos.

Da janela a avenida,
Como um mar contraditório
(Que cismamos em não ver).

A noite uma champanha,
Suave veneno que impregna.

Enxertos desertos pulsam
Do velho álbum de lembranças
(Tem primo a morrer de fome)…,
Mas enfim!, que noite rígida
Para os eternos pedestres,
Os sem-sola das calçadas.

Da sala a música cresce
– Salomão por Palestrina;
Abaixo da cobertura,
A mímica da atmosfera
Põe mendigos a dançar.

(E cismamos em não vê-los).

2 comentários:

Anônimo disse...

Estive aqui,dando uma olhadela rápida e já notei que teu blog e maravilhoso!
Eu tinha certeza, que essa discrição, de garoto que sabe muito mais do que diz...Discretamente dizia muita coisa.
Parabéns!
Parabéns!
Parabén!

Anônimo disse...

Sor to com saudades quando vc vem para itajai para a gente se falar e para desabafar dia 9/eu fasso aniversario 14 anos. bj kas suelen rosa da silva