Lentes
lentas e lamentos
O elefante vermelho assopra a chama
Que alguém lhe pôs na cauda. O elefante alça
A curvatura de marfim e exclama
Algo sobre uma dama a andar descalça.
A um fotógrafo causa pena a trama
E ele dá chocolate à mulher. Valsa
Até perder a pose esparsa a dama
E se despede, pois lhe espera a balsa.
Com sua lente em mãos, ele a retrata
Sob o céu turvo e as águas na cor prata,
E o aperto da saudade e perda vem.
O elefante sumia aos poucos, mas
Como anjo que era, ainda foi capaz
De ao idoso dizer: “Não foste também?”
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