Eu não me lembro de ter lido em algum meio de comunicação, até agora, o nome completo dos cerca de cinquenta homens envolvidos na usina de energia nuclear em Fukushima, no Japão, com a finalidade de reparar os danos causados pelos tremores ocorridos recentemente no país. Você provavelmente também não sabe o nome de nenhum deles. Mas estão sendo chamados mundialmente de heróis. Heróis anônimos em algumas menções. No entanto, o que hoje significa ser um herói. Qual a conotação por trás desta palavra?
O conceito de herói é bem diversificado na mente humana. Os 33 trabalhadores mineiros, que conseguiram recentemente sair vivos de uma mina no Chile, foram aclamados como heróis. E o feito foi digno de nota. Providência divina sem dúvida alguma. Mas há outros que, nas artes e mesmo no entretenimento barato e de mau gosto, também são classificados de heróis. Programas televisivos de anestesia moral e mental tratam de eleger alguns ícones do comportamento irresponsável como heróis.
A história dos homens de Fukushima, que está sendo narrada em segundo plano neste episódio lamentável dos terremotos e tsunamis mundiais, veio a minha mente hoje como uma lição importante para nossa vida. O motivo é que a atitude deles, apesar de parecer estranha, mostra-nos que o heroísmo verdadeiro - ou heroísmo bíblico como prefiro chamar - tem relação com outros aspectos. Obviamente eles estão colocando sua vida em risco ao se exporem à contaminação radioativa. Mas destaco alguns recortes das atitudes deles que me fazem pensar:
Heróis são anônimos muitas vezes - Na Bíblia há, ao menos, duas menções do nome Obadias. Uma delas se refere a um homem, que servia ao rei de Israel à época Acabe, e que havia sido responsável por esconder cem profetas de Deus da temida e impiedosa esposa do monarca, a rainha Jezabel, uma mulher estava determinada a matar quem se insurgisse contra seus cultos idólatras. O feito de Obadias, relatado em I Reis 18, foi importante, porque ele colocara em risco sua própria vida ao se voltar contra uma ordem real com efeitos de obrigação. Mas você não vai encontrar nenhum agradecimento público, entrega de medalha de honra ao mérito e tampouco qualquer outra referência ao nome de Obadias neste contexto na Bíblia. Heróis, muitas vezes, permanecem no ostracismo, mas seus atos não.
Heróis servem a uma causa maior - O conceito do líder servidor no mundo corporativo e competitivo hoje é bem mais comum do que em tempos passados. Ou seja, aquele sobre o qual repousam responsabilidades que afetam um determinado grupo precisa entender que servir é sua primeira e mais importante atitude. Pelo exemplo, ele conquista os liderados. Se falarmos de heróis, a máxima vale da mesma forma. Na Bíblia, encontramos figuras como Moisés, por exemplo, que serviram a uma causa maior apesar de serem mal compreendidos pelos demais e de sofrerem por esta razão. A preocupação essencial de Moisés não era, especialmente durante a travessia do povo hebreu pelo deserto em direção à terra prometida, consigo mesmo ou com seus próprios interesses. O bem maior da comunidade religiosa, aquilo que beneficiaria à maioria, estava em primeiro plano. O mesmo se dá no episódio dos trabalhadores de Fukushima. Ali, a preocupação foi com os riscos de uma expansão de contaminação radioativa que pudesse atingir a muitos.
Heróis bíblicos não cruzam os braços diante dos problemas - Em Fukushima, esta ideia está bem clara nas atitudes demonstradas. Na Bíblia, penso imediatamente em heróis como Josué, jovem líder que sucedeu a Moisés na condução do povo hebreu, mas que enfrentou diversos e diferentes problemas neste caminho. O heroísmo, segundo o livro sagrado, não está tanto em ser ousado a qualquer custo. Isso pode até soar como arrogância e irresponsabilidade. Mas Josué nos ensina, quando liderou a travessia do rio Jordão em período de cheia, ou quando estavam à frente da derrocada das aparentemente intransponíveis muralhas de Jericó, que ser herói é agir mesmo quando a situação parece exigir a desistência pura e simples. Poderia ter cruzado os braços e alegado incapacidade de superar estes e outros obstáculos. Mas sua confiança plena em Deus e a certeza de estar seguindo os planos divinos não permitiam que recuasse ou incentivasse outros a desistir.
Eu prefiro acreditar em heroísmo à luz da Bíblia e não na fabricação fictícias de heróis que se faz hoje na mídia em geral. O interessante do heroísmo bíblico é que seus efeitos e mais precisamente seus benefícios não ficam evidentes, muitas vezes, no período em que os heróis atuam. As boas consequências surgem posteriormente, quando os homens e mulheres (porque temos muitas heroínas enquadradas também nestes aspectos) caem no esquecimento, mas a diferença que fizeram para outros e para o bem maior não são apagados facilmente.
O conceito de herói é bem diversificado na mente humana. Os 33 trabalhadores mineiros, que conseguiram recentemente sair vivos de uma mina no Chile, foram aclamados como heróis. E o feito foi digno de nota. Providência divina sem dúvida alguma. Mas há outros que, nas artes e mesmo no entretenimento barato e de mau gosto, também são classificados de heróis. Programas televisivos de anestesia moral e mental tratam de eleger alguns ícones do comportamento irresponsável como heróis.
A história dos homens de Fukushima, que está sendo narrada em segundo plano neste episódio lamentável dos terremotos e tsunamis mundiais, veio a minha mente hoje como uma lição importante para nossa vida. O motivo é que a atitude deles, apesar de parecer estranha, mostra-nos que o heroísmo verdadeiro - ou heroísmo bíblico como prefiro chamar - tem relação com outros aspectos. Obviamente eles estão colocando sua vida em risco ao se exporem à contaminação radioativa. Mas destaco alguns recortes das atitudes deles que me fazem pensar:
Heróis são anônimos muitas vezes - Na Bíblia há, ao menos, duas menções do nome Obadias. Uma delas se refere a um homem, que servia ao rei de Israel à época Acabe, e que havia sido responsável por esconder cem profetas de Deus da temida e impiedosa esposa do monarca, a rainha Jezabel, uma mulher estava determinada a matar quem se insurgisse contra seus cultos idólatras. O feito de Obadias, relatado em I Reis 18, foi importante, porque ele colocara em risco sua própria vida ao se voltar contra uma ordem real com efeitos de obrigação. Mas você não vai encontrar nenhum agradecimento público, entrega de medalha de honra ao mérito e tampouco qualquer outra referência ao nome de Obadias neste contexto na Bíblia. Heróis, muitas vezes, permanecem no ostracismo, mas seus atos não.
Heróis servem a uma causa maior - O conceito do líder servidor no mundo corporativo e competitivo hoje é bem mais comum do que em tempos passados. Ou seja, aquele sobre o qual repousam responsabilidades que afetam um determinado grupo precisa entender que servir é sua primeira e mais importante atitude. Pelo exemplo, ele conquista os liderados. Se falarmos de heróis, a máxima vale da mesma forma. Na Bíblia, encontramos figuras como Moisés, por exemplo, que serviram a uma causa maior apesar de serem mal compreendidos pelos demais e de sofrerem por esta razão. A preocupação essencial de Moisés não era, especialmente durante a travessia do povo hebreu pelo deserto em direção à terra prometida, consigo mesmo ou com seus próprios interesses. O bem maior da comunidade religiosa, aquilo que beneficiaria à maioria, estava em primeiro plano. O mesmo se dá no episódio dos trabalhadores de Fukushima. Ali, a preocupação foi com os riscos de uma expansão de contaminação radioativa que pudesse atingir a muitos.
Heróis bíblicos não cruzam os braços diante dos problemas - Em Fukushima, esta ideia está bem clara nas atitudes demonstradas. Na Bíblia, penso imediatamente em heróis como Josué, jovem líder que sucedeu a Moisés na condução do povo hebreu, mas que enfrentou diversos e diferentes problemas neste caminho. O heroísmo, segundo o livro sagrado, não está tanto em ser ousado a qualquer custo. Isso pode até soar como arrogância e irresponsabilidade. Mas Josué nos ensina, quando liderou a travessia do rio Jordão em período de cheia, ou quando estavam à frente da derrocada das aparentemente intransponíveis muralhas de Jericó, que ser herói é agir mesmo quando a situação parece exigir a desistência pura e simples. Poderia ter cruzado os braços e alegado incapacidade de superar estes e outros obstáculos. Mas sua confiança plena em Deus e a certeza de estar seguindo os planos divinos não permitiam que recuasse ou incentivasse outros a desistir.
Eu prefiro acreditar em heroísmo à luz da Bíblia e não na fabricação fictícias de heróis que se faz hoje na mídia em geral. O interessante do heroísmo bíblico é que seus efeitos e mais precisamente seus benefícios não ficam evidentes, muitas vezes, no período em que os heróis atuam. As boas consequências surgem posteriormente, quando os homens e mulheres (porque temos muitas heroínas enquadradas também nestes aspectos) caem no esquecimento, mas a diferença que fizeram para outros e para o bem maior não são apagados facilmente.
Felipe Lemos, no Outra Leitura
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