O cabelo mesclado a uma pasta, o odor se erguendo acima do perfume das folhas no orvalho. Ao chão, como uma relíquia, sua orelha estendida. O golpe, desferido com violência e dessuetude, nada mais fizera do que arrancar-lhe a orelha. Com os dedos tintos, estanca o sangue, ainda ferozmente desejando. Pode ouvir ainda perfeitamente os pescadores acuados por outros soldados. O prisioneiro chega. Não veio terminar o ataque. Abaixa-se servilmente. Seu instinto o inspeciona, desconfiando. O membro amputado surge em suas mãos largas, encalecidas. Embora sua ação seja muda, é significativa. Parece proferir uma prece pacífica. A orelha volta ao local, o prisioneiro recua com respeito. O semblante retendo uma magnitude que emociona o olhar. Até de um soldado ferido.
Um comentário:
Que lindo texto!
Somente agora, depois de refletir muitas vezes sobre esta passagem da Bíblica, é que consigo vê-la por outro prisma, a do soldado ferido! Imagino que sofrimento foi a ele prender aquele homem (agora bem claro em sua mente tratar-se do Filho de DEUS)que num gesto de amor e humildade lhe devolveu a dignidade, libertando-o de um "ferimento vexatório".
Parabéns, Pastor Douglas.Gosto muito de ler seus comentários.
Gostei muito de sua iniciativa de requerer a seus alunos comentários sobre certos artigos de seu blog. Isso só ira fortalecê-los na fé, bem como incentivá-los à leitura.
Abraços, Magali de Oliveira Martins ( Mãe dos alunos, Artur Henrique e Ana Carolina).
Itajaí, 19/03/2008.
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