SESAI, AIMÃ, TALMAI
Vai, puxe a cadeira, meu nego;
talvez chova à noite.
A gente olha para o poente
pensando em razões.
Em qual mês seus filhos vieram? Disseram amá-lo?
Não sei se as palavras resolvem, entende?
Aprenda isto.
Quando eles nos veem, falam coisas, mas sentem mesmo algo?
Meu mais velho mora na Europa –
tenho um neto suíço!
Às
vezes me escreve. O divórcio
puxou o isqueiro…
A mãe dele fez vistas grossas aos meus pulos
na época.
Eu disse a ele que hoje as
mulheres não são mais como antes.
Paciência! Ele não poderia ficar sem curtir.
O filho do meio é velhaco – e dos bons, sim senhor!
E eu, valha-me o Céu, ganhei jogos com cartas nos bolsos.
Ter ginga é normal hoje – o amigo não concorda? Acho assim.
É pena:
o rapaz foi julgado no mês de
Janeiro.
Você sabe como as pessoas aumentam os fatos…
Meu mais moço não dá notícias.
Tem câncer nos rins.
(Aos treze bebia comigo na
esquina de casa.)
Foi quem sugeriu minha vinda
para este lugar;
Dizia não ter como a cada mês um me acolher.
Tomara que morra o bastardo!
Que ódio eu sinto sempre!…
Conheço um olhar de desprezo: não quero bondade.
Explodam-se todos os rostos
fraternos! Sou homem.
Vá, entre! Preciso de um pouco do sopro
noturno.
Os outros seriam alegres como
eu? Nunca, nunca!
Ouviu? Entre, estúpido! Guarde piedade para outros…
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