quarta-feira, 8 de julho de 2009

CONTAMINAÇÃO



Por um erro de agenda, eu e alguns colegas viemos para um concílio em Foz do Iguaçu antes da programação se iniciar! Durante o trajeto (algumas horas enfurnadas num ônibus desconfortável), surgiu entre nós um receio: por se tratar de um concílio da União Austral (campo que compreende a Argentina), o que fazer com o risco da contaminação com a gripe suína?

Como tivemos o dia livre, três de nós resolvemos ir ao Paraguai. Como já trabalhei numa fronteira, confesso que não tinha boas expectativas em relação ao território vizinho. Meu parâmetro era a Bolívia, país que ficava a quinze minutos de Corumbá, cidade na qual trabalhei em 2006. Entretanto, o Paraguai do além-fronteira mostrou-se-me mais organizado e limpo do que a Bolívia da minha antiga convivência. Veja, não de todo limpo e organizado…

Por toda a parte, via-se a preocupação com a gripe suína nas ruas paraguaias. Mas quero voltar um pouco no tempo: já na ida, conversávamos com o cobrador do ônibus sobre o contágio da gripe na cidade. Para nosso arrepio, o bom cobrador nos preveniu apenas do contato com… argentinos!

Voltando à terra de Fernando Lugo: passei por várias pessoas mascaradas. Na maioria dos casos, eu até espirrava maliciosamente, divertindo os pastores que me acompanhavam. Notei que muitos dos americanos com os quais me defrontei andavam desconfiadamente com suas máscaras cirúrgicas. O medo era muito real, quase irresistivelmente contagiante.

Imagino que em muitas cidades do mundo, a mesma preocupação se ache refletida nas pessoas pelas ruas, escritórios, escolas, enfim, no cotidiano. Parece que apenas na vida eterna nos veremos livres do medo de estar contaminados – com qualquer epidemia!

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