quinta-feira, 30 de julho de 2009

ÓSCULO DE MILTITZ


Dado ao vinho, por voga do costume,
O braço de Leão X na Alemanha,
Na sua afetação cheia de manha,
Chama à ceia o homem que em mãos tem o lume.

Ar brando o camarista espelta assume,
Gozoso, tendo por feita a façanha
De unir a nova fé à fé estranha,
As brechas rebocando com betume.

Seu conviva, o doutor que Roma odeia,
Participa efusivo dessa ceia,
Pondo a parte o pendor de homem severo.

Com mostras de afeições das mais agudas,
Mas pleno de perfídia, como Judas,
Miltitz beija o semblante de Lutero.

Nenhum comentário: