Ontem, o colégio em que trabalho parou. Montamos um telão no pátio. Os alunos foram se aproximando, sentando em cadeiras. O clima era de euforia: Brasil e Argentina numa semi-final olímpica. Aos poucos os gritos de nossa torcida foram vencidos pelo desânimo diante do futebol medíocre de nossos craques. E dá-lhe Argentina. Los Hermanos, encabeçados por Messi e companhia, armavam, atacavam, punham a seleção verde-e-amarelo na roda. Ao todo, a Argentina marcou três gols, fora o show.
Num clima de mal-estar, nenhum atleta consegue explicar o fracasso da campanha brasileira em mais uma edição das olimpíadas. Talvez a torcida dos pé-frios da ginástica olímpica (que em um dos momentos da transmissão global apareceram passando muita "vibração" à seleção de Dunga). Ou a insistência de jogar na retranca . Vai saber.
Mas como ocorre a cada novo tropeço futebolístico, as más línguas especulam sobre a permanência do técnico da seleção brasileira em seu cargo. Para alguns, a era Dunga estaria com os dias contados.
Mas, por favor, pense e me diga: em que o bom andamento ou a derrocada da Seleção masculina de Futebol vai mudar o cotidiano dos milhões de brasileiros? Em dado momento, deixei de assistir o fiasco, quer dizer, o jogo, e passei a reparar no semblante dos espectadores. Sarcasticamente cheguei a comemorar os gols argentinos, para o desespero dos alunos do 5º ano (os mais próximos a mim), que me acusaram de não ser patriota. Como se patriotismo fosse proporcional ao empenho de torceder pelo país durante determinados jogos...
Para falar a verdade, nem pude acompanhar nossa Seleção masculina de Futebol em Pequim, porque os jogos estavam marcados em um horário que considero ser muito cedo; geralmente acordo, tomo um banho, como alguma coisa e faço o devocional (nem sempre nesta ordem). Não via motivos para abdicar de uma destas atividades para assistir a apenas um jogo. Francamente, tenho coisas mais relevantes com as quais me ocupar.
Se Dunga fica ou sai, o que muda na Seleção, seriamente não me afeta. O que me interessa não é quem dirige a Seleção, mas quem está no controle de minha vida; esta é a decisão com a qual devo me ocupar até os meus últimos dias.
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