segunda-feira, 22 de março de 2010

O ÍMPETO

Cabrum: foto incrível da Mariele Arend, super-fotógrafa e amiga

Cai.
A abóboda desfia,
Numa tensão tenaz e rústica,

Como
Fíbula delicada,
Com aspecto de diamante

– Cisco,
Pó composto de nada,
Descendente do atelier.

Caem
Da fístula de ínias núbilas.
Fundem-se às auroreais costuras.

Feéricos,
Giram agora os gonzos
Dos próprios portais atmosféricos.

Foi
Reaberto o celeiro.
Direto do torno da fúria,

Vêm
Fios tonais aos jorros
Do vermelhidão recitante,

Por
Raios e por rabiscos
Entrecortados salto em salto.

Com
Força de afronta, a frota
Disfarça o insular desabafo.

Caem:
São pontos de uma renda
Que belisca a aba de aço abaixo;

Deixam
A abside e entram no embate
– Promovem a guerra primeva.

Caem:
O orador arpinite
Diria com voz ininflexa

Desta
Monotonia com
Que dão cor aos olhos das ruas.

Passam
Inflexíveis e rígidos
Raios a ruir a atmosfera;

Quebram
Hastis, homilia ampla,
Crebra, imponente, paquidérmica!

Nova,
Tine a tonalidade
Na hemóide encenação que esbarra

Num
Limite: os bosques sentem
O gládio cerúleo ceder;

Várzeas
Não transbordam; dois sob
Um toldo perdem seu pretexto.

Dócil
Morre a enchente; operários
Retornam para o domicílio.

Cessa
O ímpeto de águas ímpares.
E agora, o que se vê? Findo, o ímpeto,

Sendo
Uma explosão volátil,
Deixa só o rastro da queda
.
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