sexta-feira, 19 de março de 2010

O LIVRO PARA SER SEGUIDO

O astro negro mais bem pago de Hollywood, Denzel Washington, estreia-se em mais um filme. Na esteira dos filmes anti-fanatismo religioso que se ao 11 de setembro, O livro de Eli fala de um homem qu segue um livro sagrado e é capaz de ações violentas em nome de sua crença. Em entrevista ao G1, o ator fala da relação entre a ficção e a Bíblia.

Perguntado sobre a dubiedade como o livro sagrado cristão é retratado, Washington responde: “Sabe, sei que isso vai soar estranho, mas a Bíblia é como uma arma. Se ficar aí, em cima de uma mesa, nunca vai machucar ninguém. É uma questão de como você vai usá-la. E isso não se aplica apenas à Bíblia, mas também às palavras. Mas neste caso é interessante porque Eli escuta essa voz que lhe diz para levar a mensagem da Bíblia pelo país, por uma boa causa. Mas ele é o homem mais violento do filme. Quando ele chega numa encruzilhada que o leva a esta cidade onde tem que lidar com um homem cruel, ele precisa também lidar com sua própria humanidade.”

A analogia da Bíblia como uma arma não sugere que ela seja neutro, o que a princípio o ator intencionara dizer. Pelo contrário: a analogia nos permite concluir que a Bíblia é potencialmente perigosa. E que, talvez, seu lugar seja mesmo ficar sobre a mesa, parada em seu canto, para que não ocorra nenhuma tragédia…

Mais à frente, o ator define religião como “ quando o homem se apodera de um deles [de Deus ou dos ótimos livros] e diz o meu está certo [lado] e o seu errado. Mas assim é o ser humano. É a nossa falha, uma falha fatal.” Parece-me que o astro partilha da visão difundida desde o Iluminismo, a qual assume que a Religião gera exclusão e intolerância naturalmente. Secularistas de todos os tempos se valem do mesmo argumento. Claro que há religiões que pregam o pacifismo, e o Cristianismo é uma delas. Se todos os cristãos seguiram coerentemente as orientações bíblicas sobre a tolerância e liberdade religiosa, isso é outra história. Mas seria injusto argumentar que a incoerência da parte de alguns mine os princípios pelos quais tantos outros lutaram e deram a vida.

Denzel Washington também reconhece um princípio-chave comum às religiões. “‘Faça aos outros o que gostaria que fizessem a você’. Essa é a mensagem fundamental de todas as religiões, mas, de alguma maneira, nós distorcemos isso.” Acredito que o autor tenha aqui expressado mais claramente sua perspectiva (já que ele também é um cristão). O problema somos nós, divididos e incoerentes. Em contrapartida, não se pode nivelar todas as religiões, mesmo aquelas que possuem princípios positivos. A religião verdadeira consiste em restaurar o relacionamento perdido com Deus e apenas o Cristianismo oferece uma forma de realizar isso: através de Cristo (Jo 14:6).

Sendo a palavra verdadeira, absolutamente verdadeira de Deus (Jo 17:17), a Bíblia é o livro para ser seguido – com estudo e mediante a direção do espírito Santo. E esses fatores fazem a diferença.
Colaboração: Gerson Linhares

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