Quem nunca plantou um grão de feijão
Num copo, a ajeitar o forro branco
De algodão com a sua própria mão,
Inspecionada pelo olhar mais franco?,
E então viu se erguer com um solavanco
Como que um filho verde, na intenção
De crescer, curvo rebento a ir do chão
Para o local de luz, de flanco em flanco?
Chilreava a tarde como aves em bando
E a luz, em despedida de seu vaso,
Mostrava ao feijão astros germinando.
Lembra-se desse tempo com certa ânsia
O feijão, vendo a vida, sem atraso,
Tirar-lhe o algodão, que é a alma da infância.
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