SABOR DE OFERENDA
A minha mãe, Sônia C. S. A. Reis
Custa a abrir o baú, custa a que os potes ache.
Retorcendo o anel, ouve (antes que aos copos quebre)
Os dobres da agonia, e enquanto este tem febre,
O perpétuo inocente obtém riachos de guache.
Cobre estilhaços com lágrimas. Como praxe
Ouve: “Melhor fora enfermar o outro...”. O casebre
Se estreita em meio à dor. Consente que celebre
O filho excepcional. Diz-se: “Varra e relaxe.”
Ser mãe é descobrir como o amor se segmenta
Em quantias iguais. Tivesse em mãos a escolha
E traria a nenhum a dor que mata lenta.
Às pressas leva à mãe sua arte em uma folha.
Sadio ou não, vive, e sem muio o que compreenda,
Também sente ao beijá-lo a mãe doce oferenda.
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