Em 2010, a religião entrou na pauta das discussões políticas. E a recíproca foi verdadeira: a política passou a ser tema de discussões religiosas. Como sói acontecer em anos eleitorais, o debate gravita sobre a questão: deve o cristão candidatar-se e assumir cargos políticos? Um dos argumentos mais empregados para defender o não-envolvimento de cristãos em candidaturas políticas é corrupção visível na esfera do poder político. Como poderia um cristão concorrer para um cargo eletivo se, uma vez empossado, ele se exporá a negociatas, conchavos e subornos?
Gostaria de me deter na essência desse argumento. Em síntese, quem afirma isso está dizendo que há esferas da atividade humana que são necessária e irremediavelmente corrompidas. O curioso é que os defensores dessa posição restringem a corrupção da moral à política. Vamos além: não estaria um advogado exposto às “sujeiras do sistema” em seu métier? Especialmente, pode um cristão atuar como advogado criminalista? Será que em outras vocações não se vê o mesmo tipo de tensão, entre o pensamento secular e a concepção cristã, o ideal e o aceito pela sociedade?
É justamente pela falta de políticos honestos que se necessita de cristãos na política! E ouso dizer: precisamos de bons cristãos! Com perfil administrativo, inspirados pela compreensão profunda da cosmovisão cristã e identificados com a pureza do Evangelho. O interesse principal de cristãos na política deve estar relacionado à liberdade religiosa e à defesa de sólida moral. Do contrário, entregaremos uma importante esfera das leis, da moralidade e da condução do país àqueles que pensam, legislam, agem e decidem de forma contrária aos nossos princípios – o que, por muito tempo, já estamos fazendo…
Gostaria de me deter na essência desse argumento. Em síntese, quem afirma isso está dizendo que há esferas da atividade humana que são necessária e irremediavelmente corrompidas. O curioso é que os defensores dessa posição restringem a corrupção da moral à política. Vamos além: não estaria um advogado exposto às “sujeiras do sistema” em seu métier? Especialmente, pode um cristão atuar como advogado criminalista? Será que em outras vocações não se vê o mesmo tipo de tensão, entre o pensamento secular e a concepção cristã, o ideal e o aceito pela sociedade?
É justamente pela falta de políticos honestos que se necessita de cristãos na política! E ouso dizer: precisamos de bons cristãos! Com perfil administrativo, inspirados pela compreensão profunda da cosmovisão cristã e identificados com a pureza do Evangelho. O interesse principal de cristãos na política deve estar relacionado à liberdade religiosa e à defesa de sólida moral. Do contrário, entregaremos uma importante esfera das leis, da moralidade e da condução do país àqueles que pensam, legislam, agem e decidem de forma contrária aos nossos princípios – o que, por muito tempo, já estamos fazendo…
4 comentários:
Respeito a sua opinião, mas o senhor como pastor não deveria fundamentar suas idéias cristãs baseadas na Bíblia? Pois o que vejo é somente seu comentário desvinculado de texto bíblico.
Paulo,
obrigado pela sua interação. Não fiz uma exposição completa, pois já o havia feito. Consulte: http://questaodeconfianca.blogspot.com.br/2008/06/ser-til-x-exercer-domnio-parte-1.html
Olá Pastor. Talvez seja tarde para fazer um comentário aqui. Digo isso pelo tempo em que o tempo foi postado, mas não faz muito tempo em que soube de seu blog e ainda estou tentando me atualizar de tantos assuntos escritos por você. Gosto do seu blog e admiro seu posicionamento sobre vários assuntos relativos ao adventismo atual. Inclusive, seu blog foi uma forte influência para que eu e mais alguns amigos também fizessemos um blog onde falamos sobre vários temas vistos pela ótica de um jovem adventista. O blog chama-se COOLtura Adventista e você pode dar uma olhada se quiser aqui http://coolturaadventista.blogspot.com.br/ . Porém o que me traz aqui nest post especificamente foi seu posicionamento à respeito do envolvimento do cristão com a política. Também pude constatar que gastastes algumas boas palavras explanando o tema. Entretanto não concordo com seu posicionamento. E para isso me baseio em Filipenses 2:3 e no livro Fundamentos da Educação Cristão, capítulo 61 de Ellen White. Recomendo a leitura deste se ainda não foi feita. Aqui está parte do texto “O Senhor refere-Se aos que pretendem crer na verdade para este tempo, os quais não discernem, porém, qualquer incoerência em tomarem parte na política, misturando-se com as pessoas violentas destes últimos dias, como os circuncisos que se misturam com os incircuncisos, e declara que destruirá ambas as classes juntamente, sem distinção. Estão fazendo uma obra que não lhes mandou fazer. Desonram a Deus por seu espírito faccioso e por suas contendas, e Ele condenará de igual maneira a ambas as classes [...] Deus apela para Seu povo, dizendo: ‘Saí do meio deles, e apartai-vos.’ II Cor. 6:17. Ele pede que o amor que tem manifestado por eles seja retribuído e evidenciado por meio de voluntária obediência a Seus mandamentos. Os filhos de Deus têm de separar-se da política, de toda união com os incrédulos. Não devem ligar seus interesses aos do mundo. “Provai vossa aliança comigo”, diz Ele, “permanecendo como Minha herança escolhida, como um povo zeloso de boas obras.” Não tomeis parte em lutas políticas. Separai-vos do mundo, e refreai-vos quanto a introduzir na igreja ou na escola idéias que hão de levar a contendas e perturbações.” Fundamentos da Educação Cristã, págs. 475, 482 e 483. Por estes textos podemos ver que Ellen White tinha sim um claro posicionamento sobre a participação do cristão em processos de competição eleitoral. Se você quiser ou puder pode dar uma lida pode acessar o seguinte link http://coolturaadventista.blogspot.com.br/2014/10/cristao-e-politica-tudo-certinho.html e ver a posição de um jovem que estudou a fundo o assunto. Agradeço sua atenção. Deus lhe abençoe. ;-)
Annik,
obrigado pela visita. Sinta-se à vontade para divergir. preciso dizer, como fiz na resposta ao Paulo, que já expus o mesmo assunto com mais detalhes em: http://questaodeconfianca.blogspot.com.br/2008/06/ser-til-x-exercer-domnio-parte-1.html
Sobre adventistas e política, pelos documentos que li (e que todos podem ler, pois se encontram à disposição no Centro White), pude perceber alguns aspectos: (1) Não deve haver envolvimento envolvimento partidário da igreja em nenhum âmbito administrativo (uniões, associações, igrejas locais) ou mesmo de algum indivíduo em particular; (2) Como indivíduos e cidadãos, os adventistas podem concorrer a cargos públicos, se isso lhes parecer bem à consciência; (3) Ministros ordenados devem renunciar ao ministério se quiserem concorrer a cargos públicos.
Há diversos textos de Ellen White sobre o assunto, muitos deles com uma ênfase negativa, justamente para separar a nossa obra, como um povo, de todo envolvimento partidário. Mas não podemos tirar conclusões apenas lendo um conjunto dos textos. Sugiro que leia os demais textos de White sobre o mesmo assunto, o que levará a um mais amplo entendimento.
Um abraço, Deus a abençoe.
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