Eu e minha esposa Noribel passamos o Natal geralmente com meus pais ou meus sogros (que moram a mais de 1000 km de distância entre si). A cada fim de ano, procuramos presentes significativos para a família. Talvez por conta disso, não nos preocupamos tanto em comprar presentes um para o outro, o que acaba ficando para a última hora. Em 2010, não fugimos à regra: lá estávamos nós no Centro de Sapiranga (RS), separados um do outro, cada qual procurando um presente para dar.
Para mim, comprar as coisas das quais ela gosta sempre constitui um desafio. É menos arriscado dar perfumes, cremes e outros cosméticos. Como achar um sapato número 34 e que agrade uma contumaz apreciadora de calçados? Naquele fim de tarde, resolvi inovar e pensar como minha amada. Entrei de loja em loja e fiz as perguntas que ela faria. Procurei olhar da forma como a vejo olhar. Afinal, já acompanhei minha esposa em seus maiores momentos de indecisão – fazendo compras!
Aliás, ultimamente, das duas, uma: ou eu carregava um livro para me distrair ou, no caso de compras em um shopping, corria para a livraria, a fim de esperá-la. Isso não quer dizer que não me importe ou não dê sugestões. Faço comentários em momentos específicos. E nos momentos iniciais (nas primeiras horas!), até consigo ladear minha amada.
Mas confesso que as mulheres têm uma disposição inesgotável quando querem de escolher uma bolsa, um sapato ou um vestido. E a minha é a mais detalhista, pesquisadora e cautelosa consumidora. São características que exigem muita compreensão; outrossim, vê-la feliz compensa qualquer sacrifício! Além de tudo, Noribel é extremamente econômica (e possui muito bom gosto, além de um senso pessoal de respeito às orientações bíblicas sobre vestimenta).
Depois de olhar cinco ou seis lojas, colher cartões, fazer dezenas de perguntas e caminhar um bocado, eu estava exausto. Vira sapatos, blusinhas, saias e outros possíveis presentes. Daí, vi-me forçado a ir para um lugar onde meu cérebro pudesse escolher lucidamente entre as opções. Que ambiente melhor do que a biblioteca pública da cidade?
Apanhei um livro sobre Baudelaire e outros decadentistas, folhei as páginas sem interesse genuíno e me concentrei nos cartões. Pensei e escolhi os sapatos. Ao voltar à loja, pedi que a atendente fizesse um pacote que ocultasse bem o tipo de presente.
Saindo da loja, encontrei-me com minha esposa em um lava-rápido. Ela já estava ao volante. Comprara o meu presente de forma objetiva, dentro da primeira loja que fora – exatamente como costumo fazer! Senti naquele momento que, nas poucas horas em que estivemos separados, representamos o papel um do outro – marido e mulher procurando agir e sentir como seu cônjuge. Sem dúvida, esse presente foi muito especial, acima de qualquer coisa que pudéssemos comprar.
Para mim, comprar as coisas das quais ela gosta sempre constitui um desafio. É menos arriscado dar perfumes, cremes e outros cosméticos. Como achar um sapato número 34 e que agrade uma contumaz apreciadora de calçados? Naquele fim de tarde, resolvi inovar e pensar como minha amada. Entrei de loja em loja e fiz as perguntas que ela faria. Procurei olhar da forma como a vejo olhar. Afinal, já acompanhei minha esposa em seus maiores momentos de indecisão – fazendo compras!
Aliás, ultimamente, das duas, uma: ou eu carregava um livro para me distrair ou, no caso de compras em um shopping, corria para a livraria, a fim de esperá-la. Isso não quer dizer que não me importe ou não dê sugestões. Faço comentários em momentos específicos. E nos momentos iniciais (nas primeiras horas!), até consigo ladear minha amada.
Mas confesso que as mulheres têm uma disposição inesgotável quando querem de escolher uma bolsa, um sapato ou um vestido. E a minha é a mais detalhista, pesquisadora e cautelosa consumidora. São características que exigem muita compreensão; outrossim, vê-la feliz compensa qualquer sacrifício! Além de tudo, Noribel é extremamente econômica (e possui muito bom gosto, além de um senso pessoal de respeito às orientações bíblicas sobre vestimenta).
Depois de olhar cinco ou seis lojas, colher cartões, fazer dezenas de perguntas e caminhar um bocado, eu estava exausto. Vira sapatos, blusinhas, saias e outros possíveis presentes. Daí, vi-me forçado a ir para um lugar onde meu cérebro pudesse escolher lucidamente entre as opções. Que ambiente melhor do que a biblioteca pública da cidade?
Apanhei um livro sobre Baudelaire e outros decadentistas, folhei as páginas sem interesse genuíno e me concentrei nos cartões. Pensei e escolhi os sapatos. Ao voltar à loja, pedi que a atendente fizesse um pacote que ocultasse bem o tipo de presente.
Saindo da loja, encontrei-me com minha esposa em um lava-rápido. Ela já estava ao volante. Comprara o meu presente de forma objetiva, dentro da primeira loja que fora – exatamente como costumo fazer! Senti naquele momento que, nas poucas horas em que estivemos separados, representamos o papel um do outro – marido e mulher procurando agir e sentir como seu cônjuge. Sem dúvida, esse presente foi muito especial, acima de qualquer coisa que pudéssemos comprar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário