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Bate. O pai da colega. Traja um pijama, sonolento. Que horas? Ouve a moça com atenção. O bandido à espreita. A garota trêmula. Um fusca “baratinha”. É a polícia. Ela acena. Passam. O homem entra para pegar a chave. Nisso, chega a Rota.
Num aceno da jovem, uma manobra arrepiante e o camburão para. A vítima explica o que lhe sucedera pelo caminho. O bandido se apavora e, pelos muros de uma fábrica a poucos metros, lança algo que conservara em mãos. Para seu desconforto eterno, os policiais captaram a cena.
A Rota cerca o meliante. Eles o revistam, socam, perguntam, socam, sacodem, socam, viram de ponta cabeça… em poucos instantes, a guria fica frente a frente com o perseguidor. “É esse safado que perseguia você?” Ela coça a cabeça, confusa. Afinal, como reconhecer alguém naquela pasta que um dia fora um rosto? Um roxo aqui, um hematoma ali, muito sangue coagulado e se poderia ter matéria para dois episódios do CSI!
Os rapazes da Rota, gentilmente, levam a pequena em casa, mostrando-se atenciosos pelo caminho. Chegam na casa de seus tios, ela muito assustada ainda. Os oficiais explicam aos parentes dela o ocorrido, que se aterrorizam a medida que ouvem. Depois de agradecerem o trabalho dos policiais, o senhor mulato e de boa voz, fala aos homens fardados, apontando para o documento que tem em mãos: “Olhe, eu sou militar também e queria pedir um favor para vocês – posso dar um soco nesse canalha?” Mais uma vez, a polícia demonstra sua gentileza: o rapaz é retirado do camburão, seguro e… eis que um soco cheio de vontade lhe atinge o rosto já tão sovado!
A senhora, diante de tamanha violência, se aproxima do pobre criminoso e, sem o menor aviso, cospe-lhe direto no rosto. “Depravado!”. Em clima de tantas cortesias, a Rota conduziu o prisioneiro ao carro e saiu cantando pneu. Dizem que o criminoso não apareceu mais pelas bandas; na verdade, ninguém nunca mais o viu. Bons tempos aqueles!
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