Se
estivéssemos num contexto corporativo, diríamos que para seus superiores, ele
era um jovem executivo promissor. Chegava pontualmente para as reuniões. Em seu
notebook, haviam gráficos com planos geniais. Seus sapatos Democrata viviam bem
lustrados. O nó de sua gravata era o mais elegante.
Mas
temos outro homem, não um jovem saído da Faculdade Getúlio Vargas, com seu MBA
em Administração. Não um engravatado, mas um empoeirado. Vivendo entre pagãos
intelectualizados com a mensagem que borbulhava em seus dias. Talvez em seu
buço os fios masculinos começassem a substituir a penugem. Seu desafio: que sua
voz fosse ouvida, ecoando sua experiência – em anos de serviço apostólico?
Penso que não; porém, uma experiência cristã genuína, não mensurável em termos
de tempo.
Timóteo.
Mentoreado por Paulo, o jovem apóstolo recebeu conselhos relevantes. Nas cartas
que Paulo lhe mandou, saltam as linhas nas quais se ouve o convite para o
combate (I Tm 1:18).
Que
tipo de capacitação teria Timóteo para assumir o comando de uma das frentes de
combate na Guerra Espiritual?
Paulo
lhe diz que não deveria menosprezar – até pelo contrário, deveria levar em
conta – o ato da imposição de mãos, sobre ele realizado (I Tm 4:14). A
expressão “por mensagem profética” (NVI), nos sugere que houve uma revelação
sobrenatural que apontasse claramente para a consagração de Timóteo através da
imposição de mãos. (cf.: At 13:2 e 3). A própria ordenação por meio deste
processo era antiga: vemos, por exemplo, que os Levitas foram separados para o
sacerdócio ao ser-lhes impostas as mãos de Moisés (Nm 8:10 e 11) e o mesmo
ocorreu com Josué (Nm 27:18-20, 23), quando foi separado para ocupar o lugar do
mesmo Moisés, prestes a morrer. No caso de Timóteo, Paulo em pessoa impusera
suas mãos sobre o iniciante condiscípulo (II Tm 1:6 e 7).
Timóteo,
como ministro ordenado, não deveria se preocupar com a salvação meramente do
prisma evangelístico, como algo a ser levado ao povo – ele deveria se envolver
com o processo experencialmente. Combater o combate incluía tomar posse da vida
eterna (I Tm 6:12). “Salvar-se a si mesmo” era imperativo, tanto quanto salvar
a outros (I Tm 4:16).
É
claro que esta experiência de estar salvo traz inúmeros benefícios;
inegavelmente, contudo, a salvação atrai sobre os crentes a vergonha e o
desprezo por parte dos que rejeitam sua mensagem. Timóteo deveria suportar os
sofrimentos que a pregação do Evangelho lhe acarretasse, tendo a certeza da
salvação passada e da vocação presente (II Tm 1:8 e 9), além da garantia da
recompensa a ser dada “naquele Dia” (II Tm 1:12; 4:7 e 8).
O
mesmo combate reclama em nossos dias por pessoas que aceitem seu desafio e o
alcance da missão dada por Deus. Paulo, Timóteo, Jonh Huss, Zwínglio e milhares
de campeões do passado descansam no Senhor, tendo cumprido o seu combate. Agora
é a nossa vez de nos erguermos e lutar pela nossa salvação e de nossos semelhantes.
“Cristo pousa para ser retratado em cada discípulo” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 615).
Um comentário:
Obrigado por Blog intiresny
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