segunda-feira, 3 de novembro de 2008

A MESMA INDECISÃO!


Fui fiel ao Senhor, qual correnteza
Que atraiçoa quem nade em suas águas.
Fí-Lo chorar por não me valer nEle
Na hora de maior prova. Ao ensino justo,
Das dádivas a mais cara à pureza,
Devotei meu desprezo e segui pronto.

Hoje, até de meus bons atos descreio:
Sou a tribuna que os cupins roeram,
De onde a voz do orador se emudeceu
No tempo em que os cupins não tinham vindo.
Céus! Que conflito passo a em mim sediar!

Cresço em zelo ao ouvir nome balsâmico,
O nome de meu Mestre apenas; Desço
Se a tentação obtem consentimento.
Perdido entre o dever e o aprazível,
Cambaleio tendendo a ambos os lados.

Como um favo deserto, a esperança arfa,
Soterrada por meus receios de antes.
Tivera a ovelha o intuito de seguir
Àquele que é Pastor e fonte d’águas,
A gruta acolhedora e a sombra obesa,
NEle haveria de achar sempre a paz!…

Ele oferta repouso ao caminhante
Valendo-se de Seu colo. A amplidão
De Seu regaço abarca o mundo e o emenda.
Aplausos, vinho, páginas e ritos
Não conservam pura a alma. O esforço é vão.

Mas a Riqueza fez-se mendicante
A fim de fazer príncipes os nus;
Do diamante vieram estilhaços
E se restaurou o homem esmiuçado.
Deus punha em ação pelo Filho a Graça
– E estamos nela estando em nós o Espírito;

De sorte que em Seu corpo sendo membros
E comandados por Cristo, a Cabeça,
O rebanho dos órgãos tem seu pasto.

Consolo inexaurível chega ao crente
Quando abandona tudo e volve à cruz,
Esfaimado da carne redentora,
Sequioso do sangue remidor.

Pudera banhar-me em sangue alvejante
E ter daquela luz que o Céu envia!…
Ah! Indigno! Surdo à fé, solícito ouço
O eco intérmino desse mundo baixo.

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