(II) As misericórdias de Deus dão esperança
Jeremias expõe que devemos saber como esperar em Deus. Esperar desde jovens (v. 27); esperar com atitude submissa (submissão ao próprio Deus, v. 28, e às circunstâncias dirigidas pelo próprio Deus, v. 29 e 30); e, finalmente, agregar à espera a certeza de que Deus não falhará – “[…] A minha porção é o Senhor; portanto porei nele a minha esperança. … Porque o Senhor não desprezará para sempre”, afirma o profeta (v. 24 e 31).
A constatação decorrente da argumentação do texto gera uma exclamação de fé: Deus é bom para quem nEle espera (v. 25)!
(III) As misericórdias de Deus são justas
A tristeza que as ações celestes suscitam se faz acompanhada por misericórdia (v. 32 e 33). Afinal, Deus não se mostra Injusto quando nos castiga (v. 33). Aliás, a própria expressão “castiga” não se deve tomar no sentido humano, uma vez que a natureza benigna do Senhor jamais O levaria a trazer de forma ativa um mal para Seus filhos. Deus permite que colhamos o fruto de nossas decisões.
“Embora ele traga tristeza, mostrará compaixão, tão grande é o seu amor infalível.” (v. 32). Deus demonstra amor quando nos pune ou nos prova. Caso você esteja enfrentando desafios intransponíveis e as suas reservas emocionais estejam se exaurindo, lembre-se de que Deus jamais virará as costas para você. Seu constante amor será a sombra a acompanhar cada um de seus filhos prostrados.
Neste ponto, o texto nos faz recordar de que a tristeza permitida por Deus é fruto do pecado – ou do nosso (como em Lamentações) ou um reflexo da entrada e predomínio temporário do pecado universal (como em Jó). No primeiro caso, seguindo a seqüência do poema de Jeremias, Deus nos vê quando distorcemos a Sua justiça (vv. 34-36). Então, Deus administra os resultados de nosso pecado, permitindo que a experiência nos seja instrutiva, a ponto de reconhecermos que existe uma relação causal direta entre escolhas morais e resultados em nosso destino a curto, médio e longo prazo. (vv.37 e 38).
O objetivo divino fica explícito dentro de Lamentações: a tristeza pelos pecados (o nosso próprio ou o pecado universal) deve ser o ponto de partida para nos voltarmos para o Senhor (quer ao nos arrependermos do mal que fazemos ou ansiando, em face do mal que há ao nosso redor, a redenção final que banirá tudo o que o pecado desde o Éden tem trazido à Humanidade). A existência do sofrimento, bem como de sua expressão máxima – a morte – são o maior argumento contra a acomodação a este mundo de pecado
Portanto, em vista da realidade do mal, devemos nos queixar de nossos próprios pecados (v. 39), examinar profundamente a direção de nossa vida (v.40) e nos decidir voltar integralmente ao Senhor (v.40).
Conclusão
Conclusão
Jeremias apresenta no terceiro capítulo do livro de Lamentações fortes motivos para nos agarrarmos às misericórdias divinas. Seja qual for a situação que você estiver passando ou venha a passar, deixe Deus tornar a sua fé tão madura quanto a do profeta, que em meio às ruínas de uma nação – a sua nação! – olhou com confiança para o Senhor. Hoje podemos confiar em Deus ainda com maior intensidade, porque no Calvário Ele esculpiu Sua misericórdia, através da cena na qual Seu Filho morria. Deus pede que você apenas se lembre de Suas misericórdias.
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