O ouro sobre a carne podre. Seu olhar, quanta indignação! E os pés na carruagem. Resoluto à viagem para Damasco. Suplicantes os servos. Afinal, um banho apenas no rio – qual a diferença?
Num retorno, entre contrafeito e expectante, com passos rumo à margem. No horizonte, a casa do profeta. Nenhum sinal. O mergulho em águas barrentas, nada animador!… Outra vez. Mais outra. Sete ao todo. Sua consciência sob o influxo da certeza da mudança a caminho.
De outra banda, o Deus do Céu, Conhecedor daquele coração militar, mas sincero, enlameado, mais na ignorância da Verdade do que na sujidade do Jordão. O quadro instigador de considerações acerca da medida da fé, ou a respeito da compreensão nos estrangeiros. De qualquer forma, um quadro muito rico. E bem real.
O fato: após o sétimo mergulho, na saída do rio, visivelmente um outro homem. A pele de um vagente, tão rósea, sob as grossas casacas de alguém daquela posição. Com que disposição os pés apressados. E sem o aroma pútrido de um moribundo. Um renascimento. O eco de batidas na porta do profeta. O diálogo instrutivo.
As abas da veste úmidas, apenas pelas águas ou pela eventualidade de algumas lágrimas presentes? Qual espólio ou conquista à altura desta alegria pela cura?
A impressão benigna no rosto de cada servo, em responsos de contentamento. Por fim, a conexão entre a alma de um pagão, antes dura, e, no momento, já curada, com Aquela outra Alma, Benévola de tudo, conexão a partir do mergulho.
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