Apesar de não fazer parte desta geração, Chuck Norris continua rendendo comentários. Circulam vários textos cômicos pela internet, ironizando os exageros dos filmes protagonizados pelo ator. Uma delas afirma: “Chuck Norris contou até o infinito. Três vezes.”
O próprio absurdo da anedota nos provoca risos, uma vez que ninguém pode contabilizar o infinito. Suponhamos que você aceitasse o desafio e começasse a contagem – é claro que o tempo de sua vida seria insuficiente para completar a tarefa. Ainda assim, a própria noção de infinito permanece aceitavelmente lógica.
Uma complexidade maior se verifica com o senso de eternidade. Veja: o infinito é uma corda com somente uma ponta, mas a eternidade é uma corda sem pontas.
Por séculos, os cristãos têm sustentado que Deus é eterno. Embora a ideia seja complexa, não podemos negar a eternidade divina com base na rejeição a priori da própria eternidade, uma vez que o conceito de eternidade em si não se apresenta como algo irracional. Até muitos não-cristãos fazem uso do conceito. Para o filósofo grego Platão, os elementos do mundo supra-sensível (mundo das ideias) são eternos. Para os filósofos materialistas (os evolucionistas, por exemplo), a matéria é eterna. Então, a pergunta apropriada seria: qual a necessidade de crer que Deus é eterno?
Gostaria de levá-lo a considerar este enunciado: sendo A eterno, e B temporal, A explica adequadamente B. Vamos analisar isto com frieza. Uso a palavra temporal para me referir a algo que tem um começo e um término. Temporal difere de infinito, aquilo que tem um começo e não um término. Tanto as coisas e seres temporais como as infinitas se ligam ao estabelecimento do Tempo – algo não poderia ter um começo sem que houvesse o Tempo. Aquilo que é eterno não usa o Tempo como referencial.
Pense neste exemplo: sendo eu um ser temporal (nascido em uma data específica), meus cabelos tenderão a ficar mais brancos a cada ano, sendo isto um dos efeitos da passagem do tempo sobre mim (Felizmente, o processo não começou!). Concebendo Deus como eterno, o tempo não pode afetá-Lo e Ele não pode situar Seu início em uma parte específica do Tempo (o que equivale a dizer que Deus não nasceu, nem teve um começo). Feitas as definições dos termos, volto ao que anunciamos anteriormente: sendo A eterno, e B temporal, A explica adequadamente B.
Sendo o mundo se apresenta como racional e lógico, faz sentido crer que a lógica e a ordem do mundo temporal se explique por algo anterior, de caráter eterno. Semelhantemente, se boa parte da realização humana se baseia em relacionamentos pessoais, é racional admitir a existência de um Ser Pessoal, capaz de experienciar relações comunitárias (como na crença cristã na Trindade) antes que houvesse o tempo.
O perigo com o raciocínio que adotamos consiste em buscar uma correspondência absoluta de todos os elementos temporais em relação aos eternos. Tome a presença da maldade no mundo: será que um Deus Eterno é o originador do mal? Seria o mal eterno? Como a questão envolve princípios universais, temos de considerar a essência de tais princípios.
Na história do pensamento, o mal é referido como o contraste do bem. Observe que na experiência comum, Maria sabe que gritar com a mãe é errado porque aprendeu o valor do respeito. João sabe que não deve mentir à professora, porque assimilou a honestidade. Admitimos que, para se tornar possível classificar alguma ação como errada, precisamos estabelecer um padrão que nos apresente o correto.
A própria existência do Mal fica condicionada a um padrão anterior, que chamamos de Bem. Logo, no que se refere a princípios universais, não nos vemos obrigados a atribuir eternidade a todos; princípios positivos parecem logicamente anteriores, sendo eternos, enquanto os seus opostos, os anti-princípios, podem ter surgido em algum momento posterior (sendo, assim, não-eternos). Observe, contudo, que isto não altera o nosso pressuposto de que algo eterno explica satisfatoriamente algo temporal.
O que afirmamos é compatível com a informação bíblica, a qual esclarece que a existência do mal não deriva do próprio Deus – Deus é Eterno e eternamente Bom (Sl. 136:1-ss; Tg. 1:17). O mal surgiu durante a rebelião de Lúcifer, um ser criado para a vida imortal (Is. 14; Ez. 28; Ap. 12). O mal atingiu os seres humanos (Gn.3), maculando o mundo que Deus declarara bom (Gn. 1:31). Pela razão e pelas Escrituras, se entende que exclusivamente Deus é Eterno, sendo fonte de Justiça, Bondade, Amor, Alegria, etc. Estes e outros atributos não existiriam no vazio, mas estão presentes no eterno e imutável caráter divino.
O estabelecimento de Deus como Eterno é o melhor fundamento para o entendimento do mundo natural, uma vez que aquilo que vem sendo chamado de complexidade especificada exige um agente inteligente que projetasse voluntariamente o universo. Ao mesmo tempo, um Deus Pessoal que possuísse um caráter justo e bondoso, serviria de fundamento para a ética humana – a existência do homem (a princípio, imortal, depois temporal) encontraria propósito na existência de um Deus Eterno.
Em meio à vida transitória, você não precisa se sentir desorientado e temeroso. Há um Deus, tanto Eterno, quanto presente na História Humana (Jo. 1:14) e, especificamente, presente na sua história (Mt. 28:20). Ele é, parafraseando Francis Schaeffer, Eterno e Pessoal (cf.: Is. 57:15; Dn. 2:28). Portanto, não é apenas lógico, como igualmente necessário, crer e se relacionar com o Deus Eterno.
O próprio absurdo da anedota nos provoca risos, uma vez que ninguém pode contabilizar o infinito. Suponhamos que você aceitasse o desafio e começasse a contagem – é claro que o tempo de sua vida seria insuficiente para completar a tarefa. Ainda assim, a própria noção de infinito permanece aceitavelmente lógica.
Uma complexidade maior se verifica com o senso de eternidade. Veja: o infinito é uma corda com somente uma ponta, mas a eternidade é uma corda sem pontas.
Por séculos, os cristãos têm sustentado que Deus é eterno. Embora a ideia seja complexa, não podemos negar a eternidade divina com base na rejeição a priori da própria eternidade, uma vez que o conceito de eternidade em si não se apresenta como algo irracional. Até muitos não-cristãos fazem uso do conceito. Para o filósofo grego Platão, os elementos do mundo supra-sensível (mundo das ideias) são eternos. Para os filósofos materialistas (os evolucionistas, por exemplo), a matéria é eterna. Então, a pergunta apropriada seria: qual a necessidade de crer que Deus é eterno?
Gostaria de levá-lo a considerar este enunciado: sendo A eterno, e B temporal, A explica adequadamente B. Vamos analisar isto com frieza. Uso a palavra temporal para me referir a algo que tem um começo e um término. Temporal difere de infinito, aquilo que tem um começo e não um término. Tanto as coisas e seres temporais como as infinitas se ligam ao estabelecimento do Tempo – algo não poderia ter um começo sem que houvesse o Tempo. Aquilo que é eterno não usa o Tempo como referencial.
Pense neste exemplo: sendo eu um ser temporal (nascido em uma data específica), meus cabelos tenderão a ficar mais brancos a cada ano, sendo isto um dos efeitos da passagem do tempo sobre mim (Felizmente, o processo não começou!). Concebendo Deus como eterno, o tempo não pode afetá-Lo e Ele não pode situar Seu início em uma parte específica do Tempo (o que equivale a dizer que Deus não nasceu, nem teve um começo). Feitas as definições dos termos, volto ao que anunciamos anteriormente: sendo A eterno, e B temporal, A explica adequadamente B.
Sendo o mundo se apresenta como racional e lógico, faz sentido crer que a lógica e a ordem do mundo temporal se explique por algo anterior, de caráter eterno. Semelhantemente, se boa parte da realização humana se baseia em relacionamentos pessoais, é racional admitir a existência de um Ser Pessoal, capaz de experienciar relações comunitárias (como na crença cristã na Trindade) antes que houvesse o tempo.
O perigo com o raciocínio que adotamos consiste em buscar uma correspondência absoluta de todos os elementos temporais em relação aos eternos. Tome a presença da maldade no mundo: será que um Deus Eterno é o originador do mal? Seria o mal eterno? Como a questão envolve princípios universais, temos de considerar a essência de tais princípios.
Na história do pensamento, o mal é referido como o contraste do bem. Observe que na experiência comum, Maria sabe que gritar com a mãe é errado porque aprendeu o valor do respeito. João sabe que não deve mentir à professora, porque assimilou a honestidade. Admitimos que, para se tornar possível classificar alguma ação como errada, precisamos estabelecer um padrão que nos apresente o correto.
A própria existência do Mal fica condicionada a um padrão anterior, que chamamos de Bem. Logo, no que se refere a princípios universais, não nos vemos obrigados a atribuir eternidade a todos; princípios positivos parecem logicamente anteriores, sendo eternos, enquanto os seus opostos, os anti-princípios, podem ter surgido em algum momento posterior (sendo, assim, não-eternos). Observe, contudo, que isto não altera o nosso pressuposto de que algo eterno explica satisfatoriamente algo temporal.
O que afirmamos é compatível com a informação bíblica, a qual esclarece que a existência do mal não deriva do próprio Deus – Deus é Eterno e eternamente Bom (Sl. 136:1-ss; Tg. 1:17). O mal surgiu durante a rebelião de Lúcifer, um ser criado para a vida imortal (Is. 14; Ez. 28; Ap. 12). O mal atingiu os seres humanos (Gn.3), maculando o mundo que Deus declarara bom (Gn. 1:31). Pela razão e pelas Escrituras, se entende que exclusivamente Deus é Eterno, sendo fonte de Justiça, Bondade, Amor, Alegria, etc. Estes e outros atributos não existiriam no vazio, mas estão presentes no eterno e imutável caráter divino.
O estabelecimento de Deus como Eterno é o melhor fundamento para o entendimento do mundo natural, uma vez que aquilo que vem sendo chamado de complexidade especificada exige um agente inteligente que projetasse voluntariamente o universo. Ao mesmo tempo, um Deus Pessoal que possuísse um caráter justo e bondoso, serviria de fundamento para a ética humana – a existência do homem (a princípio, imortal, depois temporal) encontraria propósito na existência de um Deus Eterno.
Em meio à vida transitória, você não precisa se sentir desorientado e temeroso. Há um Deus, tanto Eterno, quanto presente na História Humana (Jo. 1:14) e, especificamente, presente na sua história (Mt. 28:20). Ele é, parafraseando Francis Schaeffer, Eterno e Pessoal (cf.: Is. 57:15; Dn. 2:28). Portanto, não é apenas lógico, como igualmente necessário, crer e se relacionar com o Deus Eterno.
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