sábado, 29 de agosto de 2009

LIÇÕES DE UMA ANTIGA HISTÓRIA DE AMOR


Por estes dias, uma aluna me procurou com uma dúvida. Sendo horário de aula, deixamos para conversar no intervalo. Ao ouvi-la depois, conectei-me a algumas preocupações típicas dos adolescentes. Ela me perguntava sobre namoro, fazer a vontade de Deus, escolher a pessoa certa. Senti que a conversa foi útil para a menina.

Pensando bem, todos os cristãos se preocupam com seus relacionamentos amorosos. Talvez, nas décadas passadas, o divórcio fosse algo que atingisse mais aos descrentes. Dificilmente casais cristãos se separavam. Hoje, embora faltem estatísticas seguras, muito provavelmente os índices de divórcios entre cristãos e não-cristãos deixem de apresentar grandes discrepâncias.

Desta forma, as questões formuladas pela aluna são pertinentes a outros adolescentes, mas também a adultos. Os cristãos solteiros desejam saber como honrar a Deus, escolhendo a pessoa certa com a qual possam construir um lar estruturado. E mais ainda: todos queremos ser felizes no matrimônio.

Não tenho dúvidas de que Deus Se preocupe com o assunto. Em Sua Palavra, o Espírito Santo deixou preciosas verdades para alicerçar a vida a dois. Peço que você me acompanhe na leitura de uma linda história de amor. Não é o único romance bem-sucedido na Bíblia. Mas nós o consideraremos, verificando os conselhos divinos que dele se pode extrair.

EM BUSCA DO AMOR PROMETIDO
Abraçado à lanugem do camelo, ele cerrava os olhos, tão intenso o sol se fazia. Os poucos servos que o acompanhavam pareciam exaustos, assim como ele mesmo. Enquanto punha as últimas gotas do cantil na garganta seca, já era possível enxergar as casas da vila mais próxima. Foram poucos passos até chegarem. E o que aconteceria depois?

Tocado pela missão que recebera, Eliézer alçou esta petição: “‘Senhor, Deus do meu senhor Abraão, dá-me neste dia bom êxito e seja bondoso com o meu senhor Abraão. Como vês, estou aqui ao lado desta fonte, e as jovens do povo desta cidade estão vindo para tirar água. Concede que a jovem a quem eu disser: Por favor, incline o seu cântaro e dê-me de beber, e ela me responder: ‘Bebe. Também darei água aos teus camelos’, seja essa a que escolheste para teu servo Isaque. Saberei assim que foste bondoso com meu senhor’.” (Gn. 24:12-14, NVI).

Sentindo o peso da velhice, o patriarca Abraão preocupou-se em preparar Isaque para lhe suceder. Para tanto, o jovem precisava de uma companheira, a qual não podia ser qualquer mulher. Como sucessor de seu pai, Isaque seria o herdeiro das promessas do Senhor. A liderança espiritual lhe estava reservada. Logo, para tornar-se esposa de Isaque, uma mulher deveria viver dentro da mesma perspectiva que ele; isto incluía aceitar a vocação espiritual que Isaque abraçara.

Voltemos a Eliézer. De fato, o servo que Abraão incumbiu de providenciar uma esposa para Isaque teve êxito em sua missão. Através das atitudes de Rebeca e das circunstâncias, podemos aprender alguns fatores que ajudarão a escolher um bom cônjuge. Destaco os seis pontos a seguir:

1. O futuro companheiro deve ser alguém do meio (Gn. 24:2-4). Alguém que tenha relação com sua família, que seja amigo, pertença à mesma cultura, partilhe dos mesmos valores religiosos. Por isto, Eliézer deveria recorrer à parentela de Abraão. A religião pode contribuir para manter o casamento. Uma recente pesquisa, divulgada pela revista Isto é, destacou que quando os cônjuges são religiosos, o percentual de separão cai para 8,1% (contra 13,6% no caso de ninguém no casal professar uma religião).

2. O futuro companheiro deve ser alguém apontado por Deus (Gn. 24:7). Era o cumprimento da promessa feita a Abraão - a continuidade de sua descendência. Quando estamos em comunhão com o Céu, Deus dirige toda a vida. Mal o servo fez a oração (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas), e Rebeca apareceu!

3. O futuro companheiro deve ser puro. Puro de intenções, de vida, com nobres aspirações. A Bíblia destaca o fata de Rebeca ser virgem, intocada. Mais importante do que a própria virgindade é a pureza - afinal, mesmo alguém que nunca tenha tido uma relação sexual pode ter uma mente completamente pervertida. Atualmente, ve-se com frequência que muitos casais cristãos tem intimidade indevida, permitindo que o parceiro acaricie as chamadas zonas erógenas, ou recorrendo à masturbação ou sexo oral. Os que assim procedem podem se dizer virgens, entretanto se acham distantes do valor de pureza ensinado na Bíblia.

4. O futuro companheiro deve ter disposição de servir (Gn. 24:14, 17-20). Disposição de servir, abnegação, humildade. Mas com iniciativa, vontade própria, com ambições sadias. No casamento, marido e mulher são sevos, não serviçais um do outro. Rebeca mostrou humildade que se requeria para trilhar a difícil jornada de fé ao lado do descendente da promessa. Deveria alguém esperar menos de um futuro marido ou esposa em nosso tempo?

5. O futuro companheiro deve estar disposto a cumprir a vontade de Deus ( Gn. 24:58). Não deveríamos escolher lguém para o casamento por sua profissão, mas pela profissão de fé. Requer-se de todo jovem cristão que contrai núpcias com quem tenha a mesma crença; digo mais ainda: busque alguém com bom nível de espiritualidade, o que se pode testar no dia a dia. No caso de Rebeca, o tipo de prova dado quando aceitou partir o quanto antes da casa de seus pais revelou seu caráter. Mais atual do que nunca é a advertência inspirada: “Pessoa alguma que tema a Deus pode, sem perigo, ligar-se a outra que não o tema.” (Patriarcas e Profetas, p. 174).

6. O futuro companheiro precisa reservar-se para o compromisso a dois (Gn. 24:64-65). O véu tinha a função de dar um caráter reservado à mulher. A modéstia cristã nos leva não a nos escondermos, mas a evitarmos a exposição excessiva. Isto nos leva a considerar que não é prudente namorar por tempo excessivo, porque tende-se com o tempo a adquirir maior intimidade física. Um namoro que se alonge por anos, sem um plano definido de casamento, geralmente leva à antecipação de relações sexuais; estas, por sua vez, acabam se tornando o centro da relação, destruindo o diálogo, a amizade e o respeito.
Se seguirmos a orientação bíblica, desenvolveremos relações saudáveis e duradouras, como aconteceu na união e Isaque e Rebeca. Basta confiarmos nAquele que está interessado em todos os detalhes de nossa vida - inclusive, em nossos relacionamentos.

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